Histórias antigas de Vallongo.
A família dos Paulinos e a família dos Balôas.
Eu sou o Fernando Almeida, e sou conhecido por algumas pessoas como o Fernando Paulino.
Esta publicação é sobre a família do lado da minha mãe, os Paulinos, e sobre a família do lado do meu pai, os Balôas, duas antigas famílias de Valongo que sempre estiveram ligadas às pedreiras de ardózia, e às fábricas de lousas escolares.
Lousas e penas escolares em Ardózia de Valongo.
Fui falar com o senhor Rui de Matos à Empresa de Lousas de Valongo, pedir-lhe algumas informações sobre as pedreiras, e aproveitei para tirar umas fotografias.
A pedreira de ardósia a céu aberto da Empresa de Lousas de Valongo, é impressionante.
Empresa de Lousas de Valongo.
Empresa de Lousas de Valongo.
Empresa de Lousas de Valongo.
Empresa de Lousas de Valongo.
Fui falar com o Sr. Rui de Matos para lhe pedir informações sobre as empresas, Sociedade Louzífera do Outeiro, e sobre a Fonseca, Costa & Companhia Lda, duas empresas que foram começadas por pessoas da minha família, e que agora são propriedade da Empresa de Lousas de Valongo.
A Sociedade Louzífera do Outeiro, e a Fonseca, Costa & Companhia, Lda, são as duas empresas de que vou falar nesta publicação.
E agora vou contar a história da família Paulinos.
A minha terra, que é Valongo tem ligações seculares à industria das pedreiras de Ardósia, e às Fábricas de Lousas Escolares.
E do mesmo modo que a história de Valongo está intimamente ligada às pedreiras de Ardósia, e às fábricas de lousas escolares, também toda a família dos meus antepassados até à minha geração, tiveram uma ligação muito estreita com essas duas Indústrias.
Todos os 7 irmãos da minha mãe, da família dos Paulinos, e 5 dos irmãos do meu pai, da família dos Balôas, estiveram ligados às pedreiras de Ardózia, e às fábricas de Lousas e Penas Escolares.
A minha mãe, a Teresa Paulina, e o meu pai o Lino Balôa, estiveram toda a vida ligados às pedreiras de Ardózia, e às fábricas de Lousas Escolares.
Conforme se pode ler no assento acima, o meu tio Manuel da Costa foi exonerado do cargo de gerente da Sociedade Louzífera do Outeiro, em Julho de 1959.
Esta antiga planta topográfica da região ardozìfera de Valongo, é um rolo de papel amarelo já envelhecido pelos anos, com dois metros de comprimento.
Nesta planta está representada toda a Zona de exploração de Ardózia que atravessa Valongo, começa na Capela de São Bartolomeu, bem lá no fundo do Susão, e termina no Lugar das Vinhas, já no fundo de São Martinho do Campo.
A pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, fica logo à frente da ponte da Milhária sobre o Rio Ferreira, mesmo ao lado da Linha dos Caminhos de Ferro do Douro.
Toda esta zona do Outeiro ainda está práticamente como estava em 1956, quando aconteceu o desabamento que levou ao encerramento da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro.
Nesta antiga fotografia vemos a ponte ferroviária da Milhária, sobre o Rio Ferreira, esta ponte foi inaugurada em 1875, faz parte da linha férrea do Douro.
2017, fotografia actual da ponte ferroviária da Milhária, que entretanto passou a via dupla.
O
meu avô António Paulino nasceu em 1885, mas infelizmente faleceu muito
novo em 1934, com 49 anos de idade, devido a uma doença profissional que
acabava por vitimar a maioria dos trabalhadores da Industria Mineira da
Ardósia, a Silicose.
Por isso não teve tempo de desenvolver muito a pedreira, nem dela tirou grandes proventos, segundo a minha mãe o meu avô estaria já bastante doente, e nessa altura terá tido várias propostas para a compra da pedreira.
Fotografia de 1952 onde está a tia Maria Paulina, irmã da minha mãe, e o tio Manuel da Costa, com a família quando foram morar para a casa nova na Rua da Passagem.
Outra fotografia de 1953, onde está a tia Maria Paulina com a família, quando foram morar para a casa nova na Rua da passagem.
2017, foi esta a casa que a tia Maria Paulina e o tio Manuel da Costa construíram na Rua da Passagem, era toda em granito, actualmente ela já não pertence a ninguém da família, a casa dos meus pais é a que fica mais à esquerda ao fundo da rua.
A tia Maria Paulina e o tio Manuel da Costa e os 6 filhos.
Fotografia do Arnaldo, na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está de fato, colete, chapéu e gravata é o tio Manuel da Costa.
Outra fotografia do Arnaldo na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está de fato, colete, chapéu e gravata é o tio Manuel da Costa.
Outra fotografia do Arnaldo, da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está em cima do paredão, de fato, colete, chapéu e gravata é o tio Manuel da Costa.
Já em 1954 o meu tio tinha medo que o paredão que fazia a contenção entre a pedreira e o caminho ruísse, e viesse a provocar algum desmoronamento, e por isso mandou reforçar o paredão com uns enormes pilares em betão armado.
Por exemplo, na fotografia que coloquei acima o Arnaldo escreveu o seguinte:
- Fotografia tirada quando se arranjava o paredão.
- O meu Pai, o Anselmo e mais alguns Mineiros.
Esta é única fotografia da década de 1950, onde aparece o primo Arnaldo, não foi tirada nas pedreiras, mas é lá perto, é junto ao campo de futebol de São Martinho do Campo, mais ou menos a 500 metros da pedreira.
O tio Manuel da Costa em 1955, a passear por Entre os Rios na sua mota Alpine a pedal.
Ponho aqui um pequeno excerto do relatório sobre o desabamento que aconteceu na Pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, no dia 24 de Outubro de 1956, que acabou por levar ao encerramento da pedreira.
Outra fotografia do Arnaldo na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, já
depois do desabamento.
Nesta
fotografia vemos o tio Manuel da Costa a dar uma entrevista
ao Sr. Fernando Queirós, que na altura era repórter do Jornal de Noticias e também era o proprietário do
jornal O
Correio do Douro.
Nesta
fotografia o Arnaldo escreveu a seguinte legenda:
Se procurarmos ainda encontramos a Sociedade Louzífera do Outeiro, mas já não tem qualquer ligação com ninguém da família dos Paulinos, ela foi absorvida pela Empresa de Lousas de Valongo.
Falo deste meu tio Manuel Bruno da Fonseca, porque foi ele que anos mais tarde em sociedade com o tio Manuel da Costa, que como já disse lá atrás estava casado com a tia Maria Paulina, irmã da minha Mãe, foram os sócios fundadores da empresa Fonseca, Costa & Companhia Lda.
Portanto posso dizer que a empresa Fonseca, Costa & Companhia Lda, nasceu fruto de uma sociedade entre um membro da família dos Balôas do lado do meu Pai, e outro da família dos Paulinos do lado da minha Mãe, coincidências.
2017, o depósito de água da pedreira Fonseca, Costa & Companhia, Lda, ainda existe, mas a empresa foi absorvida pela Empresa de Lousas de Valongo.
Se procurarmos a empresa Fonseca, Costa & Companhia Lda, ainda a vamos encontrar, mas já não tem qualquer ligação com ninguém da família dos sócios fundadores.
Actualmente já não existe em Valongo ninguém que seja chamado pelo apelido de Paulino ou de Balôa, chamar directamente uma pessoa por esses dois apelidos terminou na geração anterior a mim, em que o meu pai era conhecido em Valongo como o Lino Balôa, e a minha mãe como a Teresa Paulina.
Na minha geração, o que ainda resta destes dois apelidos é ainda existirem algumas pessoas da minha idade que sabem que sou filho do Lino Balôa, e da Teresa Paulina.
Fernando Almeida, filho da Teresa Paulina, e do Lino Balôa.
Boa tarde, Sr. Fernando Almeida. Estou a fazer um trabalho relacionado com a exploração de ardósia na mina da Chemina em Valongo e gostava de trocar umas impressões consigo. Agradecia o envio do seu contacto telefónico e deixo o meu ao dispor. Muito agradecida, Lara, Telemóvel 968270888
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