quarta-feira, 20 de novembro de 2019

 O novo teleférico da quinta da Fajã dos Padres, na Ilha da Madeira.



 Este novo teleférico da Fajã dos Padres entrou ao serviço no ano de 2016. 





 A estação superior e o parque de estacionamento do novo teleférico.

 Faço esta publicação por uma questão de nostalgia, porque exactamente no mesmo local onde agora vemos esta moderna estação superior do teleférico existia a casa-de máquinas de um velhinho monta-cargas, que tinha sido projectado na década de 1980, pela Divisão de Elevadores da Efacec. 



 Era esta a casa-de-máquinas do velhinho monta-cargas, que existia no mesmo lugar onde agora está a estação superior do novo teleférico.



 A cabina do antigo monta-cargas parada no piso superior, era aqui neste local que se entrava na cabina para fazer uma viagem de 350 metros até lá abaixo à quinta, quase até ao nível do Mar.

 Lembro-me bem deste primeiro monta-cargas que foi montado na quinta da Fajã dos Padres, porque na altura em que foi feito o projecto e a sua montagem eu já trabalhava na sala-de-estudos da Divisão de Elevadores da Efacec, na Arroteia.

 Já andei algumas vezes neste monta-cargas, e embora possa dizer que não senti medo em fazer essa viagem, digo que era preciso alguma coragem para a fazer.

 Porque quando íamos dentro da cabina quer fosse a descer ou a subir, ficava-mos com a sensação de que a cabina não estava presa a nada, porque ela tanto torcia para a direita como para a esquerda, e ainda por cima para mostrar que éramos técnicos de elevadores viajava-mos sempre com a porta da cabina aberta, para podermos ir a apreciar a falésia.  



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 Agora vemos o contrapeso do velhinho monta-cargas parada no piso superior, portanto a Cabina está parada lá em baixo na quinta 350 metros abaixo.



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 E agora vou fazer uma breve apresentação das duas pessoas que no meu entender tiveram uma grande influência, para que este projecto de montar um elevador monta-cargas na década de 1980, na quinta da Fajã dos Padres tenha tido sucesso.

 A primeira dessas pessoas, como não podia deixar de ser é o Eng. Mário Jardim Fernandes, que foi quem teve a brilhante ideia de montar este elevador, que como costumo dizer é uma geringonça que não lembraria a ninguém. 



 Uma entrevista do jornalista Paulo Salvador ao Eng. Mário Jardim Fernandes, na quinta da Fajã dos Padres, para o programa Mesa Nacional, um Lugar Perdido no Tempo, da TVI.

 O Eng. Jardim Fernandes é casado com Isabel Vilhena de Mendonça, que é uma de 4 irmãs que são as herdeiras deste autêntico paraíso que é a quinta da Fajã dos Padres.

 Esta Fajã dos Padres já tem uma história muito antiga, terá pertencidos durante cerca de dois séculos e meio aos Padres Jesuítas, que por sua vez a terão adquirido a um neto do navegador Gonçalves Zarco.

 Os avós da dona Isabel Mendonça adquiriram esta quinta da Fajã dos Padres nos inícios do Século XX, mantendo-se esta a partir daí sempre na família.  

 O Eng. Jardim Fernandes já desde os seus tempos de namoro que gostava de ir para a quinta, mas esta tinha um pequeno problema pois só tinha acesso de barco, ou então por caminhos muito difíceis através da Falésia, que nem sempre estavam acessíveis devido às marés, mas ele sempre teve o sonho de que um dia a quinta fosse acessível, para que toda a gente a pudesse visitar, e gostar dela como ele gostava.

 O Eng. Jardim Fernandes trabalhava na Empresa de Electricidade da Madeira, onde ocupava um cargo de chefia, e por isso contactava com muitas pessoas da Divisão da Efacec Energia, que lhes forneciam muitos equipamentos.

 A segunda pessoa que no meu entender também teve uma grande influência por a montagem deste Elevador ter passado de sonho a realidade, foi o Sr. Jorge Neves que na altura era o Chefe da Divisão de Elevadores da Efacec.

 Uma fotografia da década de 1970, mais ou menos da altura do velhinho monta-cargas, com todo o pessoal que trabalhava na Divisão de Elevadores, na Fábrica da Arroteia, o Sr. Jorge Neves que nesta altura já era o Chefe de Divisão, é aquele Sr. que aparece mesmo ao centro da fotografia em cima com óculos.

 Digo que o Sr. Jorge Neves foi muito importante em todo este processo, porque ele podia ter morto a ideia à nascença.

 Se por exemplo quando o Eng. Jardim Fernandes lhe apresentou a ideia tivesse adoptado uma posição defensiva e lhe tivesse dito, não, desculpe mas a Efacec não alinha numa coisa dessas, porque isso é uma coisa muito perigosa.

 Se a resposta do Sr. Jorge Neves tivesse sido negativa, se calhar o Eng. Jardim Fernandes até poderia ter abandonado a ideia, mas o Sr. Jorge Neves poucas vezes dizia não, para a Divisão de Elevadores da Efacec raramente havia impossíveis.

 Como o Sr. Jorge Neves ainda hoje costuma dizer, se for mesmo necessário nós até fazemos uma ovelha com 5 patas.

 O Sr. Jorge Neves começou a trabalhar ainda muito novo, na Secção de Elevadores da Soprel, Sociedade de Obras e de Projectos de Electricidade, no ano de 1955.

 No ano de 1959 esta Empresa Soprel foi incorporada no Grupo Efacec, e só a partir dessa data é foi criada dentro da Efacec uma Divisão de Elevadores, na fábrica da Arroteia.

 Com a incorporação da Soprel na Efacec em 1959, o Sr. Jorge Neves foi trabalhar para a Sala de Estudos desta nova Divisão de Elevadores, que na altura ainda funcionava no edifício da Aparelhagem Eléctrica (AE).



 Ainda tenho alguns esquemas eléctricos de Elevadores da Soprel que foram desenhados pelo Sr. Jorge Neves, de quando ele trabalhava na Sala de Estudos dos Elevadores, o esquema eléctrico acima é de 1961, já tem 58 anos.

 Alguns anos mais tarde, já na segunda metade dos anos 60, o Sr. Jorge Neves foi chefiar o Sector Comercial de Elevadores da Efacec  em Sá da Bandeira no Porto.

 Esse Sector Comercial era responsável pelas Vendas, pelos Projectos, pela Montagem e pela Manutenção de Elevadores, em Dezembro de 1971 quando comecei a trabalhar no Sector de Montagem de Elevadores da Efacec em Sá da Bandeira, o chefe ainda era o Sr. Jorge Neves.

 Mas pouco tempo depois da revolução do 25 de Abril de 1974, em consequência de uma grande paralisação que aconteceu na construção cível, a Efacec decidiu deixar de vender e de montar elevadores directamente ao cliente final.

 A partir daí a Efacec manteve na mesma a Fábrica de Elevadores, mas passou a vender Elevadores a empresas terceiras, como o Pinto & Cruz, a Grupnor, a Inelda, a Naol, a Moldiamleva, o Nogueira & Macedo, a Luguel...etc, eram mais de 10 as empresas que passaram comprar e a instalar elevadores fabricados pela Efacec.

 Nessa altura o Sector de Montagem de Elevadores em Sá da Bandeira foi extinto, e só foi mantido a funcionar o Sector de Manutenção de Elevadores, para onde eu fui transferido.

 Com a extinção do Sector de Montagem de Elevadores em Sá da Bandeira, o Sr. Jorge Neves assumiu o cargo de Chefe da Divisão de Elevadores, na fábrica da Efacec na Arroteia, este antigo cargo de Chefe de Divisão que existia na Efacec, é o equivalente actual ao lugar de Director de Empresa.

 O Sr. Jorge Neves manteve-se durante mais de uma década como Chefe da Divisão de Elevadores.

 Mais tarde quando a Efacec passou a ser uma holding de empresas, durante algum tempo o Sr. Jorge Neves ainda continuou nos Elevadores, mas agora como Director da Empresa Efacec Elevadores S.A.

 Mas em 1991 quando foi criada a empresa Efacec Automação e Robótica, o Sr. Jorge Neves resolveu dar um novo rumo à sua vida, abandonou os elevadores e assumiu o cargo de Director desta nova empresa Efacec Automação e Robótica, lugar que ocupou até ao final da sua carreira.



 O Sr. Jorge Neves numa entrevista que deu ao Jornal Infor da Efacec, já como Director da Empresa Efacec Automação e Róbotica.

 Depois desta extensa apresentação do Eng Jardim Fernandes, e do Sr. Jorge Neves, que como deve dar para perceber foi a pessoa que mais admirei na Efacec, vou voltar à história inicial e vou contar como é que alguém na década de 1980 se foi lembrar de montar uma geringonça destas, que não lembraria a ninguém.

 Como não sabia exactamente como começou a história liguei ao Sr. Jorge Neves, que me contou a história direitinha.

 Num belo dia de Sol em meados da década de 1980, estava o Sr. Jorge Neves no seu gabinete na Divisão de Elevadores na Arroteia, quando lhe entra pelo gabinete dentro um colega da Divisão da Efacec Energia, apresenta-lhe o Eng. Jardim Fernandes.

 E diz-lhe que o Eng. Jardim Fernandes pretendia falar com ele, sobre um elevador um bocado fora do vulgar que pretendia montar numa quinta que tinha na Ilha Madeira.

 O Eng. Jardim Fernandes lá expôs a ideia do tipo de elevador que pretendia, diz-lhe que a quinta ficava ao nível do Mar, no fundo de uma Falésia com mais de 300 metros de altura, e que para lá chegar existiam duas maneiras, ou tinham que ir de barco pelo mar, isto se o mar estivesse calmo, ou então tinham que percorrer uns caminhos muito difíceis através da Falésia que demoravam algumas horas a percorrer, e que mesmo assim era sempre necessário contar com as Marés.

 Falaram um bocado sobre o que ele pretendia, mas como estava na hora de almoço acabaram por ir almoçar à estalagem da Via Norte.

 Durante o almoço o Sr. Jorge Neves fez uns esboços do que poderia ser feito, que para aquele curso e como o Elevador tinha que ter uma inclinação de mais de 60 graus, só se fosse um Elevador que fosse guiado por cabos de aço, que ficassem presos no topo da Falésia e que depois lá no fundo ao nível da quinta, teriam que ser montados uns pesos esticadores para manter esses cabos guia sempre em tensão, mas foi-lhe dizendo que a Efacec não tinha grande experiência sobre esse tipo de equipamentos.

 Mas mesmo assim ficou combinado que a Divisão de Elevadores iria fazer um ante-projecto, e um cálculo de quanto poderia custar fazer esse elevador guiado por cabos de aço.

 Feito o ante-projecto e o cálculo do custo para todo o material que seria fabricado pela Efacec para montar esse elevador, o Sr. Jorge Neves enviou toda a documentação pelo correio para o Eng. Jardim Fernandes, mas na carta voltou a frisar que caso o elevador fosse para avançar a Efacec não tinha pessoal com experiência para fazer a montagem, até porque nesta altura a Efacec já tinha acabado com o Sector de Montagem de Elevadores.

 O Sr. Jorge Neves quando enviou o ante-projecto e o cálculo com o preço, ficou com a ideia que tinha sido um trabalho em vão, porque a obra nunca seria para avançar.

 Passou-se algum tempo, e o Sr. Jorge Neves já nem se lembrava do elevador para a Fajã dos Padres, nem do Eng. Jardim Fernandes, quando um belo dia ele lhe entra pelo gabinete e lhe diz que o elevador é mesmo para avançar.

 O Sr. Jorge Neves voltou a dizer ao Eng. Jardim Fernandes, se calhar para o tentar demover de avançar com um projecto tão fora do vulgar, que o projecto e o fornecimento de todo o material, Máquina, Cabina, Contrapeso, Rodas de Desvio, Mancais, Cabos de Aço, etc.., para a Montagem do Elevador podia ser feito pela Efacec, mas que depois ele teria que arranjar alguém para fazer a montagem, porque a Efacec não tinha ninguém com experiência para esse tipo de trabalhos.

 Mas nada demoveu o Eng. Jardim Fernandes, mandou avançar com o projecto que depois a responsabilidade da Montagem do Elevador seria sua, até porque conhecia várias empresas que estavam familiarizadas com a montagem de Linhas de Alta Tensão, e que fazer a montagem deste seu elevador não era muito diferente nem apresentava nenhum risco acrescido.

 O projecto definitivo para este estranho Elevador que é guiado por cabos de aço, foi feito na Sala de Estudos da Divisão de Elevadores da Efacec pelo Fernando Duarte, que contou com a colaboração do Eng. Ruy Filipe Mello, para fazer os cálculos tanto para os Cabos de Aço de Guiagem, como para os Cabos de Suspensão entre a Cabina e o Contrapeso.

 E assim aconteceu, a Efacec forneceu o projecto e todo o material para a montagem deste estranho Elevador Guiado por Cabos de Aço, e depois toda a montagem foi feita por pessoal local contratado pelo Eng. Jardim Fernandes, a Efacec não fez nenhum acompanhamento da obra nem sequer fez a posta em marcha.

 Logo na primeira viagem ao serviço da Efacec que fiz à Madeira na década de 1980, andei neste elevador monta-cargas para fazer uma visita à Quinta da Fajã dos Padres, vim de lá carregado de frutas tropicais para trazer para o Porto como recordação, mas eram tudo frutas que eu nem sequer conhecia, só conhecia mesmo as bananas.

 Na altura dessa minha primeira ida em serviço à Madeira, o elevador já estava em funcionamento à algum tempo, e era por ele que toda a gente descia e subia, tanto os trabalhadores como os visitantes, não havia qualquer outro meio de transporte para descer até lá abaixo à quinta, e também era por ele que eram trazidos todos os produtos que eram produzidos na quinta, para depois seguirem para os mercados locais, ou para exportação.  

 E agora vou por algumas fotografias que tenho guardadas, são da década de 1980, da altura em que começou a montagem deste inédito elevador que tem como guias cabos de aço.



 Década de 1980, o início da construção da casa-de-máquinas do elevador, que ficava lá em cima no topo da Falésia.  



 Década de 1980, outra fotografia também do  início da construção da casa-de-máquinas do primeiro elevador monta-cargas.



 Década de 1980, outra fotografia também da fase de montagem do primeiro elevador monta-cargas.

 Estão a lançar os cabos de aço que serviam de Guias tanto para a Cabina como para o Contrapeso, e também os Cabos de Tracção  para a Cabina e para o Contrapeso. 



 Década de 1980, outra fotografia também da fase de montagem do primeiro elevador monta-cargas.

 Vemos a Cabina parada no piso inferior ao nível da quinta, e vemos os enormes blocos de betão que funcionavam como esticadores dos Cabos de Aço de Guiagem, para os manter sempre em tensão. 



 Década de 1980, outra fotografia também da fase de montagem do primeiro elevador monta-cargas.

 Nesta fotografia também vemos a Cabina parada no piso inferior ao nível da quinta, e vemos os enormes blocos de betão que funcionavam como Esticadores dos Cabos de Aço de Guiagem, para os manter sempre em tensão. 



 Década de 1980, outra fotografia também da fase de montagem do primeiro elevador monta-cargas, nesta altura andavam a passar os Cabos de Aço de tracção para a Cabina e para o Contrapeso. 



 Década de 1980, outra fotografia também da fase de montagem do primeiro elevador monta-cargas, onde vemos um técnico a subir em cima do Contrapeso, mas como vemos está bem amarrado aos Cabos de Suspensão pelo Cinto de Segurança.

 Quando vemos a fotografia acima, ao vermos o técnico que embora esteja bem preso pelo Cinto de Segurança aos Cabos de Suspensão, ficamos com a ideia de como é que alguém pode estar em cima de uma estrutura tão frágil.

 Mas se analisar-mos a fotografia que ponho abaixo já vamos ver que o sistema de roletos que existiam nos 4 pontos, tanto no Contrapeso, como na Cabina, vemos que era bastante seguro.



 Conforme podemos ver foram tomadas 3 medidas de segurança, nos 4 pontos de contacto tanto do Contrapeso, como da Cabina com os Cabos Guia, conforme descrevo a seguir: 

 - A primeira medida de segurança, referenciada na fotografia como (1), são 2 roletos principais que trabalhavam paralelos à Cabina e ao Contrapeso.

 - A segunda medida de segurança, referenciada na foto como (2), são mais 2 roletos de diâmetro inferior que trabalhavam a 90 graus relativamente aos principais, portanto os Cabos Guia ficavam abraçados a 360 graus.

 - A terceira medida de segurança, referenciada na foto como (3), depois dos Cabos de Guiagem passarem por estes 4 roletos que o abraçavam a 360 graus, ainda passavam por umas abraçadeiras tipo tubo, que caso se partisse algum dos 4 roletos, iriam garantir que quer fosse a Cabina, ou o Contrapeso se iriam manter na mesma guiados pelos Cabos Guia.  



 Década de 1980, uma última fotografia ainda da altura da montagem deste primeiro monta-cargas da Fajã dos Padres, vemos como era a quinta na altura.



 Só para comparação ponho esta fotografia actual, que tem o mesmo enquadramento da anterior, para podermos ver a transformação que a quinta teve depois de ter sido montado este primeiro elevador monta-cargas que era guiado por cabos de Aço.

 Antes de passar para o teleférico, ainda vou por algumas fotografias deste primeiro elevador monta-cargas da Fajã dos Padres, que era guiado por Cabos de Aço, estas fotografias foram todas tiradas pelo Rolando Pinto, na altura em que andava a trabalhar na montagem do segundo Elevador, em meados dos anos 90.



 Década de 1990, nesta fotografia vemos o Rolando a entrar na cabina do elevador monta-cargas que era guiado por Cabos de Aço, vai fazer uma viagem de 350 metros até lá ao fundo à quinta.



 Década de 1990, e lá vai a Cabina a fazer uma viagem de 350 metros até lá ao fundo à quinta, e como eu dizia lá vão eles com a porta de cabina aberta para verem a Falésia a afastar-se.



 Década de 1990, esta fotografia foi tirada pelo Rolando da janela que existia na cabina do elevador, se reparar-mos podemos ver no lado direito em baixo um dos roleto de guiagem da cabina.



 Década de 1990, nesta fotografia vemos a cabina a continuar a viagem de descida, já vai quase a meio do curso, mas agora já vão com a porta de cabina fechada.



 Década de 1990, agora nesta fotografia a cabina já se cruzou com o contrapeso, portanto já ultrapassou metade do curso.

 Nesta fotografia já podemos ver a estrutura do segundo elevador que foi montado na década de 1990 na Fajã dos Padres, vemos a Cabina deste segundo Elevador lá em cima quase no topo da Estrutura. 



 Década de 1990, agora uma fotografia do contrapeso do antigo elevador monta-cargas, que era guiado por Cabos de Aço parado no topo da Falésia.

 Como podemos ver tanto os interruptores de redução de velocidade, como os de paragem estavam todos no piso superior, eram actuados pela cabina quando esta chegava ao piso superior, e pelo contrapeso quando a cabina chegava lá abaixo à quinta, não existia nenhuma electrificação entre a casa-de-máquinas e o piso inferior.



 Década de 1990, uma fotografia tirada do topo da falésia, vemos lá em baixo a 350 metros o Mar, e um bocado da Quinta da Fajã dos Padres.



 Década de 1990, agora nesta fotografia vemos o início da estrutura do segundo elevador, onde o Rolando andou a trabalhar, vemos lá em baixo o cais de embarque.



 Década de 1990, outra fotografia ainda do tempo em que existia o Elevador monta-cargas que foi desmontado para dar lugar ao teleférico, vemos à direita os Cabos de Aço que faziam de Guias.



 Década de 1990, outra fotografia onde também podemos ver à direita os Cabos de Aço que faziam de Guias para o antigo elevador monta-cargas.



 Década de 1990, podemos ver  lá em baixo o Cais para Barcos.



 Década de 1990, agora uma fotografia tirada lá de baixo da quinta num dia de nevoeiro, mal se vêem os Cabos Guia do antigo monta-cargas.



 Década de 1990, outra fotografia também tirada lá de baixo da quinta num dia de nevoeiro, mas agora já se vêem os 2 elevadores.



 Década de 1990, outra fotografia tirada de lá de baixo da quinta.



 Década de 1990, outra fotografia também tirada lá de baixo da quinta, vemos a Cabina do antigo monta-cargas que vem quase a meio do curso, à direita vemos a estrutura do segundo elevador.



 Década de 1990, outra fotografia tirada lá de baixo da quinta, conseguimos ver lá em cima a casa-de-máquina do antigo monta-cargas, e à direita vemos a Estrutura do segundo elevador com a cabina parada no piso superior.



 Década de 1990, agora uma fotografia onde podemos ver um tramo da estrutura e a cabina do segundo elevador.



 Década de 1990, outra fotografia onde podemos ver um tramo da estrutura e a cabina do segundo elevador.



 Década de 1990, agora uma fotografia onde podemos ver o início da estrutura do segundo elevador panorâmico, lá em baixo a mais de 350 metros vemos o Cais para Barcos.



 Década de 1990, agora uma fotografia tirada na vertical da estrutura do segundo elevador panorâmico, vemos a cabina parada lá em baixo ao nível da quinta, à direita em cima podemos ver a sirene de alarme.



 Década de 1990, e agora para fazer a despedida deste segundo elevador panorâmico, ponho esta fotografia onde podemos novamente toda a estrutura e a cabina parada lá em baixo ao nível da quinta.

 A partir daqui vai começar a desmontagem do velhinho monta-cargas que foi montado na década de 1980, e vai começar a montagem do novo teleférico.



 Ano de 2015, antes de desmontar o velhinho monta-cargas o Eng. Jardim Fernandes garantiu o financiamento para a montagem do novo teleférico através do programa para o Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira Proderam 2020, apoiado pelo Fundo Europeu Agrícola de desenvolvimento rural.



 Ano de 2016, o Eng. Jardim Fernandes e a sua esposa a dona Isabel Mendonça antes de começarem com a desmontagem do velhinho monta-cargas, por uma questão de nostalgia e talvez mesmo por respeito fizeram uma última viagem.

 Afinal este monta-cargas que entrou ao serviço no ano de 1984, foi uma grande mais valia para a quinta da Fajã dos Padres durante 32 anos.

 Depois de feitas as despedidas do velhinho monta-cargas porque ele bem merecia, porque foi a partir da sua montagem que a Quinta da Fajã dos Padres teve um grande desenvolvimento, mas como tudo na vida também teve o seu fim, e começou então a sua desmontagem.



 Ano de 2016, começou a desmontagem do velhinho monta-cargas que esteve ao serviço durante mais de 32 anos.



 Ano de 2016, continua a desmontagem do velhinho monta-cargas da Fajã dos Padres.



 Ano de 2016, depois de concluída a desmontagem do velhinho monta-cargas, foram feitas terraplanagens no piso superior, para preparar o terreno para a construção da estação superior do novo teleférico, vemos uma fiscalização feita à obra.



 Ano de 2016, depois de concluída a preparação do terreno, começaram com a preparação da estrutura de cofragem, para começarem a betonar as fundações e as paredes da estação superior do novo teleférico.



 Ano de 2016, continuam os trabalhos com a preparação da estrutura de cofragem, para começarem a betonar as fundações e as paredes da estação superior do novo teleférico.



 Ano de 2016, continuam os trabalhos com a preparação da estrutura de cofragem, para começarem a betonar as fundações e as paredes da estação superior do novo teleférico.



 Ano de 2016, depois de concluída toda a estrutura de cofragem, para as fundações e paredes da estação superior do novo teleférico, começaram a betonar.



 Ano de 2016, podemos ver a azáfama que vai cá em cima na construção da estação superior  do novo teleférico.



 Anos de 2016, e agora já vemos a estação superior  do novo teleférico quase pronta.



 Ano de 2016, e agora vista de outro ângulo, já retiraram as gruas e as betoneiras, a estação superior do novo teleférico está práticamente pronta.



 Ano de 2016, ao mesmo tempo que estavam a ser feitas as terraplanagens para a estação superior do teleférico, também começaram lá em baixo na quinta as terraplanagens para dar início à construção da estação inferior do teleférico.



 Ano de 2016, depois de concluída a preparação do terreno, começaram com a preparação da estrutura de cofragem, para começarem a betonar as fundações e as paredes da estação inferior do novo teleférico.



 Ano de 2016, todos os materiais para a construção da estação inferior do teleférico vieram para a quinta da Fajã de barco, e foram descarregados por uma grua montada numa barcaça.



 Ano de 2016, começa a montagem da estação inferior do novo teleférico.



 Ano de 2016, já começamos a ver a estação inferior do novo teleférico, está práticamente pronta.



 Ano de 2016, entretanto na Estação Superior começam a ser montados os pilares metálicos, onde vão ser montadas as rodas por onde irá passar o cabo de tracção que vai puxar as 2 cabinas deste novo teleférico da Fajã dos Padres.



 Ano de 2016, na estação superior já estão montados os pilares metálicos, onde vão ser montadas as rodas por onde irá passar o Cabo de Tracção.



 Ano de 2016, na estação superior estão a ser montadas as rodas por onde irá passar o cabo de tracção, que vai puxar as 2 Cabinas deste novo teleférico da Fajã dos Padres.



 Ano de 2016, na estação superior continuam a ser montadas rodas por onde irá passar o cabo de tracção, que vai puxar as 2 Cabinas deste novo teleférico da Fajã dos Padres.



 Ano de 2016, na estação superior continuam a ser montadas as rodas por onde irá passar o cabo de tracção.

 Podemos ver um técnico da montagem pendurado a mais de 300 metros de altura, mas como vemos tem Arnês e está bem amarrado à estrutura por dois cabos de segurança, e engraçado até tem umas botas suplentes presas por um mosquetão.



 Ano de 2016, na estação superior continuam a ser montadas as rodas por onde irá passar o cabo de tracção.



 Ano de 2016, na estação superior continuam a ser montadas as rodas por onde irá passar o cabo de tracção, vemos 2 técnicos da montagem a trabalharem a mais de 300 metros de altura.



 Ano de 2016, na estação superior já foram montadas todas as rodas por onde irá passar o Cabo de tracção, já estão montados os varandins, a estação superior está práticamente pronta.



 Ano de 2016, e agora uma fotografia tirada lá de baixo da quinta, vemos lá em cima no topo da falésia no lado esquerdo a estação superior do teleférico, e no lado direito vemos a Estrutura do elevador panorâmico, que está com a Cabina parada no piso superior.

 Este novo Teleférico foi concebido para transportar até 180 passageiros por hora, em 2 cabinas com portas automáticas, que tem uma capacidade para 8 passageiros, as 2 Cabinas deslocam-se sobre um Cabo Carril que tem um diâmetro de 36 milímetros.



 Ano de 2016, uma secção do Cabo Carril que tem um diâmetro de 36 milímetros, é em cima deste Cabo Carril que se deslocam as 2 Cabinas deste Teleférico.

 As 2 Cabinas deslocam-se sobre este Cabo Carril de 36 milímetros de diâmetro, andam à velocidade de 6 metros por segundo e são puxadas por um cabo de tracção de 16 milímetros de diâmetro, ao qual estão fixadas por pinças, a velocidade de aproximação das Cabinas às estações é de 0,5 metros por segundo.

 A distância percorrida pelas Cabinas entre a estação superior e a estação inferior, é de 505 metros, que levam aproximadamente 2,5 minutos a percorrer.

 E agora algumas das Características Técnicas mais relevantes da instalação:

 - O motor principal que faz a tracção das cabinas tem uma potência nominal de 75 kw.

 - A instalação tem um segundo motor auxiliar, que tem uma potência nominal de 9,2 kw.

 - Depois ainda tem um terceiro motor de funcionamento em emergência ou resgate, que tem uma potência nominal de 9,2 kw.

 - A Empresa Construtora foi a Etermar, Engenharia e Construções S. A., Estrada da Graça 38, em Setúbal.

 - A analise de segurança e conformidade da instalação foi feita pelo Catim, Centro de Apoio Tecnológico à Industria Metalomecânica, Rua dos Plátanos 197, no Porto.

 - E pronto o novo teleférico finalmente entrou em funcionamento, a última visita que a empresa responsável pela análise de segurança e conformidade Catim fez à instalação, foi no dia 22-03-2016, e o teleférico já registava 36 horas de funcionamento.   



 Ano de 2016, e cá temos a estação superior do teleférico com uma Cabina parada com as Portas Automáticas abertas, à espera para transportar passageiros numa viagem de 2,5 minutos, percorrendo 505 metros, à velocidade de 6 metros por segundo, até lá ao fundo à Quinta da Fajã dos Padres.



 Ano de 2016, e cá temos novamente a estação superior do teleférico com uma cabina parada com as portas automáticas abertas, à espera para transportar passageiros.



 Ano de 2016.



 Ano de 2016, uma imagem da Google onde vemos a estação superior do teleférico, e o parque de estacionamento com alguns visitantes.



 Ano de 2016, uma fotografia tirada na lateral da Estação Superior, onde vemos lá no fundo na quinta a estação inferior, a 505 Metros de distância.



 Ano de 2016, outra imagem da Google onde vemos a estação superior do teleférico, e o parque de estacionamento.



 Ano de 2016, agora uma fotografia tirada no interior de uma das cabinas, que está prestes a iniciar uma viagem de 2,5 minutos, percorrendo 505 metros, à velocidade de 6 metros por segundo.



 Ano de 2016, outra fotografia tirada do interior de uma das cabinas numa viagem de descida, agora já mais próximo da quinta já vemos melhor a estação inferior.



 Ano de 2016, outra fotografia tirada do interior de uma das cabinas numa viagem de descida, agora já bastante mais próximo da quinta, a estação inferior já está maior.



 Ano de 2016, outra fotografia também tirada do interior de uma das cabinas numa viagem de descida, agora é que a cabina já está quase a chegar à quinta, a estação inferior já se vê perfeitamente.

 Agora vou por fotografias com uma descida completa desde a estação superior, até à estação inferior lá em baixo na quinta. 



 Ano de 2016, vemos uma cabina a sair da estação superior, vai fazer uma descida até lá ao fundo à Quinta.



 Ano de 2016, a cabina continua a fazer a viagem de descida.



 Ano de 2016, a cabina continua a fazer a viagem de descida.



 Ano de 2016, a cabina continua a fazer a viagem de descida.



 Ano de 2016, a cabina continua a fazer a viagem de descida.



 Ano de 2016, a cabina acaba de chegar à estação inferior, depois de fazer uma viagem de descida que levou 2,5 minutos, percorreu 505 metros à velocidade de 6 metros por segundo.



 Ano de 2016, outra cabina a entrar na estação inferior.



 Ano de 2016, a Cabina acabou de parar na estação inferior, já abriu a porta automática e os passageiros já saíram.

 Agora vou por algumas fotografias tiradas lá em baixo na quinta da Fajã dos Padres. 



 Ano de 2016, 2 funcionários da quinta que acabaram de carregar um carro com legumes acabados de colher. 

 Com a entrada ao serviço deste novo teleférico da Quinta da Fajã dos Padres, passou a ser por ele que agora são transportados todos os turistas que visitam a quinta, e os que ficam lá alojados pois a quinta também funciona como Turismo Rural, e quem ficar lá alojado ainda tem a grande vantagem de ter acesso a uma Praia privativa.

 Mas como agora já não existe o velhinho monta-cargas, também passou a ser por este novo teleférico que agora são transportados para os mercados locais ou para exportação, todos os produtos que são produzidos na quinta, como os Cachos de Bananas, as Papaias, as Pera Abacate, os Mangos, o Vinho, todo o tipo de Legumes Frescos e muitas coisas mais.  



 Ano de 2016, uma placa com indicações para que ninguém se perca quando visita a quinta. 



 Ano de 2016, alguns turistas na praia da Fajã dos Padres, com uma bonita paisagem com palmeiras. 



 Ano de 2016, outra fotografia com alguns turistas na praia da Fajã dos Padres, com uma bonita paisagem com palmeiras e uma das esplanadas. 



 Ano de 2016, uma das esplanada com palmeiras a fazer sombra.  



 Ano de 2016, a praia da Praia da Fajã dos Padres, onde se pode ficar à sombra debaixo de uma palmeira. 



 Ano de 2016, um caminho na quinta da Fajã dos Padres no meio de uma plantação de bananeiras. 



 Ano de 2016, outro caminho da Fajã dos Padres, este coberto com uma ramada. 



 Ano de 2016, outro caminho na Fajã dos Padres que corre ao longo da praia. 



 Ano de 2016, fotografia do cais da Fajã dos Padres, onde foram descarregados todos os materiais para a construção da estação inferior do teleférico, e onde também chegam alguns turistas de barco. 



 Ano de 2016, outra fotografia da praia da Fajã dos Padres e de algumas das casas da quinta. 



 Ano de 2016, a esplanada que fica junto ao cais. 



 Ano de 2016, novamente a esplanada que fica junto ao cais. 



 Ano de 2016, uma fotografia onde vemos uma das cabinas do teleférico em viagem. 



 Ano de 2016, fotografia tirada lá de baixo da quinta.

 Vemos lá em cima no topo da falésia, no lado esquerdo onde era a casa-de-máquinas do velhinho monta-cargas, temos agora a estação superior do teleférico, e à direita vemos a cabina do elevador panorâmico parada no cimo da imponente estrutura, que foi montada na década de 1990. 



 Ano de 2016, nesta fotografia vemos toda a estrutura do elevador panorâmico, é uma estrutura imponente.

 Com a entrada em funcionamento do novo teleférico, este elevador passou a ser um elevador de reserva, ficou remetido a um papel secundário, faz o transporte de pessoas em situações de paragem do teleférico por razões de manutenção, ou em alturas em que o teleférico não possa funcionar por o vento ultrapassar os limites aceitáveis. 



 Ano de 2016, nesta fotografia vemos o piso inferior do elevador panorâmico que foi montado em meados dos anos 90,  à direita vemos o túnel de saída escavado na encosta.

 E termino esta extensa publicação sobre o novo teleférico da Fajã dos Padres, prometendo que se voltar a ir à Ilha da Madeira vou fazer uma visita à quinta, e vou descer neste novo teleférico.

 Para fazer esta publicação tive uma conversa com o Sr. Jorge Neves, que me contou como conheceu o Eng. Jardim Fernandes, e como surgiu a ideia do primeiro elevador monta-cargas que era guiado por Cabos de Aço, já era um bocado tipo teleférico.


 Nesta publicação utilizei algumas fotografias da década de 1980, que tenho desde o tempo da Efacec, são da altura em que começaram com a montagem do primeiro elevador monta-cargas da quinta da Fajã dos Padres, que era guiado por Cabos de Aço.

 Utilizei também fotografias da década de 1990, tiradas pelo Rolando Pinto na altura em que andou a trabalhar na montagem do segundo elevador panorâmico, que está montado na estrutura metálica cravada ao longo da Falésia.

 Utilizei também algumas fotografias actuais do Manuel Francisco, de numa visita de turismo que fez à quinta da Fajã dos Padres, em que já desceu e subiu no teleférico.

 As restantes fotografias da desmontagem do velhinho monta-cargas, da montagem do novo teleférico, e também de toda a informação técnica foram-me cedidas pelo Eng. Mário Jardim Fernandes. 

Fernando Almeida