terça-feira, 21 de novembro de 2017

 Ano de 2017, um passeio por Viseu a terra de Viriato.

 Vou escrever aqui um pequeno excerto do livro A Villa de Vallongo, que dedica todo o primeiro Capitulo, que vai da página 4 até à 39, a esta parte da história da Luzitanea, da época em que viveu Viriato, no Século II AC.

 Silio Itálico no Livro III de Pello Pérsico diz, que estes povos, os Luzitanos e os Germânicos, tiveram já n'esses tempos sacerdotes, e mesmo Vates e Poetas que com os seus cânticos animavam os combatentes, aterrorizavam os inimigos, e auguravam a fortuna da guerra.

 Tal era o estado d'estes povos quando os Romanos, depois de haverem vencido o exército Carthaginez comandado por Annibal na batalha de Zama, intentaram a conquista de Hespanha, que dividiram em duas províncias, a Bética e a Luzitanea.

 Pouco tempo porem se conservaram os Luzitanos submissos a seus dominadores Romanos, e no anno 194 antes de Christo começaram contra elles uma guerra sem tréguas que durou 64 annos, em que se tornou notável um dos seus caudilhos, de seu nome Viriato, que fez tremer o orgulho de Roma.

 O Pretor romano Sérgio Galba, tendo sido desbaratado pelos Luzitanos, havia morto à traição 9000 d'estes.

 Viriato um antigo pastor dos Herminios que escapara ao morticínio, para se vingar reuniu os luzitanos, e começou então contra os Romanos uma guerra terrível de surpresas e escaramuças.

 Habituou as suas tropas a serem prontas e ligeiras como elle, a reunirem-se e a dispersarem-se ao menor sinal, e por meio d'esta hábil táctica desbaratou sucessivamente cinco Pretores e Lugar-tenentes. 

 Podia ter passado ao fio da espada todas as legiões do cônsul Fábio Serviliano, que havia tomado em uma das suas emboscadas, mas preferiu ver o senador Romano tratar de igual para igual com elle, saudá-lo com o titulo de rei, e reconhecer a sua authoridade sobre as terras que havia conquistado. 

 O cônsul Servilio Scipião, não se atrevendo a tentar a sorte das armas contra Viriato, subornou alguns officiais de sua intima confiança, de nomes Aulaces, Dictalião e Minuto, que o mataram à traição, estando elle a dormir.

 Os companheiros d'este heroe que foi Viriato ainda tentaram defender-se por algum tempo, tendo concentrado toda a guerra numa cidade no norte de Hespanha chamada Numancia, que hoje (1904), nem se sabe onde ficava, e aí foi o último baluarte da liberdade hespanhola.

 Mas não houve força que consegui-se resistir aos Romanos, que por muitos annos se mantiveram senhores destas terras.

 E assim termino este pequeno excerto sobre Viriato, que retirei do livro A Villa de Vallongo, escrito pelo nosso conterrâneo Padre Joaquim Alves Lopes Reis.

 E agora vou visitar a cidade de Viseu, onde terá vivido este nosso antepassado chamado Viriato. 

 Já por várias vezes tinha ido a Viseu, mas foi sempre em trabalho, por isso o meu conhecimento sobre a cidade não era nenhum.

 Mas agora depois desta nossa visita já posso dizer que fiquei a conhecer um bocadinho da cidade, e gostei do que vi.

 A primeira vez que fui a Viseu foi na década de 1980, há mais de 30 anos, fui com o Mário Vieira da Rocha ver um problema num Elevador do Edifício da Segurança Social.

 Mas essa minha primeira ida a Viseu, foi como costumo dizer tipo visita de médico, foi chegar a procurar o edifício, resolver o problema e vir embora.



 Foi a este edifício da Segurança Social de Viseu que fui nos anos 80.

 Já mais recentemente durante a construção do Centro Comercial Palácio do Gelo, fui a Viseu várias vezes, mas também sempre por causa dos elevadores que eram da minha Empresa, a Schindler, mas era parar o carro, fazer o que tinha a fazer nos elevadores ou nas escadas rolantes e vinha embora.

 Em nenhuma das muitas vezes que fui em serviço ao Palácio do Gelo, cheguei a conhecer nem a cidade de Viseu, nem mesmo cheguei a ver o Palácio do Gelo concluído, só o conhecia cheio de andaimes de construção civil.

 Então agora que tenho mais tempo livre, resolvi fazer uma visita a Viseu, mas com calma e com o único objectivo de ficar a conhecer um pouco a cidade.

 Assim saímos cedo de casa fomos pela A1, depois saímos para a A25 na direcção de Viseu, e lá fomos.

 Saí da A25 na saída para Viseu, depois na primeira rotunda saímos e fomos tomar café ao C. C. Palácio do Gelo, para matar saudades e ver o edifício acabado que só o conhecia cheio de andaimes das obras.



 O Centro Comercial Palácio do Gelo fica na entrada de Viseu, logo na primeira rotunda. 



 Nesta rotunda do C. C. tem uma estátua um bocadinho pró-moderna do nosso primeiro Rei Dom Afonso Henriques. 

 O Palácio do Gelo é digno de ser visitado, é o C. C. com mais pisos em altura que conheço, e todos os pisos são cruzados por escadas rolantes e passadiços o que torna muito bonito. 



 Já estou no interior do C. C. Palácio do Gelo onde paramos para tomar café, podemos ver as Escadas Rolantes da Schindler, e os passadiços aéreos que cruzam entre os vários pisos. 



 O interior do C. C. Palácio do Gelo.



 O interior do C. C. Palácio do Gelo.


 No interior do C. C. Palácio do Gelo.



 No interior do C. C. Palácio do Gelo.



 No interior do C. C. Palácio do Gelo.



 Antes desta nossa visita só conhecia o C. C. Palácio do Gelo assim cheio de andaimes, fotografia ainda do tempo da sua construção.



 Fotografia do C. C. Palácio do Gelo, ainda do tempo em que estava em construção.

 Saímos do Palácio do Gelo e seguimos, na direcção do centro da Cidade de Viseu, estacionei o carro mesmo em frente ao antigo Hospital de São Teotónio, que foi totalmente restaurado e onde funciona actualmente o Hotel Pousada de Viseu.



 O antigo Hospital de São Teotónio, onde actualmente está instalado o Hotel Pousada de Viseu.

 Já depois da inauguração do C. C. Palácio do Gelo ainda fui mais uma vez a Viseu, foi numa acção de formação da Schindler sobre Comandos de Elevadores, e como para essa acção estavam convocadas pessoas de Lisboa, de Coimbra e do Porto, decidiram fazer essa acção no Hotel Pousada de Viseu, porque assim ficava equidistante para todos os participantes.





 Mas também nesta minha ida a Viseu para ter uma acção de formação na Pousada de Viseu, não vi nada de Viseu, fui de boleia com o Belmiro, estivemos todo o dia em formação no interior da Pousada, almoçamos na Pousada e no final dia quando viemos embora já era de noite, de Viseu mais uma vez não vi nadinha.

 Como parei o carro mesmo em frente ao Hotel Pousada de Viseu, onde estive na tal formação da Schindler sobre Elevadores, fui à portaria do Hotel e pedi para fazer uma visita ao edifício.



 Agora já estou no interior do edifício do antigo Hospital São Teotónio, que agora é o Hotel Pousada de Viseu, o centro do edifício é um enorme Claustro com 26 arcos, com uma porta para em cada um dos quatro lados.



 No interior do Hotel Pousada de Viseu.



 No interior do Hotel Pousada de Viseu.



 Nos pisos superiores do Hotel Pousada de Viseu, existem amplos corredores, por cima de cada um dos arcos do Claustro central existe uma janela, e por cima de cada uma das portas existe uma varanda com balaustrada feita em ferro forjado.

 Estas janelas e varandas abertas nos pisos superiores deixam entrar a luz natural proveniente da clarabóia do topo do Edifício.

 Foi feito um trabalho de restauração notável, foi restituído ao edifício a beleza que devia ter quando da sua construção que começou em 1793, e se prolongou por mais de 50 anos.



 Numa das varandas de um dos pisos superiores do Hotel Pousada de Viseu, podemos ver a protecção da varanda que é toda feita em ferro forjado.



 As amplas escadarias em granito a quem foi devolvido o esplendor original.



 Em todos os pisos do Hotel Pousada de Viseu, para além dos quartos também existem salas de leitura e salas destinadas a conferências, foi numa destas salas que estive na tal formação da Schindler sobre Elevadores. 



 Os antigos quadros eléctricos do Hospital de São Teotónio, embora estejam fora de serviço pois já não obedecem à legislação actual, foram restaurados e estão nos seus locais originais.

 Saímos do Hotel Pousada de Viseu, e agora sempre a pé começamos a percorrer as ruas de Viseu, e fomos fotografando tudo o que achávamos de mais relevante, como é evidente devemos ter falhado montes de locais interessantes.



 Gostamos muita desta Fonte de Santa Cristina, que fica na lateral da Igreja da Nossa Sra. do Carmo, de inicio ainda pensei que fosse uma pia Baptismal.



 Na Fonte de Santa Cristina.



 Esta Fonte de Santa Cristina fica abaixo do nível das estradas envolventes.



 Nesta foto tirada do interior da Fonte de Santa Cristina, para o lado da Igreja da Nossa Sra. do Carmo podemos ver o desnível, a fonte está protegida em toda a volta por uma balaustrada toda feita em ferro forjado.



 Em seguida fomos mais para o lado do centro da Cidade, e fomos fazer uma visita à Câmara Municipal, e não me arrependi.

 A Câmara Municipal de Viseu tem um átrio de entrada lindíssimo, tem 2 imponentes escadarias, umas enormes portas em talha de madeira, uns bonitos painéis de azulejos com vários motivos, uns lustres imponentes, os tectos e a abobado tem umas bonitas pinturas.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.



 No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.

 Saímos da Câmara Municipal e continuamos o nosso passeio pela cidade, passamos por várias ruas quase totalmente dedicadas ao comercio, até que chegamos à Praça Dom Duarte que tem uma estátua do Rei que lhe dá o nome, esta praça fica mesmo colada às Ameias da Sé Catedral.



 A Praça Dom Duarte, fica mesmo colada às Ameias da Sé Catedral.



 Almoçamos nesta esplanada que fica mesmo colada às Ameias da Sé Catedral de Viseu.

 Depois de almoço fomos fomos visitar a Igreja da Misericórdia, que fica em frente da Sé Catedral de Viseu.



 A Igreja da Misericórdia, que fica mesmo em frente da Sé Catedral de Viseu.



 Na Igreja da Misericórdia.



 Na Igreja da Misericórdia.



 Na frente da Igreja da Misericórdia estão estes enormes vasos com flores de cores variadas, como nós gostamos.



 Mesmo ao lado da Igreja está o Museu Grão Vasco, também no largo da Sé, e como podemos ver também está cheio destes enormes vasos com flores de cores variadas.



 Na frente do Museu Grão Vasco.



 A parte mais antiga do Museu Grão Vasco, e a entrada principal da Sé Catedral de Viseu.



 A parte mais antiga do Museu Grão Vasco.



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 Junto ao Brasão que está na frente da Sé Catedral, e as Ameias da Catedral.



 No largo da Sé podemos ver as Ameias, e o Edifício Residencial.



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 No largo da Sé.

 E agora vamos fazer uma visita ao interior da Sé Catedral de Viseu.



 Agora já estamos no interior da Sé Catedral de Viseu a contemplar os Lustres, e as enormes colunas em granito, que sustentam as abobadas da Catedral.



 No interior da Sé Catedral de Viseu.



 No interior da Sé Catedral de Viseu.



 No interior da Sé Catedral de Viseu.



 No interior da Sé Catedral de Viseu.



 No interior da Sé Catedral de Viseu.



 As cadeiras onde se deviam sentar os Nobres para assistirem às cerimónias na Sé Catedral.



 As cadeiras onde se deviam sentar os Nobres para assistirem às cerimónias na Sé Catedral.



 A Sacristia da Sé Catedral de Viseu.



 A Sacristia da Sé Catedral de Viseu.



 As escadas de acesso ao Púlpito da Sé Catedral.



 A Porta de entrada para a Capela Baptismal da Sé Catedral.



 Junto da Pia de Baptismo da Sé Catedral de Viseu.



 A Abobada da Capela Baptismal da Sé.



 Junto da Pia de Baptismo da Sé Catedral de Viseu.



 Ainda junto da Pia de Baptismo da Sé Catedral de Viseu.



 Uma porta interior da Sé Catedral de Viseu.



 As colunas que estão a toda a volta do Claustro da Sé Catedral de Viseu.



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 Saímos da Sé e encontramos logo uma balaustrada panorâmica, de onde temos uma magnifica vista para o lado onde fazem a Feira de São Mateus, e onde está a escultura do famoso Viriato.



 Cá estou eu na balaustrada panorâmica, de onde vemos para o lado onde fazem a Feira de São Mateus, e onde está a escultura da famoso Viriato.

 No lado direito desta foto aparece uma torre em granito, que tem montado um elevador da Liftech, que dá acesso a um Funicular que vai desde cá de cima da Sé Catedral, até ao Largo onde fazem a Feira de São Mateus. 



 É na estação superior do Funicular que é feito todo o seu accionamento.

 Liguei ao meu amigo Garrido que é o especialista dos Funiculares, e fiquei a saber que o projecto e todo os trabalhos para a execução deste Funicular, foi um trabalho conjunto entre as empresas Liftech, a Efacec, e a construtora Abrantina.

 A estação superior do Funicular.



 A casa de Máquinas do Funicular é em cima, tem duas carruagens interligadas por um cabo, as carruagens circulam ambas nos mesmos carris excepto no meio do curso onde se cruzam.



 As duas carruagens do Funicular prestes a cruzar-se no meio do curso.



 As duas carruagens do Funicular prestes a cruzar-se no meio do curso.





 A Estação inferior deste Funicular de Viseu fica cá em baixo onde fazem a Feira de São Mateus, é também neste largo que está a escultura do famoso Viriato e dos seus guerreiros, ninguém precisa de vir a pé desde a Sé Catedral até cá abaixo como nós fizemos, porque a viagem é grátis.



 E finalmente chegamos à escultura do famoso Viriato e dos seus Guerreiros.



 Junto à Escultura do Viriato e dos seus Guerreiros.





 Viriato e os seus Guerreiros.

 Saímos da zona onde fazem a feira de São Mateus, e viemos novamente a pé até ao centro da Cidade.



 E cá estamos novamente no centro da cidade, Viseu também é conhecida como a cidade das rotundas, e algumas como esta que é toda ajardinada, e com esta magnífica fonte são dignas de ser vistas.



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 Ainda no centro da cidade, na escadaria de acesso à Igreja dos Terceiros de São Francisco.



 Na Igreja dos Terceiros de São Francisco.



 Na Igreja dos Terceiros de São Francisco.



 Na Igreja dos Terceiros de São Francisco.



 No centro da cidade existem muitos edifícios bonitos e muitas ruas pedonais.

 E agora vamos lanchar porque vir desde lá de baixo desde a estátua do Viriato, até cá acima ainda é longe, e como não podia deixar de ser vamos provar os famosos Viriatos de Viseu.



 Agora estamos novamente no centro da cidade, perto da Câmara Municipal, onde existem muitas esplanadas onde podemos lanchar.



 No centro da cidade, perto da Câmara Municipal, onde vamos lanchar.



 E cá estão os famosos Viriatos de Viseu.


 Os famosos Viriatos de Viseu.

 Se alguém se deu ao trabalho de ver esta nossa pequena incursão pela cidade de Viseu espero que tenha gostado, e que tenha ficado com vontade de lhe fazer uma visita que não vai ficar decepcionado. 

 Como é evidente a cidade de Viseu tem muitos mais lugares para ver e visitar mas fica para uma próxima.

Fernando Almeida