Antes de começar com a minha visita a Viseu, como quando falo de Viseu a primeira que me vem logo à cabeça é a do Viriato.
Vou por isso transcrever
para aqui um pequeno excerto do livro A Villa de Vallongo, que
dedica todo o primeiro Capitulo, que vai da página 4 até à 39, a esta parte
da história da Luzitanea, da época em que viveu Viriato, no Século II AC.
Silio Itálico no Livro III de Pello Pérsico diz, que
estes povos, os Luzitanos e os Germânicos, tiveram já n'esses tempos
sacerdotes, e mesmo Vates e Poetas que com os seus cânticos animavam os
combatentes, aterrorizavam os inimigos, e auguravam a fortuna da guerra.
Tal
era o estado d'estes povos quando os Romanos, depois de haverem vencido o
exército Carthaginez comandado por Annibal na batalha de Zama, intentaram a
conquista de Hespanha, que dividiram em duas províncias, a Bética e a
Luzitanea.
Pouco
tempo porem se conservaram os Luzitanos submissos a seus dominadores Romanos, e
no anno 194 antes de Christo começaram contra elles uma guerra sem tréguas que
durou 64 annos, em que se tornou notável um dos seus caudilhos de seu nome Viriato, que fez tremer o orgulho de Roma.
O
Pretor romano Sérgio Galba, tendo sido desbaratado pelos Luzitanos, havia morto
à traição 9000 d'estes.
Viriato um antigo pastor dos Herminios que
escapara ao morticínio, para se vingar reuniu os Luzitanos, e começou então
contra os Romanos uma guerra terrível de surpresas e escaramuças.
Habituou
as suas tropas a serem prontas e ligeiras como elle, a reunirem-se e a
dispersarem-se ao menor sinal, e por meio d'esta hábil táctica desbaratou
sucessivamente cinco Pretores e Lugar-tenentes.
Podia
ter passado ao fio da espada todas as legiões do cônsul Fábio Serviliano, que
havia tomado em uma das suas emboscadas, mas preferiu ver o senador Romano
tratar de igual para igual com elle, saudá-lo com o titulo de rei, e reconhecer
a sua authoridade sobre as terras que havia conquistado.
O
cônsul Servilio Scipião, não se atrevendo a tentar a sorte das armas
contra Viriato, subornou alguns officiais de sua intima
confiança, de nomes Aulaces, Dictalião e Minuto, que o mataram à traição,
estando elle a dormir.
Os
companheiros d'este heroe que foi Viriato ainda
tentaram defender-se por algum tempo, tendo concentrado toda a guerra numa
cidade no norte de Hespanha chamada Numancia, que hoje (1904), nem se sabe onde
ficava, e aí foi o último baluarte da liberdade hespanhola.
Mas
não houve força que consegui-se resistir aos Romanos, que por muitos annos se
mantiveram senhores destas terras.
E
assim termino este pequeno excerto sobre Viriato, que retirei do livro A Villa de Vallongo, escrito pelo nosso conterrâneo, Padre
Joaquim Alves Lopes Reis.
E agora vou contar esta nossa visita à cidade de Viseu onde viveu este
nosso antepassado, o Viriato.
Já tinha ido várias vezes a Viseu, mas tinha sido sempre em trabalho, por isso o meu
conhecimento sobre a cidade não era nenhum.
Mas agora, depois desta nossa visita já posso dizer que fiquei a conhecer um bocadinho da cidade, e gostei do que vi.
A primeira vez que fui a Viseu foi na década de 1980, há mais de 30 anos, fui com o Mário Vieira da Rocha ver um problema num elevador no Edifício da Segurança Social.
Mas essa minha primeira ida a Viseu, foi como costumo dizer tipo
visita de médico, foi chegar a procurar o edifício, resolver o problema e vir
embora.
A primeira vez que fui a Viseu, foi na década de 1980, fui a Viseu por causa deste edifício da Segurança Social.
Já mais recentemente, durante a construção do Centro Comercial Palácio do Gelo, fui a Viseu várias vezes, mas também tal como na primeira vez, foi sempre por causa dos elevadores, que eram da empresa onde eu trabalhava, a Schindler.
Mas como costumo dizer, de todas estas vezes que tinha ido a Viseu, era parar o carro, fazer o que tinha a fazer nos elevadores, ou nas escadas rolantes, e depois arrancar para vir embora.
Em nenhuma das muitas vezes que fui em serviço ao Palácio do Gelo, cheguei a conhecer nem a cidade de Viseu, nem mesmo cheguei a ver o Palácio do Gelo concluído, só o conhecia cheio de andaimes de construção civil.
Então agora que tenho mais tempo livre, resolvi fazer uma visita a Viseu, mas com calma e com o único objectivo de ficar a conhecer um pouco a cidade.
E assim fizemos, saímos cedo de casa, fomos pela A1, depois saímos para a A25 na direcção de Viseu, e lá fomos.
Saí da A25 na saída para Viseu, depois logo na primeira rotunda saímos, e fomos tomar café ao C. C. Palácio do Gelo, para matar saudades, e ver o
edifício acabado, que só o conhecia cheio de andaimes das obras.
O Centro Comercial Palácio do Gelo fica na entrada de Viseu, logo na primeira rotunda.
Nesta rotunda do C. C. tem uma estátua um bocadinho pró-moderna, do nosso primeiro Rei Dom Afonso Henriques.
O Palácio do Gelo é digno de ser visitado, é o C. C. com mais
pisos em altura que conheço, e todos os pisos são cruzados por escadas rolantes
e passadiços o que torna muito bonito.
Agora já estou no interior do C. C. Palácio do Gelo, onde paramos para tomar café, nesta fotografia podemos ver as Escadas Rolantes da Schindler, e os passadiços aéreos que cruzam entre os vários pisos.
Antes desta nossa visita só conhecia o C. C. Palácio do Gelo assim cheio de andaimes, esta fotografia ainda é do tempo da sua construção.
Depois de tomar café saímos do Palácio do Gelo, e seguimos na direcção do centro da Cidade de Viseu, estacionei o carro mesmo em frente ao antigo Hospital de São Teotónio, que foi totalmente restaurado e onde funciona actualmente o Hotel Pousada de Viseu.
É este o antigo Hospital de São Teotónio, onde actualmente está instalado o Hotel Pousada de Viseu.
Já depois da inauguração do C. C. Palácio do Gelo ainda fui mais uma vez a Viseu, fui a numa acção de formação da Schindler sobre comandos de elevadores.
E como para essa acção de formação, estavam convocadas pessoas de Lisboa, de Coimbra, e do Porto, decidiram fazer essa acção no Hotel Pousada de Viseu, porque assim ficava equidistante para todos os participantes.
Mas também nesta minha ida a Viseu para ter uma acção de formação na Pousada de Viseu, não vi nada de Viseu, fui de boleia com o Belmiro, estivemos todo o dia em formação no interior da Pousada, almoçamos na Pousada, e no final dia quando viemos embora já era de noite, de Viseu mais uma vez não vi nadinha.
E agora já estou no interior do edifício do antigo Hospital São Teotónio, que agora é o Hotel Pousada de Viseu, o centro do edifício é um enorme Claustro com 26 arcos, com uma porta para em cada um dos quatro lados.
Nos pisos superiores do Hotel Pousada de Viseu, existem amplos corredores, por cima de cada um dos arcos do Claustro central existe uma janela, e por cima de cada uma das portas existe uma varanda com balaustrada feita em ferro forjado.
Todas estas janelas e varandas abertas nos pisos superiores, deixam entrar a luz natural proveniente da clarabóia que existe no topo do Edifício.
O trabalho de restauração deste edifício foi notável, foi-lhe restituída a beleza que devia ter quando da sua construção, que começou em 1793, e
se prolongou por mais de 50 anos.
Agora estamos numa das varanda de um dos pisos superiores do Hotel Pousada de Viseu, podemos ver a protecção da varanda que é toda feita em ferro forjado.
O edifício tem amplas escadarias em granito, a quem foi devolvido o esplendor original.
Em todos os pisos deste Hotel Pousada de Viseu, para além dos quartos também existem salas de leitura, e salas destinadas a conferências, foi numa destas salas que estive na tal formação da Schindler sobre Elevadores.
Os antigos quadros eléctricos do Hospital de São Teotónio, embora estejam fora de serviço pois já não obedecem à legislação actual, foram restaurados e estão nos seus locais originais.
Saímos do Hotel Pousada de Viseu.
E agora seguindo sempre a pé, começamos a percorrer as ruas de
Viseu, e fomos fotografando tudo o que achávamos de mais relevante, mas como é
evidente devemos ter falhado montes de locais interessantes.
Gostamos muita desta Fonte de Santa Cristina, que fica na lateral da Igreja da Nossa Sra. do Carmo, de inicio ainda pensei que fosse uma pia Baptismal.
Esta Fonte de Santa Cristina fica abaixo do nível das estradas envolventes.
Nesta fotografia, tirada do interior da Fonte de Santa Cristina, com vista para o lado da Igreja da Nossa Sra. do Carmo podemos ver o desnível, a fonte está protegida em toda a volta por uma balaustrada em ferro forjado.
Em seguida fomos mais para o centro da Cidade, e fomos fazer uma visita à Câmara Municipal, e não me arrependi.
O edifício da Câmara Municipal de Viseu é lindíssimo, tem um átrio de entrada que impressiona, com 2 imponentes
escadarias, umas enormes portas em talha de madeira, uns bonitos painéis de
azulejos com vários motivos, uns lustres imponentes, os tectos e a abobado tem
umas bonitas pinturas.
No átrio de entrada da Câmara Municipal de Viseu.
Saímos da Câmara Municipal.
E continuamos o nosso passeio pela cidade, passamos por várias ruas quase totalmente dedicadas ao comércio, até que chegamos à Praça Dom Duarte que tem uma estátua do Rei que lhe dá o nome, esta praça fica mesmo colada às Ameias da Sé Catedral.
Almoçamos nesta esplanada que fica mesmo colada às Ameias da Sé Catedral de Viseu.
Depois de
almoço fomos visitar a Igreja da Misericórdia, que fica
em frente da Sé Catedral de Viseu.
Na frente da Igreja da Misericórdia, tem estes enormes vasos com flores de cores variadas, como nós gostamos.
Mesmo ao lado da Igreja está o Museu Grão Vasco, também no largo da Sé, e como podemos ver também está cheio destes enormes vasos com flores de cores variadas.
Na frente do Museu Grão Vasco.
A parte mais antiga do Museu Grão Vasco, e a entrada principal da Sé Catedral de Viseu.
A parte mais antiga do Museu Grão Vasco.
Junto ao Brasão que está na frente da Sé Catedral, e as Ameias da Catedral.
Ainda estou no largo da Sé, vemos as Ameias, e o Edifício Residencial.
E agora vamos fazer uma visita ao interior da Sé Catedral de Viseu.
Agora já estamos no interior da Sé Catedral de Viseu a contemplar os Lustres, e as enormes colunas em granito, que sustentam as abóbadas da Catedral.
As cadeiras onde se deviam sentar os Nobres, para assistirem às cerimónias na Sé Catedral.
A Sacristia da Sé Catedral de Viseu.
As escadas de acesso ao Púlpito da Sé Catedral.
A porta de entrada para a Capela Baptismal da Sé Catedral.
Junto da Pia de Baptismo da Sé Catedral de Viseu.
A abóbada da Capela Baptismal da Sé.
Uma porta interior da Sé Catedral de Viseu.
As colunas que estão a toda a volta do Claustro da Sé Catedral de Viseu.
Saímos da Sé e encontramos logo uma balaustrada panorâmica, de onde temos uma magnifica vista para o lado onde fazem a Feira de São Mateus, e onde está a escultura do famoso Viriato.
Cá estou eu na balaustrada panorâmica, de onde vemos para o lado onde fazem a Feira de São Mateus, e onde está a escultura da famoso Viriato.
No lado direito desta fotografia aparece uma torre em granito, esta torre tem montado no seu interior, um elevador da Liftech, que dá acesso a um funicular, que vai desde cá de cima da Sé Catedral, até ao Largo onde fazem a Feira de São Mateus.
A
estação superior do funicular, onde estão as máquinas que fazem o seu accionamento.
Liguei ao
meu amigo Garrido que é o especialista dos funiculares, e fiquei
a saber que o projecto e todo os trabalhos para a execução deste funicular, foi
um trabalho conjunto entre as empresas Liftech, a Efacec e a construtora
Abrantina.
A casa de máquinas do funicular é em cima.
Este funicular tem duas carruagens interligadas por um cabo, as carruagens circulam ambas nos mesmos carris, excepto no meio do curso onde se cruzam.
As duas carruagens do funicular prestes a cruzar-se no meio do curso.
A Estação inferior do funicular de Viseu, fica cá em baixo onde fazem a Feira de São Mateus.
É também neste largo que está a escultura do famoso Viriato e dos seus guerreiros, ninguém precisa de vir a pé desde a Sé Catedral até cá abaixo porque a viagem no funicular é grátis.
E finalmente cá estou eu junto à escultura do famoso Viriato e dos seus guerreiros.
Viriato e
os seus Guerreiros.
Saímos
desta zona, e fomos novamente a pé até ao centro
da Cidade.
E cá estamos novamente no centro da cidade, Viseu também é conhecida como a cidade das rotundas, e algumas como esta que é toda ajardinada, e com esta magnífica fonte são dignas de ser vistas.
Ainda no centro da cidade, na escadaria de acesso à Igreja dos Terceiros de São Francisco.
No centro da cidade existem bonitos edifícios, e muitas ruas pedonais.
E agora
vamos lanchar, porque vir desde lá de baixo, desde a estátua do Viriato, até cá
acima ainda é longe, e como não podia deixar de ser vamos provar os famosos Viriatos de
Viseu.
Agora estamos novamente no centro da cidade, perto da Câmara Municipal, onde existem muitas esplanadas onde podemos lanchar.
No centro da cidade, perto da Câmara Municipal, onde vamos lanchar.
E cá estão os famosos Viriatos de Viseu.
Se alguém se deu ao trabalho de ver esta nossa pequena incursão pela cidade de Viseu espero que tenha gostado, e que tenha ficado com vontade de lhe fazer uma visita que não vai ficar decepcionado.
Como é evidente a cidade de Viseu tem muitos mais lugares para ver e visitar, mas fica para uma próxima.
Fernando Almeida
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