Histórias antigas do tempo da Divisão de
Elevadores da Efacec.
Os
Elevadores da Quinta da Fajã dos Padres na Madeira.
Foi este o primeiro Elevador Monta-Cargas que foi montado na Quinta da Fajã.
Era esta a Casa de Máquinas do primeiro Elevador Monta-Cargas, que foi montado na Fajã dos Padres na Madeira.
Como se impunha, antes de fazer esta publicação falei com o Eng. Mário Jardim Fernandes a pedir a sua autorização.
No email de resposta o Eng. Mário Jardim disse que o apanhei num momento de grande nostalgia, porque precisamente esta semana vai começar a desmontar este seu primeiro elevador, o Monta-Cargas com guiagem feita por Cabos de Aço, e no seu lugar vai instalar um teleférico, e que isso o estava a deixar muito nostálgico, pela carga histórica e sentimental que o desaparecimento deste seu primeiro projecto lhe provoca.
Mas como diz o ditado a sorte favorece os audazes, por isso esta nova aventura em que se está a meter vai correr-lhe bem.
Vou agora utilizar algumas fotografias do Rolando Pinto, para explicar como era o funcionamento do primeiro elevador monta-cargas que foi montado na quinta da Fajã dos Padres.
Nesta fotografia vemos o Rolando a entrar na cabina
do elevador monta-cargas, vai fazer uma viagem até lá abaixo até ao nível do Mar.
Agora nesta fotografia vemos a cabina a começar a descer, como vemos o Rolando vai com a porta aberta para ver a falésia.
Este Elevador tem um
curso de 350 metros, que é o equivalente a um edifício de mais de 100
andares, como a velocidade de funcionamento do elevador é de 1 metro por segundo, o tempo de viagem é de mais de 6 minutos.
Agora uma fotografia também tirada pelo Rolando de quando o Contrapeso cruzou com a Cabina.
Agora vemos o contrapeso do antigo elevador monta-cargas, parado no topo
da Falésia.
Como podemos ver os 4 interruptores, 2 de Redução de Velocidade, e 2 de Paragem estão todos no piso superior.
Estes interruptores são actuados pela Cabina quando esta chega cá acima, e depois são actuados pelo contrapeso quando a Cabina chega lá
abaixo, não existe nenhuma electrificação entre a Casa de Máquinas e o piso inferior ao nível da quinta.
Uma fotografia panorâmico onde vemos o contrapeso parado cá em cima, portanto a Cabina está
parada lá em baixo a 350 metros.
A história da montagem
deste elevador na Quinta da Fajã dos Padres na Madeira começou mais ou menos assim:
No
início dos anos 80 o Eng. Mário Jardim, encomendou à Divisão de Elevadores da Efacec, o projecto e todo o material para um Elevador de Carga, que queria montar na Quinta da Fajã dos Padres, na Madeira.
Outra fotografia panorâmica também tirada do topo da falésia,
vemos lá em baixo a 350 metros o Mar e um bocado da Quinta da Fajã dos Padres.
Mas o caderno de encargos para este Elevador de Carga da
Quinta da Fajã era um bocado complicado.
O elevador seria composto por uma Casa de Máquinas que como vemos fica no topo da falésia, a máquina teria que ficar recuada, e teria rodas de desvio para fazer as prumadas dos cabos de tracção, para a cabina e para o contrapeso.
O elevador seria composto por uma Casa de Máquinas que como vemos fica no topo da falésia, a máquina teria que ficar recuada, e teria rodas de desvio para fazer as prumadas dos cabos de tracção, para a cabina e para o contrapeso.
Tanto
a cabina como o contrapeso como também vemos seriam guiados por cabos de aço, que ficariam amarrados
no topo da falésia, e a tensão desses cabos guia seria feito lá em baixo no final do
curso de mais de 350 metros, ao nível da quinta com uns enormes e pesados blocos
de betão, que os esticariam e manteriam sempre em tensão.
Nesta fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, vemos a
Cabina parada no piso inferior ao nível da Quinta, e podemos ver os 4 enormes pesos de betão que mantém os cabos guia sempre em tensão.
Só
o pensar em montar uma coisa desta envergadura assusta qualquer Montador de
Elevadores.
A Divisão de Elevadores da Efacec lá fez o projecto para a montagem deste elevador de carga, e forneceu todo o material para a casa de máquinas, para o comando eléctrico, forneceu a máquina, as rodas de desvio, os mancais, a cabina e o contrapeso.
Depois todos
os trabalhos no local, como fazer a casa de máquinas, montar a máquina, montar os mancais das rodas de desvio, montar o quadro de comando, os cabos que serviam de guia para a Cabina e para o Contrapeso, montar toda a estrutura para os manter em
tensão, montar a cabina, montar o contrapeso, passar os cabos de tracção para a cabina e para o contrapeso, e depois fazer a posta em marcha foi feita por pessoal local, tudo contratado pelo Eng. Mário
Jardim.
Nesta fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, vemos o início da construção da casa de máquinas no topo da falésia.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, vemos o início da construção da casa de máquinas no topo da falésia.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, de quando estavam a lançar os cabos-guia e os cabos de suspensão para a cabina e para o Contrapeso.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, nesta altura estavam a lançar os cabos-guia, e os cabos de suspensão para a cabina e para o contrapeso, vemos um funcionário em cima do
contrapeso amarrado aos cabos de suspensão por um cinto de segurança.
Quando olhamos para a fotografia acima, e vemos o técnico preso pelo cinto de segurança aos cabos de suspensão, ficamos com a ideia de como é que alguém pode estar em cima de uma estrutura tão frágil.
Mas se analisar-mos bem a fotografia que ponho abaixo, já
vamos ver que o sistema de roletos que existiam no contrapeso e na
Cabina era bastante seguro.
Nesta fotografia podemos ver em pormenor que foram tomadas 3 medidas de segurança em cada um dos 4 pontos de contacto tanto no contrapeso, como na cabina, conforme descrevo a seguir:
1) A primeira medida de segurança, eram 2 roletos principais que abraçavam completamente o cabo guia.
2) A segunda medida de segurança, eram outros 2 roletos de diâmetro inferior que trabalhavam a 90 graus relativamente aos principais, portanto os cabos guia ficavam abraçados a 360 graus.
3) A terceira medida de segurança, era que depois dos cabos guia passarem por estes 4 roletos que o abraçavam a 360 graus, ainda passavam por uns tubos metálicos, que caso se partisse algum dos 4 roletos, iriam garantir que quer fosse a cabina, ou o contrapeso se iriam manter na mesma guiados pelos cabos guia.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, ainda andavam a passar os cabos de suspensão.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, onde vemos a Cabina parada no piso
inferior ao nível da Quinta, podemos ver os enormes blocos em betão que
mantinham em tensão os 4 cabos guia da cabina e do contrapeso.
Outra fotografia da década de 1980, da altura da montagem deste primeiro monta-cargas, podemos ver como era a quinta antes de ser montado este primeiro elevador de carga.
Agora nesta fotografia actual com o mesmo enquadramento
da anterior, podemos ver a transformação que a quinta sofreu depois que passou
a ter elevadores, até foi convertida numa estância turística.
Este
primeiro Elevador de Carga montado na Quinta da Fajã é composto por:
- Uma máquina de tracção, constituída por um motor acoplado a uma máquina de engrenagem com senfim + roda de coroa, com um tambor de travagem.
Máquina RVIII da Efacec.
- Tem 4 rodas de desvio montadas em mancais, que fazer as prumadas dos cabos de suspensão para a cabina e para o contrapeso.
- Um quadro de comando automático simples de 2 velocidades.
- A velocidade nominal do elevador é de 1 metro por segundo.
- No piso superior no topo da falésia, existe uma botoneira com um botão de chamada, outro de envio, e um botão de stop, não existe qualquer electrificação entre a Casa de Máquinas e o piso inferior ao nível da quinta.
- Os Interruptores de mudança de Velocidade e de Paragem, também estão todos montados no piso superior, são actuados pela
Cabina quando esta chega ao piso superior, e depois quando a Cabina chega
lá abaixo os interruptores são actuados pelo Contrapeso, conforme se pode
ver na fotografia que ponho abaixo.
- A única precaução que este Elevador
tem relativamente a outro qualquer, é que quando se faz uma Chamada ou um Envio este só arranca ao fim de um tempo programado.
Como podemos ver nesta fotografia os 2 interruptores de mudança de velocidade, e os 2 interruptores de paragem, estão todos montados no piso superior, são actuados pela cabina quando
esta chega cá acima, e depois pelo contrapeso quando a cabina chega lá abaixo.
..........
Outra
fotografia actual, onde podemos ver lá em baixo a mais de 350
metros a Quinta da Fajã dos Padres, que agora é uma estância turística.
Outra
fotografia actual, onde podemos ver lá em baixo a
mais de 350 metros o cais de acostagem para os barcos que vão visitar a Quinta.
Agora
vou contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da
Madeira, sempre ao serviço da Divisão de Elevadores da Efacec.
Conheço o Eng. Duarte Afonso desde a primeira viagem de trabalho que fiz à Madeira, no início dos anos 80.
Na minha primeira ida em trabalho à Madeira fui resolver alguns problemas que estavam a acontecer em alguns Elevadores, estive num edifício dos "ctt" no Funchal, que tinha
um comando QS-2 duplex da Efacec, estive no hotel Carlton que tinha uns elevadores com um comando QS-triplex, e em mais algumas instalações.
De
todas as vezes que me desloquei à Ilha da Madeira ao serviço da Efacec, foi
sempre o Eng. Duarte Afonso quem me foi buscar e depois levar ao Aeroporto, e foi sempre
ele que me acompanhou, conheço quase toda a Ilha da Madeira graças a ele.
Logo
nesta minha primeira ida à Madeira o Eng. Duarte Afonso levou-me a conhecer a
Quinta da Fajã dos Padres, desci pela primeira vez neste monta-cargas que era
guiado por cabos de aço até lá abaixo à quinta.
Até posso dizer que não senti medo nesta primeira vez que andei neste elevador de carga, mas aquilo impõe respeito, conheço muito boa gente que nem um pé meteriam dentro da cabina.
Na
altura desta minha primeira ida à Madeira ainda não existia nem sequer se falava no Elevador Panorâmico, que só muito mais tarde veio a ser montado na Quinta da Fajã.
E por agora vou deixar a história do primeiro elevador monta-cargas, e
vou falar sobre o novo elevador panorâmico que alguns anos mais tarde foi lá montado.
Vou agora pôr algumas fotografias do elevador panorâmico que mais tarde foi montado na Quinta da Fajã, e pelo meio vou contar à minha maneira um bocadinho da história deste novo projecto do Eng. Mário Jardim Fernandes.
Nesta fotografia actual tirada cá de cima do topo da falésia, podemos ver o início da estrutura do elevador panorâmico, lá ao fundo a mais de 350 metros vemos o cais de embarque.
Outra fotografia actual, onde
vemos o início da estrutura do elevador panorâmico.
Agora vou continuar a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da
Madeira, e pelo meio vou postar fotografias do novo elevador panorâmico:
Alguns anos mais
tarde, já nos anos 90 o Eng. Duarte Afonso veio ao Porto, lembro-me
bem desta vinda porque fui eu quem o fui buscar, e depois levar ao
Aeroporto de Pedras Rubras.
O objectivo da sua vinda ao Porto foi para
encomendar à Efacec uma modernização para uma bateria de elevadores triplex, para o antigo Hotel Savoy no Funchal.
O antigo Hotel Savoy.
Esta bateria de elevadores triplex do antigo Hotel Savoy que iam ser modernizados, tinham a velocidade nominal
de 2 metros por segundo, e a modernização constava do seguinte:
- A banca da máquina, e a máquina de engrenagem como estavam em bom estado eram para manter,
mas seriam montados novos motores de tracção e reguladores de velocidade Dinalift, da Loher (empresa Alemã).
- Eram
para montar novos quadros de comandos, novas botoneiras nas cabina e nos patamares, e era para substituir toda a instalação eléctrica.
- Foram montados uns novos quadros de comando "qcp-triplex", com um clp40, (controlador lógico programável).
Como era uma modernização complicada, passei várias semanas na Madeira para fazer a posta em marcha
do primeiro Elevador, e depois continuei ao final da modernização.
Durante as várias semanas que andei a trabalhar nesta modernização, tenho que dizer que fiquei sempre alojado no Hotel Savoy de
forma gratuita.
Quase todos os dias o Eng. Duarte Afonso passava pelo Hotel para ver como
estava a correr a modernização, num certo dia perguntou-me onde ia almoçar, eu disse-lhe que ia a uma esplanada da
Marina como fazia todos os dias, então o Eng. Duarte Afonso diz que vai almoçar comigo.
O Hotel
Savoy tinha uma saída lateral que dava para uma rua que ia directa para a marina, do hotel à marina eram 5 minutos a pé.
Eu almoçava
sempre sozinho, porque os técnicos do Afonso Camacho que andavam a
trabalhar comigo na modernização iam todos almoçar a casa.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da divisão de elevadores da Efacec:
Estou
eu e o Eng. Duarte Afonso a almoçar na esplanada da Marina a falar de
veleiros, que era o assunto preferido do Eng. Duarte Afonso, e quem é que aparece
para almoçar, o Eng. Mário Jardim, sentou-se
connosco, lá almoçamos e às tantas diz o Eng. Mário Jardim:
- Estou a pensar
candidatar-me a uns apoios, para montar uma conduta para trazer água
desde o reservatório que fica no topo da falésia, até lá abaixo à Quinta da Fajã para
irrigação, e como para passar essa conduta vai ser necessário montar uma estrutura metálica cravada na falésia, estou a pensar aproveitar essa
estrutura para montar um elevador panorâmico.
E assim se monta-se esse Elevador
Panorâmico já podia receber na quinta turistas sem ser por barco, e
transformava aquilo numa quinta de turismo rural.
O início da estrutura metálica do novo elevador panorâmico, vemos as toalhas de cabos de tracção que vão para a cabina
e para o contrapeso a passar nas respectivas rodas de desvio.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da Divisão de Elevadores da Efacec:
Depois
que o Eng. Mário Jardim falou no elevador panorâmico, a conversa mudou
logo para o ramo dos elevadores,
acabamos de almoçar e nessa tarde já não fui para o Hotel Savoy,
fomos directos para a Quinta da Fajã.
Chegamos
ao topo da falésia que dá acesso à Quinta da Fajã, paramos o carro e descemos
no monta-cargas até lá abaixo, o Eng. Mário Jardim leva-nos para os
balneários da quinta, para nos equiparmos para ir apanhar umas lapas, eu
disse logo que não mergulhava, nadar para mim só em piscinas, ou então na praia, mas tenho que saber sempre que tenho pé, porque senão fico logo aflito.
Fomos
para o cais de acostagem dos barcos, e o Eng. Mário Jardim e o Duarte Afonso lá
mergulharam com sacos e facas para arrancar lapas, eu o máximo que fiz foi
descer por uns degraus em ferro que estavam cravados no cais, entrava na água e vinha logo para cima deitar-me ao sol,
aquilo até metia medo, nem se via o fundo.
Ainda o inicio da estrutura metálica do elevador panorâmico.
O interior da casa de máquinas do novo elevador panorâmico montado na Quinta da Fajã.
Nesta fotografia vemos
a máquina de tracção e o sistema hidráulico de travagem de cabos, que
trava os cabos de imediato em caso de detecção de excesso de velocidade,
ou se acontecer qualquer movimento nos cabos de tracção, sem que tenha existido ordem do comando.
Outra
fotografia do interior da casa de máquinas do novo elevador panorâmico.
O sistema hidráulico de travagem de cabos aplicado neste elevador panorâmico é da "bode", (empresa Alemã).
Este sistema de travagem é composto por um quadro de controle, por um
Compressor, e por sistema hidráulico que trava os cabos de imediato
em caso de detecção de excesso de velocidade, ou se houver qualquer movimento nos cabos de tracção, sem que tenha existido ordem do quadro comando.
Este elevador panorâmico tem uma sirene de alarme, que soa no caso
da cabina parar de emergência fora da Zona de Portas.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da Divisão de Elevadores da Efacec:
O
Eng. Mário Jardim e o Duarte Afonso lá acabaram de apanhar as lapas, e
subiram pelos degraus de ferro, ainda ficamos um bocado no cais a olhar para a falésia, para ver qual seria a melhor localização para montar uma estrutura metálica para
suportar a conduta da agua, e o elevador panorâmico.
Depois
fomos para a casa da quinta, o Eng. Mário Jardim entregou
as lapas à caseira que nos preparou um lanche, durante o
lanche aquilo foi só fazer desenhos de estruturas metálicas com um elevador panorâmico, e uma conduta de agua.
Acabei a modernização dos elevadores do Hotel Savoy, regressei ao Porto, e nunca mais ouvi falar nem da Quinta da Fajã, nem no novo elevador panorâmico.
É este o quadro de comando "cpu-vvvf", do elevador panorâmico da Quinta da Fajã.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da Divisão de Elevadores da Efacec:
Algum
tempo depois a Efacec Elevadores vendeu mais 4 elevadores para a "Urbanização dos
Ilhéus", eram uns elevadores topo de gama, as cabinas eram lindíssimas, eram
todas revestidas a madeira ao gosto do arquitecto, os comandos eram "QCP-duplex", com regulação de velocidade feita por um regulador "Revac" de fabricação Efacec, como era uma obra complicada também acompanhei a obra
semanalmente, andei lá até à sua conclusão.
Numa
das semanas em que andava a trabalhar nesses elevadores da "Urbanização dos
Ilhéus", foi comigo o Eng. Teixeira Dias, que nesta altura já era o chefe do desenvolvimento da recém criada Efacec Elevadores S.A.
Durante
essa semana que o Eng. Teixeira Dias esteve comigo no Funchal ficamos alojados
no Hotel Carlton, que tinha no Edifício principal uma bateria de elevadores triplex da Schindler, e no Edifício que descia tipo escadas para o lado
do Mar, tinha uma bateria de elevadores também triplex da Efacec, que
foram montados pelo sr. João Tavares, este triplex da Efacec tinha umas Cabinas
lindíssimas, eram todas revestidas a Latão.
Durante essa semana que o Teixeira Dias esteve na Madeira, o Eng. Duarte Afonso levou-nos a ver várias instalações de elevadores, e, como não podia
deixar de ser, porque era uma visita obrigatória para toda a gente da Efacec que fosse à Madeira, fomos fazer uma visita à Quinta da Fajã dos Padres, para
andar no elevador Monta-Cargas.
E assim lá
fui eu fazer a minha terceira visita à Quinta da Fajã, paramos o carro no topo
da Falésia e descemos no Elevador de Carga, na quinta fomos mais uma vez ver a Falésia, para ver o melhor local para instalar a Estrutura Metálica, para suportar a conduta da água e o elevador panorâmico.
Depois
fomos para a casa da quinta, a governanta preparou-nos um lanche, durante
o lanche aquilo foi novamente só desenhos de estruturas metálicas com uma conduta de água, e com um elevador panorâmico ao lado, mas agora a conversa e os
desenhos já eram mais a sério, pois o Eng. Teixeira Dias como já disse nesta altura já era o chefe do desenvolvimento da Efacec Elevadores S.A.
Ainda o quadro de comando "cpu-vvvf" do novo elevador panorâmico da Quinta da Fajã.
Nesta fotografia vemos o receptor "Satel", via rádio que faz a comunicação entre o quadro de comando, montado
na casa de máquinas e a cabina do elevador.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da divisão de elevadores da Efacec:
O
Eng. Teixeira Dias esteve essa semana comigo na Madeira, depois viemos embora, e passado algum tempo o que era um sonho do Eng. Mário Jardim tornou-se
realidade.
A estrutura metálica que está fixada à falésia foi projectada, e executada, e montada por pessoal local.
O
projecto de toda a parte mecânica do elevador panorâmico, da casa de máquinas, da cabina com portas automáticas,
do contrapeso, das rodas de desvio e de toda a restante mecânica, foi feito pelo Eng. Caldeira da Silva.
Fotografia
tirada do interior da cabina do elevador panorâmico, vemos lá em baixo um
bocadinho da quinta.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da divisão de elevadores da Efacec:
O Eng.
Teixeira Dias foi o responsável pelo projecto de toda a parte eléctrica do elevador, foi um projecto único, é um comando "cpu-vvvf", mas com 2 cartas de micro a comunicarem entre si via rádio.
Uma
das carta de micro está no quadro de comando da casa de máquinas, e a outra fica
na cabina, é esta carta de micro da Cabina que gere todas as informações da cabina, da botoneira de cabina, do botão de abrir e de fechar portas, das chaves de reserva, da barreira óptica, dos fins de curso das portas automáticas, do interruptor de para-quedas, etc.
Outra
fotografia também tirada do interior da cabina do novo elevador panorâmico, agora já vemos melhor a quinta lá em baixo, já estamos mais perto.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da divisão de elevadores da Efacec:
Como já disse a carta de micro que está montada na casa de máquinas, comunica com a carta
de micro da cabina via rádio, não existe qualquer ligação eléctrica feita por cabo de manobra entre a casa de máquinas e a cabina, por isso numa das fotografias vemos uma antena montada no cimo da estrutura metálica.
Mas é um sistema muito fiável, se existir a mais pequena falha nesta comunicação via rádio, é feita de imediato uma paragem de emergência do elevador, e toca a sirene de alarme.
Todos
os componentes da cabina, desde a carta de micro, a iluminação de cabina, o ar condicionado, a botoneira de cabina, todos circuitos de segurança, etc, são alimentados por uma "ups" que está montada em cima da cabina, a carga dessa "ups" é feita sempre que a cabina
pára num dos pisos através de tróleis.
Este novo elevador panorâmico tem uma capacidade de 21 pessoas, ou 1600 Kg de
carga.
Continuando a contar algumas passagens das minhas viagens em trabalho à Ilha da Madeira, sempre ao serviço da divisão de elevadores da Efacec:
Acompanharam
a montagem e a posta em marcha deste novo elevador panorâmico, o Eng. Caldeira da Silva, o Eng.
Teixeira Dias, e o Belmiro Madeira.
Quem fez a montagem da parte mecânica deste elevador panorâmico foi o Quim Pereira, quando foi para passar os cabos de suspensão para a cabina e para o contrapeso, também andaram lá a trabalhar o Rolando Pinto e o Sr. Costa.
Um folheto
publicitário da Quinta da Fajã dos Padres, que está afixado no interior da
cabina deste novo Elevador Panorâmico.
Uma fotografia onde vemos toda a estrutura metálica do elevador panorâmico, vemos a cabina parada lá em baixo.
1) - A Cabina a iniciar o movimento de subida.
2) - A Cabina continua a subir.
3) ..........
4) ..........
5) ..........
6) - A Cabina continua a subir, está quase a chegar ao piso de cima
já reduziu de Velocidade.
7) - A Cabina acabou de parar no piso superior no topo da falésia, este Elevador
Panorâmico tem 250 metros curso, como a Velocidade é de 1 metro por segundo, a viagem durou cerca de 260 segundos, 4,5
minutos, a viagem é um bocado demorada mas assim dá para apreciar a paisagem.
Agora vou por algumas fotografias tiradas lá em baixo ao nível da quinta da Fajã dos
Padres.
Nesta
primeira fotografia ao nível da Quinta da Fajã, vemos a Aida a percorrer um dos
muitos caminhos que existem na quinta.
A praia na Quinta da Fajã.
Fotografia tirada do cais de acostagem dos barcos,
vemos o túnel de saída do elevador panorâmico.
Uma fotografia tirada de um barco, com vista para a Quinta da Fajã.
Uma fotografia também
tirada lá de baixo da quinta num dia de Nevoeiro, nem se vê o topo da falésia.
Agora
vou pôr algumas fotografias onde se vê a enorme estrutura metálica que foi montada pela
encosta abaixo, para alojar o elevador panorâmico e a conduta da água.
Nesta
fotografia vemos no lado esquerdo os cabos-guia do velhinho monta-cargas a cruzarem na frente do novo elevador panorâmico.
Agora
nesta fotografia vemos toda a estrutura do elevador panorâmico, com a cabina
quase a chegar cá abaixo à quinta.
Nesta
fotografia vemos no lado esquerdo a cabina do velhinho monta-cargas, e
vemos a estrutura do elevador panorâmico.
Nesta fotografia vemos no topo da falésia a casa de máquinas
do velhinho monta-cargas, e à sua direita vemos a estrutura do elevador panorâmico com a cabina parada lá em cima.
Nesta
fotografia podemos ver no lado esquerdo da estrutura, o passadiço que dá acesso ao túnel escavado na encosta por onde se faz a saída do Elevador.
Agora vou por algumas fotografias do passadiço e do túnel que foi escavado na encosta, por onde se faz a saída da cabina do elevador.
Este elevador não vem até ao nível da quinta, o seu curso termina 100 metros acima do nível do Mar, o resto do percurso é feito por umas escadarias.
Nesta
fotografia podemos ver o
passadiço e a boca do túnel, que foi
escavado na encosta para a saída do Elevador.
..........
..........
Saindo do elevador panorâmico primeiro passamos por este passadiço, depois vamos entrar num túnel que foi
escavado na encosta para começarmos a descer para a quinta.
Depois
do passadiço, começamos a descer por este túnel que foi escavado na encosta para dar acesso à quinta.
Ainda no túnel que foi escavado na encosta para
fazer o acesso à Quinta, agora já começamos a ver a luz do
dia.
Agora saindo do túnel já começamos a ver a luz do
dia, vamos começar a descer para a quinta.
Agora já começamos a ver a Quinta e o
Mar lá em baixo.
..........
As escadas de acesso à quinta depois de sair do túnel.
Nesta
fotografia podemos ver com todo o pormenor um lanço da estrutura metálica e a cabina do elevador panorâmico, por detrás da cabina vemos a conduta que
trás a água desde o reservatório que fica no topo da falésia.
Por
nostalgia, para ficarem aqui guardadas para a posteridade, vou postar aqui algumas fotografias do antigo Hotel Savoy no Funchal com a beleza com
que o conheci.
A
entrada do antigo Hotel Savoy no Funchal.
Interiores
do antigo Hotel Savoy.
O
imponente lustre que existia na hall de entrada do antigo Hotel
Savoy.
Interiores do antigo Hotel Savoy.
Interiores do antigo Hotel Savoy.
No lado direito do Hotel Savoy vemos a rua por onde eu descia para ir
almoçar à marina.
O
antigo Hotel Savoy era composto por duas partes, tinha o corpo
principal que se vê no lado direito, depois para se
aceder às piscinas e ao mar tinha-mos que sair por uma porta lateral do hotel, atravessávamos a rua e descíamos noutros elevadores até ao nível do mar, onde estavam as piscinas.
O Edifício que se vê em cima no lado direito é o Hotel Carlton, onde fiquei alojado quando andei a trabalhar nos elevadores da Urbanização dos Ilhéus.
Ainda o antigo Hotel Savoy.
E agora vemos o fim do antigo
Hotel Savoy que deu lugar a uma moderna unidade hoteleira.
Vou também anexar aqui o texto de uma entrevista feita ao Eng. Mário Jardim Fernandes, e à sua esposa Maria Isabel Vilhena de Mendonça Jardim Fernandes, que gostei muito de ler.
E
como costumo dizer prontus terminei, se alguém se deu ao trabalho de
ler esta extensa publicação sobre os Elevadores da Quinta da Fajã
dos Padres, espero que tenha gostado.
Fernando Almeida