segunda-feira, 14 de outubro de 2019


 Histórias antigas de Vallongo.

 Esta minha publicação é sobre duas antigas famílias de Valongo, que estiveram muito ligadas às pedreiras de ardózia, e às fábricas de lousas escolares.

 São elas a família do lado da minha mãe os Paulinos, e a família do lado do meu pai os Balôas.



 Eu sou o Fernando Almeida, e também sou conhecido por alguns colegas por Fernando Paulino.



 Para fazer esta publicação fui à Empresa de Lousas de Valongo.



 Lousas e penas escolares em Ardózia de Valongo.



 Fui à Empresa de Lousas de Valongo falar com o senhor Rui de Matos, para lhe pedir informações que me faltavam sobre as duas pedreiras de que vou falar, e também para tirar algumas fotografias.



 A dimensão da pedreira de ardósia a céu aberto da Empresa de Lousas de Valongo, é impressionante.



 A Empresa de Lousas de Valongo.



 A Empresa de Lousas de Valongo.



 A Empresa de Lousas de Valongo.



 A Empresa de Lousas de Valongo.

 Como já disse fui á ELV, falar com o Sr. Rui de Matos para lhe pedir informações sobre duas empresas, a Sociedade Louzífera do Outeiro, e a Fonseca & Costa Lda, duas empresas que foram começadas por pessoas da minha família, e que agora são propriedade da Empresa de Lousas de Valongo.



 A Sociedade Louzífera do Outeiro, e a Fonseca, Costa & Companhia, Lda, são as duas empresas de que vou falar nesta publicação. 

 E agora vou começar por contar a história da família dos Paulinos.

 A minha terra, que é Valongo tem ligações seculares à industria das pedreiras de Ardósia, e às Fábricas de Lousas Escolares.

 E do mesmo modo que a história de Valongo está intimamente ligada às pedreiras de Ardósia, e às fábricas de lousas escolares, também a família dos meus antepassados até à minha geração, tiveram uma ligação muito estreita com essas duas Indústrias.

 Todos os 7 irmãos da minha mãe, da família dos Paulinos, e 5 dos irmãos do meu pai, da família dos Balôas, estiveram toda a vida ligados às pedreiras de Ardózia, e às fábricas de Lousas e Penas Escolares.



 A minha mãe, a Teresa Paulina, e o meu pai o Lino Balôa, estiveram toda a vida ligados às pedreiras de Ardózia, e às fábricas de Lousas Escolares.



 Os meus avós maternos da família dos Paulinos, a Theresa, e o António Paulino no início da vida de casados, foram proprietários de uma fábrica de lousas escolares, que ficava ao lado da casa onde habitavam, que era no Lugar da Ilha, em Valongo.

 Mas alguns anos mais tarde, o meu avô herdou do meu trisavô, o tal que se chamava Paulino Ferreira da Rocha, uma pedreira de Ardósia, que estava registada com o nome de Sociedade Louzífera do Outeiro.

 Esta pedreira agora herdada pelo meu avó, como o próprio nome indica, ficava no Lugar do Outeiro, em São Martinho do Campo.

 Esta pedreira pertenceu ao meu avô até à sua morte, que aconteceu no ano de 1934.

 Esta pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, depois da morte do meu avô continuou ainda a pertencer à família dos Paulinos, até que teve o seu fim, no ano de 1956, devido a um desabamento de enormes dimensões, conforme contarei mais à frente. 




 Como se pode ler no assento acima, o meu tio Manuel da Costa, que estava casado com a irmã da minha mãe, a tia Maria Paulina, foi exonerado do cargo de gerente da Sociedade Louzífera do Outeiro, em Julho de 1959.

 Mas apesar desta pedreira estar encerrada à mais de 60 anos, hoje em dia em São Martinho do Campo ela ainda é conhecida como a pedreira do Paulino, devido ao nome do meu trisavó, que como já disse se chamava Paulino Ferreira da Rocha.

 Existe uma antiga planta topográfica onde está representada toda a Região Ardozìfera de Valongo, onde aparece a pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro.




 Esta antiga planta topográfica da Região Ardozìfera de Valongo, é um rolo de papel amarelo, já envelhecido pelos anos, com cerca de dois metros de comprimento.

 Nesta planta está representada toda a Zona Ardózífera, que atravessa Valongo de lés a lés, começa bem lá no fundo do Susão, na Capela de São Bartolomeu, e termina no Lugar das Vinhas, já no fundo de São Martinho do Campo.

 A Zona Ardozífera representada nesta  Planta Topográfica tem uma extensão de mais de 10 Km, nela aparecem as Louseiras que na altura estavam em laboração, também aparecem as louseiras que na altura estavam com a lavra paralisada, e as louseiras abandonadas. 

 Como se vê nesta antiga planta a pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, fica logo à frente da Ponte da Milhária sobre o Rio Ferreira, mesmo ao lado da Linha dos Caminhos de Ferro do Douro.

 Toda esta zona do Outeiro ainda está como estava no ano de 1956, quando  aconteceu o desabamento que levou ao encerramento da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro. 

 Na imagem acima vemos:

 1) a pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro.

 2) a Ponte Ferroviária da Milhária sobre o Rio Ferreira, vemos também a linha férrea do Douro que entretanto já passou a via dupla, e para isso foi feita uma nova ponte ao lado da antiga.

 3) e também vemos a Empresa de Lousas de Valongo. 




 Nesta antiga fotografia vemos um comboio a vapor a atravessar a Ponte Ferroviária da Milhária, sobre o Rio Ferreira, esta ponte foi inaugurada em 1875, e faz parte da linha férrea do Douro.

 No lado esquerdo vemos as escombreiras da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro.

 A Ponte Ferroviária da Milhária, a linha férrea do Douro entretanto foi modernizada e passou a via dupla, e para isso foi construída uma outra ponte em betão armado, ao lado da antiga ponte.

 Lá ao fundo, por entre os pilares da ponte, vemos as escombreiras da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro.




 O meu avô materno António Paulino, que não cheguei a conhecer.

 Porque ele nasceu em 1885, e faleceu muito novo, em 1934, com 49 anos de idade, devido uma doença profissional que é conhecida como Silicose, que mais cedo ou mais tarde, acabava por matar a maioria dos trabalhadores da Industria Mineira da Ardósia, até o meu pai faleceu devido a esta doença.

 E como estava a dizer, como o meu avô António Paulino faleceu muito novo, não teve grande tempo para desenvolver a pedreira, nem sequer chegou a tirar dela grandes proventos.

 Segundo contava a minha mãe, o meu avô estaria já bastante doente, e nessa altura terá tido várias propostas para a compra da pedreira.

 Ainda segundo a minha mãe, uma das propostas que terão feito ao meu avô, para a compra da pedreira teria sido pelo valor de 200 contos, um valor já muito considerável para a época, estávamos em 1934, mas segundo a minha mãe o meu avô terá recusado a oferta, e terá dado como resposta, um ...upa ...upa.

 Mas ainda segundo a minha mãe, o meu avô cometeu um grande erro para com os descendentes, ao não ter aceitado vender a pedreira por 200 contos. 

 Porque pouco tempo depois morte do meu avô, como os descendentes não chegaram a acordo sobre quem ficaria com a pedreira, acabou por ser feita uma venda Judicial.

 E quem acabou por comprar a pedreira foi uma irmã da minha mãe, a tia Maria Paulina, que estava casada com o tio Manuel da Costa.

 Mas ainda segundo a minha mãe, o valor que os meus tios terão pago pela pedreira terá sido muito baixo, motivo que originou uma enorme zanga entre eles e todos os outros irmãos, só ao fim de muitos, e muitos anos é que voltou a haver paz na família.

 Ainda hoje o assunto da pedreira, é falado com alguma mágoa, por alguns membros mais antigos da família.

 Mas valha-nos que pelo menos a pedreira continuou a pertencer à família dos Paulinos, não foi parar a mãos estranhas.




 Nesta fotografia de 1952, estão à esquerda a tia Maria Paulina, irmã da minha mãe, e à direita o tio Manuel da Costa com a família, quando foram morar para a casa nova, que ficava na Rua da Passagem.

 Mas continuando a falar na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, a partir do momento em que o tio Manuel da Costa tomou posse da pedreira, em meados de 1934, após a morte do meu avô, a pedreira teve logo um grande desenvolvimento.

 Porque o meu tio Manuel da Costa deu sociedade a um inglês de nome Dick, que era um grande conhecedor de toda esta Industria da Ardózia, tanto no que dizia respeito à exploração, como na parte da exportação. 

 A partir do momento em que o Dick entrou na sociedade, a Sociedade Louzífera do Outeiro teve logo um grande desenvolvimento, porque começaram a utilizar outro tipo de maquinaria.

 A partir da entrada do Dick, a pedreira entrou em velocidade de cruzeiro, e passados pouco tempo os meu tio Manuel da Costa, e a minha tia Maria Paulina, eram das famílias mais ricas, e mais importantes de Valongo.

 E começaram a relacionar-se com outras pessoas importantes, do mesmo nível, como a minha tia Maria Rita, que estava casada com o tio Manuel Bruno da Fonseca.

 Falo destas duas famílias, porque anos mais tarde, o meu tio Manuel Bruno da Fonseca, da família do lado do meu pai, os Balôas, e o meu tio Manuel da Costa da família do lado da minha mãe, os Paulinos.

 Devido a esta relação de amizade acabaram por fazer uma sociedade entre eles, que passou a ter o nome de Fonseca & Costa Lda, que era o ultimo nome de cada um deles.

 Esta sociedade Fonseca & Costa Lda, abriu uma nova pedreira, que veio a ter 3 localizações, começou por ser na zona da Queimada, depois como aquilo não dava nada mudaram-se para o Susão, e depois para a zona das Vinhas, em São Martinho do Campo, onde acabaria por terminar os seus dias.

 Falarei mais em pormenor desta sociedade Fonseca & Costa Lda, lá mais para a frente.



 Outra  fotografia de 1952, onde também vemos a tia Maria Paulina com a família, quando foram morar para a casa nova, na Rua da passagem.

 Esta casa da tia Maria e do tio Neca, que ficava na Rua da Passagem, era do melhor que na altura existia em Valongo, quando era pequeno achava-a a casa melhor e mais bonita de Valongo, e ainda hoje gosto muito dela. 




 Foi esta a casa que a tia Maria Paulina e o tio Manuel da Costa, construíram na década de 1950, na Rua da Passagem.

 Como se vê é uma casa muito bonita, é toda em granito, entretanto os meus tios faleceram, e a casa acabou por ser vendida, actualmente ela já não pertence a ninguém da família dos Paulinos, a casa dos meus pais é a que fica à esquerda ao fundo da rua.



 Nesta fotografia de 1953, de quando o primo Toninho que está no lado direito, fez a comunhão solene, estão a família toda da tia Maria e do tio Neca.

 A começar da esquerda estão o Neca, depois a Lena, depois sentada está a tia Maria Paulina.

 Depois de pé o mais alto é o Arnaldo, depois em baixo a mais pequena, e mais nova da família, com um laço branco no cabelo, está a Rosinha.

 Depois também sentado está o tio Manuel da Costa, depois está a minha madrinha a Aninhas, e à direita está o primo Toninho, com o fato da comunhão solene, o Toninho nasceu em 1943

 O Arnaldo Paulino, que era o filho mais velho destes meus tios, é o mais alto da foto acima, desde muito novo que começou a trabalhar com o pai na pedreira.

 Deduzo que em 1954 o Arnaldo ou o meu tio Neca, terão comprado uma máquina fotográfica, digo isto porque foi só a partir desse ano de 54, que começaram a aparecer fotografias das pedreiras.

 E digo que todas as fotografias são da autoria do Arnaldo, porque em todas elas ele escreveu umas notas.

 O Arnaldo não aparece em nenhuma das fotografias que tirava na pedreira, mas em contrapartida o pai, o tio Neca, aparece em todas.

 Por isso também deduzo, que o Arnaldo devia ser o único que sabia trabalhar com a máquina fotográfica, ou então não confiava em mais ninguém, para lhe passar a máquina para as mãos.

 A seguir vou por algumas dessas fotografias, que o primo Arnaldo tirava na pedreira do Outeiro. 




 Fotografia tirada pelo Arnaldo em 1954, na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está de fato, colete, chapéu e gravata, é o tio Manuel da Costa.



 Outra fotografia tirada pelo Arnaldo em 1954, na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está de fato, colete, chapéu e gravata, é o tio Manuel da Costa.



 Outra fotografia tirada pelo Arnaldo em 1954, na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, o senhor que está em cima do paredão, de fato, colete, chapéu e gravata, é o tio Manuel da Costa.

 Já em 1954 o meu tio tinha medo que o paredão que fazia a contenção entre a pedreira e o caminho ruísse, e viesse a provocar algum desmoronamento, e por isso mandou reforçar o paredão com uns enormes pilares em betão armado.   

 Em todas as fotografias que o Arnaldo tirava nas pedreiras ele escrevia sempre umas notas, onde punha a data, o local, e o que estava a ser fotografado, só tenho pena que o Arnaldo não apareça em nenhuma destas antigas fotografias.

 Por exemplo na fotografia que coloquei acima ele escreveu o seguinte:

 - Fotografia tirada quando se arranjava o paredão.
 - O meu Pai, o Anselmo e mais alguns Mineiros.
 - Outeiro 1954.



 Esta é única fotografia da década de 1950, onde aparece o primo Arnaldo, mas não foi tirada nas pedreiras, mas é lá perto, é junto ao campo de futebol de São Martinho do Campo, mais ou menos a 500 metros da pedreira.

 Esta fotografia deve ter sido tirada num dia de jogo, pois vemos que o campo está rodeado de pessoas que devem estar a assistir a um jogo de futebol. 




 O tio Manuel da Costa em 1955, a passear por Entre os Rios na sua mota Alpine a pedal.

 O tio Manuel da Costa manteve a pedreira em laboração, até que no ano de 1956 aconteceu um desabamento de enormes proporções, que acabou por ditar o seu encerramento.

 Existe um relatório da Circunscrição Mineira do Norte, sobre esse desabamento que aconteceu nas pedreiras da Sociedade Louzífera do Outeiro, no dia 24 de Outubro de 1956.

 Ponho aqui um pequeno excerto do relatório sobre o desabamento na Pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, que aconteceu no dia 24 de Outubro de 1956, que acabou por levar ao encerramento da pedreira.

 Nesse relatório é descrito em pormenor, e com algumas fotografias o enorme desabamento que aconteceu na pedreira.

 Na página 20 deste relatório de 1956, tem este desenho onde podemos ver que o desabamento abriu uma cratera que arrasou com 5 poços verticais.

 E alguns desses poços tinham mais de 100 metros de profundidade, foi uma sorte o desabamento ter acontecido durante a hora de almoço, e por isso não provocou nenhuma vítima.

 Neste relatório de 1956, que é endereçado ao Eng. chefe da Circunscrição Mineira do Norte, estão anexadas fotografias da enorme cratera que ficou, depois do desabamento das pedreiras. 

 A enorme cratera que ficou depois do desabamento que aconteceu na pedreira.

 A enorme cratera que ficou depois do desabamento que aconteceu na pedreira.



 A enorme cratera que ficou depois do desabamento que aconteceu na pedreira.



 Outra fotografia tirada pelo Arnaldo, na pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro já depois do desabamento.

 Nesta fotografia vemos o tio Manuel da Costa a dar uma entrevista ao Sr. Fernando Queirós, que na altura era repórter do Jornal de Noticias e também era o proprietário do jornal O Correio do Douro.

 Nesta fotografia o Arnaldo escreveu o seguinte:

 - Outeiro 1956.

 - O desabamento da pedreira.

 - O Fernando Queirós, o meu Pai, o Justino, o Alfredo e o Américo (os nomes são da direita para a esquerda). 

 Já tentei encontrar esta entrevista em todos os locais de que me lembrei, na Biblioteca do Porto disseram-me que o Jornal de Noticias do ano de 1956 foi para restauro, na Biblioteca da Maia pedi para consultar o Primeiro de Janeiro e o Comércio do Porto, mas não encontrei nada.

 Pedi ao Óscar Queirós, filho do Sr. Fernando Queirós, que tal como o pai também é repórter do Jornal de Noticias, para me arranjar as reportagens, e também ainda continuo à espera, mas ainda não perdi a esperança de encontrar as ditas reportagens que se fizeram na altura, conforme diz no relatório. 





 O tio Neca a ser entrevistado pelo Sr. Fernando Queirós.

 Todos estes lugares na Zona do Outeiro em São Martinho do Campo, ainda estão tal como foram deixados em 1956 depois do encerramento das pedreiras.

 Esta zona das pedreiras são lugares que visito com alguma frequência. 

 Fui à pedreira do Paulino no Outeiro, e tirei esta fotografia em cima do paredão, exactamente no mesmo local onde o tio Neca estava em 1954, quando estavam a fazer o reforço do paredão.

 E como podemos verificar, o reforço do paredão com pilares em betão armado feito no ano de 1954 resultou plenamente, resistiu até aos dias de hoje, apesar do desabamento que aconteceu no ano de 1956, que acabou por levar ao encerramento da pedreira.




 O paredão da pedreira da Sociedade Louzífera do Outeiro, tanto os pilares como o paredão ainda se mantém intactos, resistiram desde 1954 até hoje.



 2017, estou no Outeiro junto à pedreira do Paulino, a travar amizade com um amigo.



 2017, ainda no Outeiro, perto da pedreira do Paulino.

 No Lugar do Outeiro, que fica logo à frente da Ponte da Milhária sobre o Rio Ferreira, ainda existem muitos poços abertos, são de antigas pedreiras que foram abandonadas, são lugares bonitos para visitar, mas é preciso muito cuidado porque são sítios perigosos.

 2017, um dos poços verticais de uma antiga pedreira no Lugar do Outeiro, junto ao Rio Ferreira. 

 2017, outro poço vertical de outra antiga pedreira no Lugar do Outeiro, neste poço ainda se veêm nas paredes algumas galerias horizontais.

 2017, um poço coberto com lajes de ardósia.




 2017, outro poço coberto com lajes de ardósia.



 2017, nesta fotografia também tirada no Lugar do Outeiro, ainda conseguimos ver o Rio Ferreira pelo meio da vegetação.



 Se procurarmos ainda nos aparece a Sociedade Louzífera do Outeiro, mas já não tem qualquer ligação com a família dos Paulinos, porque entretanto ela foi absorvida pela Empresa de Lousas de Valongo.

 E agora vou passar a apresentar a família do lado do meu pai, o Lino, da família dos Balôas.




 Os meus avós paternos da família dos Balôas.

 Também a maioria da família do lado do meu pai, os Balôas, estiveram ligados às pedreiras de Ardózia, e às fábricas de Lousas e de Penas Escolares.

 Tive muita dificuldade em arranjar esta fotografia, foi o meu tio António quem mas arranjou, foi também conversando com este meu tio que nasceu em 1924, que fiquei a saber muitas coisas sobre estes meus avós paternos da família dos Balôas.

 Mas infelizmente também não cheguei a conhecer nenhum dos meus avós paternos, ambos faleceram antes de eu nascer.

 O tio António contou-me que tinha uma grande admiração pela minha avó, disse-me que era uma senhora muito bonita, até me disse que quando ela vestia os melhores vestidos, e punha as jóias ficava que parecia uma Rainha.

 Contou-me também o tio António que o meu avô paterno foi encarregado, (capataz), nas pedreiras de Ardózia da Companhia Nova, que pertencia aos Ingleses.

 E por isso os meus avós viviam com algum desafogo, pois aos encarregados eram concedidas algumas regalias, disse-me o meu tio que até tinham direito a um cabaz com produtos alimentares por mês.

 EsTas pedreiras onde o meu avô trabalhava também eram conhecidas, como as pedreiras da Milhária, porque ficavam junto da Ponte da Milhária, no Lugar da Azenha, em São Martinho do Campo, nos anos 80 ainda cheguei a ir a esta pedreira algumas vezes, ia com o Sr. Vitorino electricista ver avarias nas máquinas.

 Estas pedreiras da Companhia Nova, já à muito que foram desactivadas e aterradas, e no seu lugar foram instaladas as oficinas da Câmara Municipal de Valongo.

 O meu pai, e todos os seus irmãos, o tio Ventura, o tio Quim, e o tio Zeca, mal tiveram idade, 14 anos, foram trabalhar para essa pedreira da Companhia Velha, e mais tarde todos eles vieram a ser proprietários de fábricas de Lousas e penas Escolares.

 Quem também foi trabalhar para a pedreira da Companhia Nova, depois de casar com a irmã mais velha do meu Pai, a tia Maria Rita Balôa, foi o tio Manuel Bruno da Fonseca.

 Falo deste meu tio Manuel Bruno da Fonseca, porque foi ele que anos mais tarde em sociedade com o tio Manuel da Costa, que como já disse lá atrás estava casado com a tia Maria Paulina, irmã da minha Mãe, foram os sócios fundadores da empresa Fonseca, Costa & Companhia Lda.

 Posso portanto dizer que a empresa Fonseca, Costa & Companhia Lda, nasceu fruto de uma sociedade entre um membro da família dos Balôas do lado do meu Pai, e outro membro da família dos Paulinos do lado da minha Mãe, coincidências.



 2017, o depósito de água da pedreira Fonseca, Costa & Companhia, Lda, ainda existe, mas a empresa foi absorvida pela Empresa de Lousas de Valongo.



 Se procurarmos a empresa Fonseca & Costa Lda, ainda a encontramos, mas já não tem qualquer ligação com ninguém da família dos sócios fundadores.

 E desta forma concluo a apresentação dos meus avós maternos e paternos, que foram os responsáveis por a maioria dos seus descendentes tanto da família dos Paulinos, do lado da minha mãe, como da família dos Balôas, do lado do meu pai, tivessem enveredado pela Indústria das pedreiras de Ardósia, e das fábricas de Lousas e penas escolares.

 Actualmente já não existe em Valongo ninguém que seja chamado pelo apelido de Paulino ou de Balôa, chamar directamente uma pessoa por esses dois apelidos terminou na geração anterior a mim, em que o meu pai era conhecido em Valongo como o Lino Balôa, e a minha mãe como a Teresa Paulina.

 Na minha geração, o que ainda resta destes dois apelidos é ainda existirem algumas pessoas da minha idade que sabem que sou filho do Lino Balôa, e da Teresa Paulina.

 Mas na geração a seguir a mim já ninguém saberá que faz parte da família dos Paulinos, ou da família dos Balôas, foi por isso que fiz esta publicação, para que os meus filhos se algum dia a vierem a ler saibam que são descendentes da família dos Paulinos, e da família dos Balôas. 

 E como costumo dizer prontus, por agora vou parar com este assunto das pedreiras de Ardósia, mas como tenho muita documentação, muitas fotografias e muitas outras coisas que entretanto fui sabendo.

 Conforme ia fazendo ta investigação sobre a pedreira do meu avô a Sociedade Louzífera do Outeiro, e também da pedreira dos meus tios a Fonseca & Costa, qualquer dia vou fazer uma publicação exclusivamente dedicada a elas.

 Eu sou o Fernando Almeida, mas se alguém me chamar Fernando Paulino, ficarei muito orgulhoso.