quarta-feira, 29 de julho de 2015

 A modernização dos elevadores da torre das Antas no Porto.

 A torre das Antas no Porto.



 A torre das Antas no Porto.


 A torre das Antas no Porto.

 Durante os muitos anos que trabalhei como técnico especialista na Schindler, acompanhei muitas, e vi serem feitas muitas dezenas de modernizações de elevadores.

 Posso mesmo dizer que o sector de modernizações foi sempre o que me deu mais prazer, porque via a transformação feita nos elevadores, alguns deles em final de vida, e outros já dados como mortos.



 A Igreja das Antas, e a torre das Antas.

 E como costumo dizer, com uma boa modernização os antigos Elevadores voltam a ganhar uma nova vida.

 Mas na maioria das modernizações é quase tudo aproveitado dos elevadores existentes, só são substituídos o Quadro de Comando e todos os seus periféricos, como a instalação eléctrica, as botoneiras de patamar e de cabina, e normalmente também é feita uma nova decoração de cabina.

 Com estas modernizações normalmente é conseguida uma redução no consumo de energia muito significativa, que às vezes se aproxima dos 50% de poupança.

 A poupança é de tal modo significativa, que se pode calcular o número de anos que leva a pagar o valor das modernizações, e alguns clientes chegam mesmo a pedir esse cálculo, para saberem ao fim de quantos anos é que fica paga a modernização. 

 Mas se houve uma modernização que me deixou muito orgulhoso, foi a modernização da Bateria Quadruplex da torre das Antas.

 O técnico desta modernização foi o meu amigo Gorki, o acompanhamento técnico da obra foi dado pelo Jorge Coelho, e a supervisão foi do Ismael Santos.

 Esta modernização foi bastante complexa, pois durante a sua execução fomos sempre obrigados a ter três elevadores em funcionamento normal, para não criar qualquer dificuldade aos utilizadores do Edifício.

 A modernização constou do seguinte:

 ......Foram substituídas as máquinas de engrenagem Schindler W250, e foram montadas novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler.

 Foram substituidas as Máquinas Schindler W250, estas máquinas eram constituídas por um conjunto motor + máquina de engrenagem com senfim + roda de corôa.

 ......E no seu lugar foram montadas novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência  da Schindler.


 ......As novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler que foram montadas na torre das Antas.



 ......As novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler que foram montadas na torre das Antas.




 ......As novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler que foram montadas na torre das Antas.



 As novas Máquinas Planetárias tem um duplo sistema de travagem com travões de disco, onde já está incorporada a alavanca de abertura manual do travão, para abertura do travão em caso de emergência.



 ......As novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler que foram montadas na torre das Antas.



 ......As novas máquinas Planetárias de Alta Eficiência da Schindler que foram montadas na torre das Antas.



 ......A velocidade nominal do elevador foi mantida a 2,5 m/s, mas foram montados novos limitadores de velocidade.

 ......Foram também substituídas as portas automáticas “QKS9” da Schindler, por uns operadores "DO DSF 9".



 ......Os novos operadores "DO DSF 9", montados na torre das Antas.

 ......Também foi substituído o Comando Quadruplex - Miconic V, com regulação de velocidade feita com um Dinatron S.

 O comando Miconic V já estava muito envelhecido, já tinha muitos milhões de manobras, e já começava a ter um número considerável de avarias.

 O sistema de regulação de velocidade com Dinatron S, por Injecção de DC também está mais do que obsoleto, e tem um grande consumo de energia, mas o que ainda era pior e me desmoralizava mais era quando tinha que ir à torre das Antas, ver a confusão que o sistema convencional de chamadas provocava.

 Encontrava o hall de entrada no piso "0", sempre cheio de pessoas há espera dos elevadores, chegava uma cabina, e mal abria as portas entravam o máximo de pessoas possível, e lá arrancava a cabina a parar piso a piso.

 Por causa desta confusão eu sempre que ia à torre das Antas, subia no monta-cargas, e mesmo nesse ia quase sempre a parar piso a piso.

 Tenho um familiar que trabalha no 12º andar da torre, que quase todas as semanas me contava aventuras que aconteciam nos elevadores, deixava-me quase sempre envergonhado por  trabalhar em elevadores.

 Comando Quadruplex Miconic V, com regulação de velocidade Dinatron S, que foram substituídos na torre das Antas.



 As Cartas de Control do antigo comando Miconic V.  



 Regulador de Velocidade Dinatron S,  do Comando Miconic V, substituído na torre das Antas.

 ......O Comando Miconic V, foi então substituído por um novo Comando Quadrulex, Schindler - MX-GC.



 ......O novo Comando Quadruplex Schindler MX-GC, montado na torre das Antas.



 ......O novo Comando Quadruplex Schindler MX-GC, montado na torre das Antas.



 ......O novo Comando Quadruplex Schindler MX-GC,  montado na torre das Antas.



 ......O novo Comando Quadruplex Schindler MX-GC, montado na torre das Antas.

 ......Mas a cereja no topo do bolo desta modernização na torre das Antas, foi o novo Sistema de Gestão de Chamadas "Miconic 10", que vou descrever mais à frente.



 São estes os novos terminais de chamada de patamar "Miconic 10", que foram montados, existem 2 em cada patamar.



 Os novos terminais de chamada de patamar "Miconic 10" na torre das Antas.




 Os novos terminais de chamada de patamar "Miconic 10" na torre das Antas.



 As cabinas foram redecoradas, e também foram montadas as novas botoneiras do "Miconic 10", em que não existem botões para marcação dos pisos.

 Neste tipo de botoneira de cabina "Miconic 10", existe só um indicador de posição de cabina, botão de abertura e de fecho de portas, botão de alarme, e na ombreira da cabina existe um indicador, onde aparece a ordem dos próximos pisos onde a cabina vai parar.




 As cabinas foram redecoradas, e também foram montadas as novas botoneiras do "Miconic 10", em que não existem botões para marcação dos pisos.



 As cabinas foram redecoradas, e também foram montadas as novas botoneiras do "Miconic 10", em que não existem botões para marcação dos pisos.



 O Elevador "B" a atender uma chamada prioritária feita na botoneira de patamar "Miconic 10".



 Pormenores da botoneira "Miconic 10" existente no interior da cabina para funcionamento em regimes especiais.

 Como funciona o sistema de chamadas "Miconic 10":

 Cada pessoa individualmente tem obrigatoriamente indicar o andar para onde vai, na botoneira "Miconic 10" do patamar, antes de entrar em qualquer cabina.

 Depois o sistema "Miconic 10" analisa em tempo real, e manda a pessoa para o elevador A; B; C ou D, que o irá levar ao seu andar de destino da forma mais rápida, sem que as cabinas vão sobre-lotadas, nem que vão a parar piso a piso, criando muito desconforto a todas as pessoas que vão no interior das cabinas. 




 Em cada um dos pisos da torre das Antas existem 2 terminais de chamada Miconic 10, nesses terminais através de um código especial podemos comutar os elevadores para outro tipo de funcionamento especial, por exemplo para reserva, ou prioridade.



 O terminal Miconic 10 existente na botoneira de cabina, abre automaticamente quando o Elevador é comutado para regimes especiais de funcionamento, como por exemplo Reserva, Prioridade ou serviço de Incêndio.

 Por exemplo se um elevador for comutado para  funcionar em reserva, vem imediatamente para o piso pretendido, abre automaticamente a portinhola que existe da botoneira de cabina, onde existe um terminal Miconic 10, para podemos fazer registos, e levar a cabina para onde pretendermos. 



 Conclusão na ultima vez que fui à torre das Antas, já não encontrei nenhum aglomerado de pessoas à espera dos elevadores, como era habitual antes desta modernização.

 Foi esta última ida à torre das Antas que me fez recordar o meu amigo Gorki, e me levou a fazer esta publicação. 

 Fernando Almeida 

 Histórias antigas do tempo em que trabalhava na Divisão de Elevadores da Efacec.

 Nesta publicação vou contar 3 situações invulgares que me aconteceram enquanto Técnico de Elevadores.




 No exercício das minhas funções, como Técnico de Elevadores já tive o prazer de cumprimentar 3 Presidentes da República, mas não posso dizer que tenha desfrutado muito disso, porque em cada uma dessas 3 situações estive sempre submetido a um grande stress.

 A primeira destas situações invulgares que me aconteceram, já foi na longínqua década de 1970, no Hotel Vermar na Póvoa de Varzim.


 Foi neste Hotel Vermar na Póvoa de Varzim, que me aconteceu a primeira situação.

 Fui eu que fiz a conclusão e a posta em marcha dos 7 Elevadores que existem neste Hotel Vermar, nessa altura na década de 1970, ainda trabalhava no Sector de Montagem da Divisão de Elevadores da Efacec, que era na Rua de Sá da Bandeira no Porto.

 Como costumo dizer muitas vezes conheço o Hotel Vermar, os seus elevadores, e a maioria das pessoas que lá trabalhavam na altura, tão bem como conheço as palmas das minhas mãos.

 O Hotel Vermar tem 4 elevadores de clientes, 2 com 16 pisos, e 2 com 17, tem um monta-cargas com 17 pisos, e tem 2 pequenos elevadores chamados monta-pratos com 15 pisos.

 Todos estes 7 elevadores de origem tinham Comandos QAS da Efacec, mais tarde os 4 elevadores de clientes foram modernizados, e nessa altura foram montados novos Comandos Quadruplex QCP, com um  controlador, CLP 40.

 Eram estes os primitivos Comandos QAS da Efacec dos elevadores do Hotel Vermar.

 Em meados dos anos 70, numa altura em que eu já trabalhava no sector de manutenção da Efacec, realizou-se o Congresso Europeu de Cardiologia no Hotel Vermar, que ocupou todo o Hotel.

 Nessa altura a sala de conferências do hotel ainda era no 14º andar, entretanto já foi mudada para lá para baixo, para o RC.

 O congresso iria decorreu durante 7 dias, de segunda a domingo, e como o hotel ia ficar completamente lotado, com centenas de médicos para o congresso, foi pedido à Efacec um Técnico de Elevadores, para ficar de piquete no hotel 24 horas por dia.

 Durante esses 7 dias, o Técnico de Piquete, não podia nunca sair do hotel, tinha que ficar lá a hospedado, até tinha que fazer as refeições no Hotel, em resumo a pessoa de piquete não podia por o pé fora do hotel durante os 7 dias do congresso, como eu era a pessoa que melhor conhecia o hotel fui o escolhido.

 Tudo correu bem durante esses 7 dias, tive que passar o tempo quase todo dentro da Casa de Máquinas, logo de manhã bem cedo tinha que pôr os elevadores a a atender chamadas só no sentido de descida, para os congressistas irem tomar o pequeno almoço ao RC, depois por volta das 9 horas, punha os elevadores a atender chamadas só no sentido de subida, e foi assim a minha vida durante os 7 dias.  

 No final, para fazer o encerramento do congresso, foi convidado o então Presidente da Republica, o General Ramalho Eanes.




 Actualmente o Hotel Vermar, é o Axis Hotel Vermar.

 No dia do encerramento do congresso, antes da chegada do Presidente, chegaram uns homens da sua segurança pessoal, e se calhar por ainda estarmos num período revolucionário, fizeram uma vistoria exaustiva de todo o percurso que o Presidente iria fazer dentro do hotel.

 Escolheram o elevador em que o Presidente iria subir, que ficaria parado no piso principal com as portas abertas à espera, até à sua chegada.

 Depois todos os locais, desde a cuvete do elevador, o tecto da cabina, a casa de máquinas foram examinados com detectores de metais, se algo apitasse tinha que mostrar a causa, mesmo que fosse um mero parafuso que estive-se caído no meio dos desperdícios, os seguranças tinham que o encontrar.

 Com tantas exigências com a segurança até fiquei com medo, fiquei mesmo com a ideia que se o elevador tivesse avariado eu ainda era preso.

 Quando o Presidente chegou foi cumprido tudo como estava determinado, subiu no elevador escolhido pelos seguranças, um dos segurança estava comigo e com o Sr. Amorim, que era o chefe da manutenção do hotel no 14º andar, onde estava a decorrer o congresso.

 Quando o elevador chegou ao 14º andar e saiu o Presidente Ramalho Eanes, até fiquei aliviado, safei-me pensei eu.

 O Presidente Ramalho Eanes saiu do elevador e cumprimentou-nos a todos, mas eu como estava com tanto receio que o Elevador pudesse ter avariado, só me lembro de ouvir o Presidente dizer na sua voz rouca, muito prazer.

 Ainda tenho pastas de guardar slides, que me ofereceram no fim do congresso, toda a apresentação durante o congresso era feita com projecção de slides, que eram uns quadradinhos com fotografias, que eram metidos numa máquina que os ia projectando numa tela.

 A segunda situação invulgar que me aconteceu, já foi em meados dos anos 90, nessa altura eu já trabalhava na Sala de Estudos da Divisão de Elevadores da Efacec, que ficava na Arroteia, Leça do Bailio.

 Esta segunda situação invulgar aconteceu-me quando da inauguração da nova Torre de Control, do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, quem fez esta inauguração foi o então Primeiro-Ministro, o Dr. Aníbal Cavaco Silva.







 É esta a Torre de Control do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto.

 Dentro desta Torre de Control tem montado um Elevador Hidráulico, com Portas Automáticas de fabrico Efacec Elevadores, a Casa de Máquinas é em baixo ao lado do poço do Elevador, o comando é um QCP Hidráulico com Placa de Portas Automáticas, este Elevador vai de cá de baixo, mesmo até ao topo da Torre de Control.




 É esta a Torre de Control do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto.

 Acho que esta segunda situação ainda foi mais stressante do que a primeira no hotel, na manhã da inauguração o Jorge Miguel do "Pinto & Cruz", ligou-me a dizer que o integrado ULN-2004A da placa de portas automáticas estava sempre a estourar, fui lá ter com ele.

 Chegado lá, dei uma olhadela, isolei algumas linhas e a coisa pareceu-me estabilizada, o Integrado deixou de estourar, mas o elevador trabalhava uma hora e lá  acabava por estourar mais um integrado.

 Para ficar-mos prevenidos há hora de almoço, fomos à loja da Diodo no Porto comprar 10 integrados, não fosse o diabo tece-las e a avaria continuar.

 Mas a coisa correu-me mal, se calhar devia ter comprado 50 integrados, porque durante a tarde ainda antes da inauguração, já tinham estourados os integrados todos, por vezes vinha um ruído pelas linhas do motor de portas que fazia estourar o circuito integrado.




 É esta a Torre de Control do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto.

 Entretanto estava a chegar a hora da inauguração, e ia chegar o Primeiro Ministro, tivemos que dizer aos homens da segurança o problema que tínhamos no elevador, só havia uma hipótese para que a inauguração corre-se bem, e o Primeiro Ministro e toda a sua comitiva subir de Elevador até lá acima, até ao topo da Torre de Control.



 O Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto com a sua Torre de Control.

 Então lá tive que dizer aos seguranças que para que a inauguração corre-se bem, o Elevador teria que funcionar com as portas automáticas a ser comandadas manualmente.

 Eu tinha que ficar na Casa de Máquinas a manobrar manualmente os contactores de abertura e de fecho de portas, e o Jorge Miguel tinha que ficar sempre dentro da cabina para me avisar, e quando fosse para fechar as portas dava um toque no alarme, e quando fosse para abrir as portas, dava dois toques no alarme.

 Quando chegou a comitiva do Primeiro-Ministro, estávamos eu, o Jorge Miguel e mais algumas pessoas todos cá em baixo junto do elevador, e o  Dr. Aníbal Cavaco Silva cumprimentou-nos a todos. 



 A caixa de testes do Comando QCP, que tinha montada no Quadro.

 Tudo correu bem durante a inauguração da Torre, tinha uma caixa de teste montada na Carta Map 4021, do quadro de comando QCP, o Jorge Miguel ficou sempre dentro da cabina.

Quando já tinha entrado toda a gente para dentro da cabina o Jorge dava um toque no alarme, e eu fechava as portas pelos contactores, para fazer uma reabertura dava dois toques no alarme, e eu reabria as portas, quando o elevador chegava lá acima ao topo da Torre, eu via pela caixa de teste, e abria as portas manualmente.

 O aeroporto do Porto, com a sua Torre de Control.

 Conclusão desta segunda situação, toda a comitiva do Primeiro-Ministro subiu e desceu da torre, não ficou ninguém preso, tudo correu bem, mas foi um bocado stressante, posteriormente acabei por resolver o problema que fazia estourar o Circuito Integrado ULN-2004A, que tanto Stress me provocou.

 A terceira situação aconteceu no ano de 1994, quando da inauguração do Elevador da Lada, na Ribeira do Porto.



 É este o Elevador da Lada na Ribeira do Porto, nesta fotografia vemos a cabina parada lá em cima no piso superior, e a Casa de Máquinas, e o passadiço que dá acesso às casas.



 A cabina parada no piso superior, a casa de máquinas, e o passadiço que dá acesso às casas.

















 A estrutura metálica deste elevador da Lada fica no interior de um edifício, por isso nos primeiros 4 pisos, a vista desde o interior da cabina não é panorâmica.

 Agora nesta fotografia vemos a estrutura a sair do interior de um dos edifícios da Ribeira.

 A inauguração deste Elevador da Lada na Ribeira do Porto, foi feita pelo então Presidente da Republica Dr. Mário Soares durante uma Presidência aberta que fez no Porto.

 O jornal "O Comércio do Porto", dedicou uma página inteira a esta inauguração do Elevador da Lada, que aconteceu no mês de Abril de 1994.





 Cá está a página do Jornal O Comércio do Porto, onde está relatado o dia da Presidência Aberta em que o então Presidente da Republica Dr. Mário Soares, acompanhado pelo Presidente da Câmara do Porto o Dr. Fernando Gomes, fizeram a inauguração do Elevador da Lada na Ribeira do Porto. 

 Esta terceira situação foi para mim a mais descontrolada em relação ao que tinha sido combinado com os seguranças do presidente, esta é que me deixou mesmo em pânico.

 Este elevador da Lada foi projectado pelo Eng. Miguel Martins da Efacec Elevadores, este projecto tem uma característica muito original, que nunca vi em mais nenhum elevador, a cabina tem suspensão directa, mas o contrapeso tem suspensão diferencial de 2 para 1.

 O elevador tem Portas Automáticas a 180 graus, e o contrapeso trabalha por baixo da porta do piso superior, a cabina ocupa todo o espaço da estrutura, dado que o contrapeso não ocupa nenhum espaço na área horizontal da estrutura.






 Como este projecto foi todo ele muito especial, ponho aqui uma esta cópia, e como podemos ver o contrapeso tem suspensão diferencial de 2 para 1, e trabalha por baixo da porta do piso superior.


 Da cabina do elevador, que é panorâmica temos uma vista soberba para o Rio Douro, e para a Ponte de D. Luíz.

 A capacidade de carga da cabina é de 1600 Kg, 21 pessoas.

 Fui eu quem fiz a preparação da parte eléctrica, e do comando deste elevador da Lada, ele tinha um Comando Multi-Mic, com regulação de velocidade feita com um Revac também da Efacec.

 Posteriormente este elevador foi modernizado, e nessa altura foi montado um novo Comando CPU, com variação de Frequência da Vacon, e também foi montada uma nova Máquina Planetária, da Schindler.




 Fotografia do jornal O Comercio do Porto, tirada no dia 14 de Abril de 1994, quando da inauguração do Elevador da Lada.

 Nesta fotografia vemos no passadiço do piso superior, o Presidente da República, Dr. Mário Soares, o Presidente da Câmara do Porto Dr. Fernando Gomes e restante comitiva, no dia da Presidência Aberta. 

 O jornal O Comercio do Porto foi extinto no ano de 2005.




 Uma fotografia com o mesmo enquadramento da anterior, mas tirada 25 anos depois da inauguração do elevador.


 E como vemos, tal como na fotografia anterior, que é do ano de 1994, vemos o passadiço do piso superior, ao fundo vemos a porta de vidro do Elevador Panorâmico.

 E continuamos a ver a Ponte de Dom Luiz, vemos o Mosteiro da Serra do Pilar, mas infelizmente o Dr. Mário Soares já não está entre nós, e o Dr. Fernando Gomes já não é o Presidente da Câmara do Porto, actualmente é Administrador na SAD do Futebol Clube do Porto.  








 Outra fotografia também do jornal O Comercio do Porto, tirada no do dia 14 de Abril de 1994, de quando foi inaugurado o Elevador da Lada, onde vemos o Dr. Mário Soares a chegar à Ribeira do Porto.

 Esta terceira situação em que eu fiquei mesmo em pânico começou assim, antes da chegada do Dr. Mário Soares combinamos com os seguranças que eu ficava na casa de máquinas, para no caso de acontecer alguma avaria no elevador libertar rapidamente os passageiros do interior da cabina.

 E o Eng. Miguel Martins, que também estava lá comigo, ficava no piso inferior dentro da cabina do elevador com as portas abertas, com a ordem de que na primeira viagem só subiria o presidente da república, o Dr. Mário Soares com um segurança, e só depois numa segunda viagem subiriam os restantes membros da comitiva.

 O Elevador da Lada na Ribeira do Porto, podemos ver o passadiço de acesso ao patamar do piso superior e as escadas que dão acesso à Casa de Máquinas.

 Mas como podemos ver nesta fotografia, não aconteceu nada do que estava combinado.

 Quando o Dr. Mário Soares chegou ao Elevador, eu conforme estava combinado estava na casa de máquinas a olhar para a caixa de teste do comando Multi-Mic, mas só via os contactores de Abertura e Fecho de portas a ligar e desligar.

 Entrava e saía o excesso de carga, e eu não sabia o que estava a acontecer lá em baixo, a torre do elevador tem perto de 40 metros de altura, tantas vezes ligaram e desligaram os contactores, que a Placa de Micro acabou por fazer um "reset".

 Conclusão: o elevador acabou por vir para cima em manobra de reciclagem, eu fiquei em pânico, quando ele parou fui para as escadas ver quantas pessoas tinham subido com o Presidente, eram mais de vinte, até o Duque da Ribeira veio na primeira viagem, toda a gente quis vir com o Dr. Mário Soares.




 Outra fotografia do Elevador da Lada na Ribeira do Porto.

 Chegado ao piso superior, o Dr. Mário Soares viu que do passadiço não conseguia ver o Mar de Gente que enchia toda a zona da Ribeira para o ver, e quis subir para o patamar ao nível da Casa de Máquinas, aí como eu estava nas escadas o Dr. Mário Soares cumprimentou-me, e lá subiu atrás de mim.



 Nesta fotografia podemos ver as escadas que dão acesso ao patamar do piso superior, e à casa de máquinas do elevador.

 E foi por estas escadas, por onde subiu o Dr. Mário Soares, homem de coragem, conheço muita gente que nem se aproximaria desta escada.

 Eu subi as escadas à frente do Dr. Mário Soares, mas como é evidente quando chegamos lá acima saí do campo de visão, fui para a parte de trás para a entrada da Casa de Máquinas.

 O Dr. Mário Soares ficou sozinho a acenar para aquele mar de gente, que lá de baixo gritava Soares é fixe, foi uma situação de muito stress, mas ao mesmo tempo foi muito emocionante por ver a coragem de um senhor com perto de 80 anos, subir por aquelas escadas, só para saudar o povo que lá em baixo o aplaudia.




 Outra fotografia do Elevador da Lada na Ribeira do Porto.





 Outra fotografia do Elevador da Lada na Ribeira do Porto.

 -Nesta publicação utilizei fotografias do Hotel Vermar na Póvoa de Varzim, da Torre do Aeroporto do Porto, utilizei a página do já extinto Jornal O Comércio do Porto, sobre a Presidência Aberta que o Dr. Mário Soares fez ao Porto.

 -A página do jornal O Comercio do Porto foi-me enviada pelo Eng. António Vasconcelos da Efacec, as restantes fotografias são de várias origens, como a Geo Porto, a Porto Lazer e outros. 

 Fernando Almeida