Nesta publicação vou contar as lembranças que me vieram à memória quando adicionei um amigo à minha lista do facebook.
Não sou um grande utilizador do facebook, nem sou muito de estar a pedir amizade a ninguém, mas quando vi a fotografia do Júlio Resende não resisti a pedir-lhe amizade.
E acontece que pouco tempo depois da aquisição a Schindler resolveu sair das instalações da Efacec na Maia, e mudou-se para umas novas instalações na Estrada da Circunvalação, junto ao cruzamento do Monte dos Burgos.
Estes são os meus primeiros Cartões de Identificação, já como funcionário da Divisão Comercial de
Elevadores da Efacec, que era na Rua de Sá da Bandeira nº 706, 5º Andar no
Porto.
O primeiro cartão é de 1972, ainda foi assinado
pelo Srº Jorge Neves que na altura estava a chefiar o Sector
Comercial de Elevadores da Efacec em Sá da Bandeira.
Depois ainda vim a ter mais dois cartões, quando fui transferido do Sector de Manutenção de Elevadores em Sá da Bandeira no Porto, para a Sala de Estudos da Divisão de Elevadores na fábrica da Efacec na Arroteia, Leça do Bailio.
Estes são o meu terceiro e quarto Cartões de Identificação já como
funcionário da Divisão de Elevadores da Efacec, e foram os últimos cartões que
tive.
O terceiro cartão de identificação, é dos finais dos anos 70, é da altura em que fui
transferido para a Sala de Estudos da Divisão Elevadores da Efacec, na
Fábrica da Arroteia, os furos que se vêem neste Cartão, serviam para fazer a
marcação no relógio de ponto, a hora de
entrada era às 8h00, o almoço era das 13h00 às 13h45, e a saída era às 17h24.
Só deixei de utilizar este Cartão no ano de 1997, quando a Efacec Elevadores foi absorvida pela Schindler, e eu passei a ser encarregado no Sector de Montagem de Elevadores na Schindler.
Durante todos os anos que trabalhei na Divisão de Elevadores, e depois na Empresa autónoma Efacec Elevadores foi sempre este o logótipo que conheci.
No ano de 1971, o Sector de Montagem e de Manutenção de Elevadores da Efacec era chefiado pelo Sr. Jorge Neves.
Como se vê no reclame da Efacec na fotografia acima, o Sector da Efacec, ficava no 5º andar, na entrada 706, ficava logo a seguir ao café.
O Sector de montagem dos elevadores também tinha um armazém com rés-do-chão e cave, que ficava na Rua Guedes de Azevedo, era chefiado pelo Sr. João.
Ainda tenho o primeiro recibo de vencimento como estagiário, na altura em 1971 ainda se recebia à quinzena, como se vê recebi 520 Escudos, de 16 a 31 de Dezembro de 1971.
Foi este vencimento que comecei a receber como estagiário, que contribuiu muito para que eu tivesse abandonado os estudos e tivesse optado por continuar a trabalhar.
A partir daí deixei de ser um encargo para os meus Pais, pois passei a ter o meu próprio vencimento, desde que comecei a trabalhar passei a ter a minha autonomia financeira, os meus pais nunca me pediram um cêntimo do meu vencimento, nem nunca souberam qual era o meu vencimento.
Andei a trabalhar em instalações no Porto, em Matosinhos, em Leça da Palmeira, na Póvoa de Varzim, em Viana do Castelo, em Barcelos, em Braga, em Guimarães, em Santa Maria da Feira, em Vale de Cambra, em Lamego, em Mirandela, no Cachão, etc..., fiquei a conhecer toda a Zona Norte do País devido aos muitos edifícios que eram equipados com Elevadores da Efacec.
Noutros locais vinha a casa de 15 em 15 dias, em Cidades como Lamego, Barcelos, Vale de Cambra, Viana, Braga, Guimarães, etc, também fiquei lá alojado durante vários Meses mas como era mais perto já vinha a casa todos os fins de semana, fiquei a conhecer muito bem todas as Cidades por onde andei a trabalhar, sempre que havia cinema eu não falhava uma sessão.
Uma fotografia da década de 1970, de um jantar de Natal do pessoal da Secção de Elevadores de Sá da Bandeira, no Hotel Dom Henrique.
Outra fotografia da década de 1970, é de um jantar de Natal que o pessoal da Secção de Elevadores de Sá da Bandeira, fez no Hotel Dom Henrique.
Fotografia
actual com o mesmo enquadramento da anterior, onde ainda conseguimos distinguir a
cobertura dos 3 primitivos pavilhões da Efacec na Arroteia, porque cor da cobertura é diferente dos restantes, o antigo
Edifício Administrativo também ainda cá está, e também ainda conseguimos ver a
linha férrea de Leixões.
Continuando com as memórias: Mas no meu caso concreto, depois do 25 de Abril de 1974 ainda continuei a trabalhar no Sector de Montagem de Elevadores, porque como eu estava mais destinado a fazer a parte Eléctrica e a conclusão dos Elevadores, fui tendo sempre serviço no Sector de Montagem, ainda existiam imensos Elevadores que já estavam montados onde era necessário fazer a Conclusão, nenhum Edifício conseguia ter licença de habitabilidade sem que os Elevadores estivessem em funcionamento.
Durante alguns pequenos períodos, ainda estive parado sem ter que fazer, na altura dizia-mos que ficava-mos "em inactividade", mas felizmente mais ou menos fui sempre tendo serviço, fui dos últimos a sair do Sector de Montagem de Elevadores em Sá da Bandeira, resisti quase até ao fim.
A página 3 e 4 do folheto publicitário, que era utilizado pela
Divisão de Elevadores da Efacec, na década de 1970, quando
comecei a trabalhar em 1971, os botões de registo de cabina que aparecem
na página 4 deste folheto já estavam fora d'uso, portanto este folheto é
anterior a 1971.
Tantas vezes fui à fábrica, que acabei por ficar a conhecer, e ganhei mesmo confiança com muitos dos funcionários da Fábrica da Arroteia.
O folheto publicitário da máquina RXII-III da Efacec Elevadores.
A página 1 e 2 de outro folheto publicitário da Efacec Elevadores, este já é mais recente, é dos anos 80 e 90, da altura dos Comandos "QCP".
--Eu disse-lhe que tinha o curso Industrial da Escola Industrial Infante Dom Henrique, e que percebia de Elevadores, de Comandos de Elevadores, e um bocadinho de tudo o que estivesse relacionado com electricidade.
--Disse-me para falar com o Sr. Jorge Neves que era o meu chefe de Divisão, que por ele tudo bem, podia de imediato começar a trabalhar na Divisão de Electrónica.
A página 3 e 4 do folheto publicitário da Efacec Elevadores, utilizado nos anos 80 e 90 da altura em que foram introduzidos os Comandos QCP, e o Sistema de Gestão de Baterias de Elevadores MUX-88.
Em 1971 quando comecei a trabalhar, o Sr. Jorge Neves era o chefe da Secção Comercial de Elevadores, que a Efacec tinha na Rua de Sá da Bandeira no Porto, mais tarde quando a Efacec acabou com o Sector de Montagem de Elevadores o Sr. Jorge Neves foi para a fábrica, e passou ser o Chefe da Divisão de Elevadores, esse antigo cargo de Chefe de Divisão que existia na Efacec é o equivalente actual a Director de Empresa.
Na página 1 do folheto publicitário acima, aparece a foto do antigo Hotel Sheraton no Porto, ponho aqui uma fotografia antiga, do interior de uma das cabinas da Bateria de Elevadores Triplex da zona de clientes, a botoneira de cabina era em latão.
Ainda me lembro da Montagem dos primeiros protótipos deste Comando QCP para ensaio, o primeiro foi instalado num Elevador que existia no Edifício da Aparelhagem Eléctrica (AE), ficava próximo da Portaria do AE, foi o Carlos Teixeira quem fez a montagem, depois também para ensaio montamos um Comando QCP-Duplex, num Edifício em frente à Escola Secundária de Gondomar, onde morava o Sr. Eduardo Monteiro.
Ainda guardo desde os anos 80 uma pasta com todos os esquemas eléctricos das duas gerações de Cartas de Micro para os Comandos QCP, da versão Beije e da versão Verde, também tenho guardados todas as versões de esquemas de todos os Comandos QCP.
Comandos QCP.
A Máquina Monobloco RM-175, era utilizada para Elevadores de 1 Velocidade, tinha uma capacidade de carga de 600 Kg, ou 8 Pessoas, com a Velocidade de 0,63 m/s, e a Máquina Monobloco RM-175 E, era utilizada para Elevadores de 2 Velocidade, tinha uma capacidade de carga de 600 Kg, ou 8 Pessoas, com a Velocidade de 1,00 m/s.
Só como curiosidade, porque não tem nada que ver com a Efacec, ponho aqui esta fotografia das antigas instalações da CUFP, que ficavam na Praça da Galiza no local onde agora existe o Empreendimento Mota e Galiza.
Procurei no meu baú das memórias, e encontrei uma pasta com decalco-manias e todo o material para desenhar Circuitos Impressos, tal como se fazia na década de 1970 quando fui trabalhar para a Sala de Estudos.
Uma entrevista do Sr. Jorge Neves ao Jornal Infor da Efacec, já como director da Empresa Efacec Automação e Robótica.
..Já mais recentes dos anos 80 também tenho guardados muitos planos de Comandos QCN e QS, feitos pelo meu amigo Francisco Parracho.
Mas como podemos constatar por esta minha publicação, a vida é feita de muitos Ses, e muito embora não esteja arrependido por ter trabalhado durante 43 anos sempre ligado aos Elevadores, não sei se fui eu que escolhi esse caminho, ou se foi pura coincidência.
......Se, quando terminei o curso Industrial, não tivesse ido estagiar para a Divisão de Elevadores da Efacec e tivesse continuado a estudar, Se calhar poderia ter feito o SPI e teria entrado no ISEP ou na FEUP, e talvez nunca tivesse ouvido falar de Elevadores.
......Se, não tivesse ido fazer o estágio final do Curso Industrial na Efacec, e tivesse ido fazer o estágio para os TLP como esteve para ser, Se calhar teria continuado a trabalhar nos telefones, e talvez também nunca tivesse ouvido falar de Elevadores.
......Se, não tivesse acontecido o 25 de Abril de 1974, e a construção civil não tivesse parado, Se calhar não teria sido transferido do sector de Montagem de Elevadores, para o de Assistência Técnica, e poderia ter terminado os meus dias como Montador de Elevadores.
......Se, não tivesse surgido uma vaga na Sala de estudos na Divisão de Elevadores na Arroteia, e Se o Sr. Jorge Neves não se tivesse lembrado da promessa que me tinha feito, Se calhar tal como o Mário Vieira da Rocha, o Joaquim Talaia, o Machado, e muitos outros meus colegas teria terminado os meus dias a trabalhar no Sector de Assistência Técnica, e nunca teria ido parar à tal Sala de Estudos da Divisão de Elevadores da Efacec, que acho que me alargou os horizontes, e me permitiu adquirir muitos conhecimentos, que possivelmente se tivesse continuado como técnico de manutenção, Se calhar nunca alcançaria.
......Como Técnico de Elevadores da Efacec fiquei a conhecer Portugal desde o Minho até ao Algarve, fiquei a conhecer bem os Açores e a Madeira.
......Também fiquei a conhecer muitos Países:
......Por duas vezes estive a trabalhar em Espanha em Madrid, para onde vendemos Comandos QCP Duplex, fiquei a conhecer mais ou menos Madrid.
......Estive na Bélgica primeiro na Cidade de Saint Niklaas, e depois estive durante muitos Meses a trabalhar em Bruxelas na Montagem dos Elevadores do novo Edifício do Parlamento Europeu, fiquei a conhecer Bélgica de Lés a Lés.
......Passei duas vezes por Hong Kong a caminho de Macau, onde estive a trabalhar durante vários Meses na Montagem dos Elevadores da Fábrica da Efacec, fiquei a conhecer bem Macau, e as Ilhas da Taipa e de Coloane, e também fiz várias incursões pelo interior da China.
......Estive a trabalhar 2 semanas nas Ilhas Maurícias, também fiquei a conhecer a Ilha de Lés a Lés.
......Estive em Angola, a trabalhar em Luanda durante 2 semanas, também fiquei a conhecer mais ou menos a Cidade.
......E estive em mais alguns lados que agora não me lembro, que se não fosse por causa da Efacec nunca teria conhecido.
Depois de mim, sem Formação Superior na Sala de Estudos, só alguns anos mais tarde entraram mais 2 colegas, que foram primeiro o Belmiro Madeira, e depois o Francisco Certo, ambos através de estágios do Fundo Social Europeu.
Ainda hoje, 30 anos depois do fim da Efacec Elevadores S.A. fico triste sempre que penso no seu fim, porque na minha opinião Empresas como a Efacec Elevadores, eram autênticas incubadoras de pessoas e verdadeiros motores de desenvolvimento, foi da Divisão de Elevadores da Efacec que nasceram primeiro a Efacec Electrónica Industrial, depois a Efacec Automação e Robótica, e depois todo o desenvolvimento para as Barreiras das Passagens de Nível da CP, e muito mais coisas de que agora não me lembro.
Na altura em que a empresa Efacec Elevadores S.A. foi incorporada na Schindler Elevadores, já estávamos aqui nestas instalações da Maia, ocupávamos as Naves 1, 2, 3, 4 e o edifício administrativo 5, o edifício 6 era o refeitório, o edifício 7 era da Empresa de Motores e o Edifício 8 era da Empresa de Electrónica Industrial.
Como gostei muito desse encontro inesperado com o Eng. Renato passados mais de 40 anos, e como também gostei muito do antigo Elevador Schindler que está montado no seu edifício, que é do tempo da II Guerra Mundial, qualquer dia vou fazer uma publicação sobre ele, entretanto já me encontrei com o Eng. Renato no edifício, e tiramos algumas fotografias em conjunto para utilizar nessa publicação.
Interessante !!!
ResponderEliminarSerá de referir que trabalhei como ajudante do Jorge Machado.O homem que tinha e tem uma paixão por comboios.Tratavam por Mário Ferreira.Comecei na Arroteia passei para Sá da Bandeira,desenho e a seguir vendas.A seguir as remodelações,quando entrou o novo regulamento.Quqndo a Efacec deixou de fazer instalações fui para o Pinto&Cruz.Está a fazer anos que com o 25 de Abril tivemos,todos,um aumento de 1000 esc.o que à época era o dobro do meu vencimento.A administração da Efacec sempre teve uma grande visão.Apesar disso também não escaparam à onda de violência.Se viveu nessa época.A minha grande referência será sempre Sr.Jorge Neves,que muito contribuiu para o meu crescimento como homem e profissional.Mas foi o sr.Jorge Machado que mais me marcou,pelo método e rigor que punha em todos os trabalhos que executava.Grandes amigos tinha na Efacec.Ainda hoje tenho alguns com quem mantenho contacto.Um abraço.
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