Ano de
2020 - uma visita à aldeia de Bornes.
Bornes é uma
freguesia do Concelho de Macedo de Cavaleiros que fica em plena Serra de
Bornes.
O documento
mais antigo relativo à povoação de Bornes segundo a Wikipédia remonta
ao ano de 1110.
Ainda segundo a Wikipédia a origem do povoamento de Bornes
é anterior à época Pré-Romana, remonta ao Século XII.
Bornes fica em plena Serra
de Bornes, entre Macedo de Cavaleiros e Alfandega da Fé.
7 de
Outubro de 2020, vou começar a minha visita à Aldeia de Bornes.
Chegamos a
Bornes, paramos o carro mesmo junto à Sede da Junta de Freguesia de Bornes.
Ao passar neste
caminho que passa pelo meio de campos de castanheiros, olhando para a aldeia
fiquei logo entusiasmado, porque vi uma série de telhados com aspecto de serem
muito antigos.
E lá vamos nós
pelo caminho até ao centro da parte antiga de Bornes.
E lá vamos nós.
E lá vamos nós.
Por cima destes
castanheiros vemos um Campanário de uma Igreja com 2 sinos, e alguns telhados
com aspecto de serem muito antigos, a visita promete.
Lá ao longe
vemos o Campanário de uma Igreja com 2 sinos.
Os castanheiros
estão cheios de Ouriços de a começar a abrir.
E cá
estou eu no caminho que passa pelo meio dos campos de Castanheiros.
Chegamos
à parte mais antiga Bornes e fiquei com um sentimento misto de alegria e de
tristeza, porque a maioria das casas estão muito degradadas, e algumas estão
mesmo em ruínas.
A maioria
das casas são construídas em pedra de xisto, e tanto a padieira como
as ombreiras das portas são feitas com traves de madeira.
A padieira e
as ombreiras das portas são feitas com estas traves de
madeira.
As casas
são quase todas de 2 pisos, o piso térreo que tem uma porta de grande dimensão
e não tem ligação interior com o piso superior, deduzo que este piso
térreo devia servir para guardar produtos agrícolas e para recolher os
animais.
Como se
vê nesta fotografia o acesso ao piso superior é feito por uma escada exterior
que dá acesso a uma varanda, onde fica a porta principal da habitação, os
varandins que servem de guarda da escada e da varanda são feitos com barrotes
de madeira.
Gostei
tanto destas casas que peguei na máquina e tirei umas
largas centenas de fotografias, acho que fotografei a maioria das casas.
Percorremos
quase todas as ruas desta parte mais antiga de Bornes, cruzamo-nos com alguns
cães, mas esta foi mesmo a única pessoa que encontramos.
Esta
senhora ia a passar com o seu cãozinho quando a fizemos parar para lhe fazer
algumas perguntas.
--Perguntamos-lhe
onde era a Igreja com o campanário com 2 sinos que vimos quando vínhamos no
caminho.
--A
senhora lá nos indicou o caminho mas disse logo que não íamos conseguir entrar,
porque andavam a amanhar a Igreja.
Achei
graça a senhora ter utilizar o verbo amanhar, porque já não o ouvia à muito
tempo, mas depois com o decorrer da conversa deu para perceber que a
senhora o utilizava muitas vezes.
Esta senhora
utilizou muitas vezes o verbo amanhar, não sei se terá sido por ter
estado emigrada em França, ou se é um verbo que se utiliza por estes lados.
A senhora
também nos disse que tinham comprado a casa com varanda para onde está a
apontar, mas que os homens nunca mais a vinham amanhar.
Disse-nos
que muitas das casas estavam assim abandonadas porque algumas pessoas tal como
ela também tinham emigrado, outras tinham morrido, apontou-nos com alguma
tristeza uma casa cuja dona tinha ido à pouco para um lar, por isso a aldeia
dava este ar de abandono.
Foi
esta a casa com varanda que a senhora comprou.
Quando
nos estávamos a despedir diz a senhora:
--Vocês
andam perdidos por aqui? (não devia estar habituada a que andassem por ali
pessoas estranhas a passear).
--Nós
dissemos que tínhamos ido de propósito para visitar a aldeia, então diz ela:
--Vocês tem
onde ficar?
--Nós
dissemos que íamos ficar lá em cima no hotel no topo da Serra, ela ficou um
bocado desanimada e disse:
--Se
vocês quiserem eu posso amanhar um quarto, e vocês ficam na minha
casa.
--Nós
agradecemos, e dissemos que já tínhamos o hotel marcado, mas ela insistiu:
--Se
vocês tornarem a vir para estes lados, ou se tiverem alguém conhecido, mesmo
que venha com os filhos, podem dizer-lhe que podem ficar na minha casa enquanto
andam por estes lados.
Ficamos
sem palavras, são pessoas assim com esta simpatia e hospitalidade, que me
deixam orgulhoso por ser Português.
E lá
vai a senhora para casa com o seu cãozinho, porque já perdeu muito tempo a
conversar connosco.
Saímos da
beira desta simpática senhora e lá continuamos o nosso passeio.
Junto da casa
que eu considero das mais típicas da aldeia.
Casa na aldeia de Bornes.
Agora estou
junto a uma casa que penso devia servir para guardar os produtos agrícolas e
para recolher os animais, tem uma porta com a padieira e as ombreiras
feitos com traves de madeira.
Agora estou junto a uma casa de habitação que está a ficar em risco de ruir.
Casa na aldeia de Bornes.
A minha
companheira junto a uma casa que pela porta de grandes dimensões também devia
ser um local onde guardavam os produtos agrícolas, e os animais.
Um fontanário em granito do ano de
1846.
Um postigo na
lateral de uma casa igual aos postigos de vigia que se vêem nos castelos
medievais.
Uma casa onde
já substituíram o telhado original por chapa zincada.
Mais casas
antigas de habitação a ficar em ruínas.
Um telhado e um
alpendre que dá entrada para os campos de castanheiros.
E agora
finalmente uma casa restaurada, onde foi mais ou menos respeitado o estilo
original das casas.
Casa na aldeia de Bornes.
Casa na aldeia de Bornes.
Casa na aldeia de Bornes.
Outra casa
restaurada, onde também foi mais ou menos respeitado o estilo original das
casas antigas.
Outra casa restaurada, onde também foi mais ou menos respeitado o estilo original das casas antigas.
Outra casa restaurada.
Outra casa restaurada.
Passamos por
esta capela, também está fechada, mas tem uma porta muito bonita e muito bem trabalhada.
Ainda junto à
Capela.
Uma casa com
um estilo já mais moderno, é de 1844, a construção é toda em granito, até
as ombreiras e padieiras das portas e das janelas são em granito.
Um largo com um
antigo fontanário, e mesmo em frente vemos outra bonita casa restaurada.
Este fontanário
tem a data de 1834.
Ainda no largo que tem o fontanário, em frente à casa restaurada.
Mais um
conjunto de casas, algumas já começaram a ser restauradas, mas ainda não dá
para perceber como ficarão no final.
Casas que já começaram a ser restauradas.
A porta desta
casa, que ainda deve ser de origem, com a padieira e as ombreiras feitos com
traves de madeira.
A padieira da
janela, e as ombreiras feitos com traves de madeira.
Outra
casa restaurada.
Junto às ruínas
de uma casa.
Junto às ruínas de uma casa.
Outra casa em
ruínas, estamos quase a chegar à Igreja Paroquial de Bornes.
E finalmente
chegamos à Igreja, tem a porta fechada, desta vez não vamos
conseguir visitá-la fica para uma próxima, e como a senhora tinha dito
andam mesmo a amanhá-la.
O Campanário
com os seus 2 Sinos, e a Rosácea da Igreja de Bornes.
A Rosácea e a
porta principal da Igreja de Bornes.
A porta
principal da Igreja de Bornes.
A porta
principal da Igreja de Bornes tem uns trabalhados muito bonitos.
Mais casas
antigas a começar a ficar em ruínas.
Mais casas antigas a começar a ficar em ruínas.
Mais casas antigas a começar a ficar em ruínas.
E agora estou a
ver ali ao fundo uma casa original que acho que vale a pena ver.
Casa na aldeia de Bornes.
Casa na aldeia de Bornes.
Casa na aldeia de Bornes.
O piso térreo
desta casa ainda está a ser utilizado como estábulo, o chão está todo coberto
com palha para servir de cama para os animais, mas não vejo ninguém por aqui.
Mais um
conjunto de antigas casas de habitação.
Uma antiga casa
de habitação à venda.
Outra antiga casa de habitação.
Outra antiga casa de habitação.
Fui até lá
abaixo, explorar mais um caminho com antigas casas de habitação.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Pelos tijolos
vê-se que começaram a restaurar esta casa, mas devem ter desistido e como se vê
está quase a ruir.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Mais uma antiga
casa de habitação, mas esta é especial porque tem um torreão cilíndrico que
parece de um castelo.
Um torreão cilíndrico que parece de um castelo.
Mais uma porta
de entrada de um piso térreo que devia servir para guardar os produtos
agrícolas, e para servir de dormida para os animais.
E chegamos às últimas
casas, a partir daqui são só campos agrícolas que estão vedados com este
portão, vamos ter que voltar para trás.
Outra porta de
entrada de um piso térreo, que também devia servir para guardar os produtos
agrícolas e para servir de dormida para os animais.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
E cá estão os 2
cães que nos acompanharam durante esta nossa visita a Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
Na aldeia de Bornes.
E agora a minha
colega já começa a ficar cansada, já se sentou, está a ficar na hora de
regressar.
Parece que
vamos mesmo que ter que regressar.
E cá estão os
cães que nos acompanharam nesta nossa visita, parece que adivinharam que
estamos prestes a ir embora e vieram despedir-se.
Adeus cãezinhos
já vamos embora, até à próxima.
No
caminho de regresso voltamos a passar pelo fontanário na entrada de Bornes.
Depois
desta nossa extenuante visita o que é que me apetece dizer sobre esta
lindíssima parte mais antiga de Bornes:
--Gostava
que um nativo que gostasse mesmo muito da sua terra, jogasse no Euro-Milhões e
ganhasse, mas que o prémio fosse de umas largas centenas de milhões de Euros, e
ele resolve-se começar a comprar e a restaurar todas as casas da aldeia, mas
com uma condição, podia dar às casas todo o conforto do Século XXI, mas o
restauro tinha que ser feito preservando o mais possível o estilo
arquitectónico original das casas.
--Mas como acho
difícil que este meu desejo se concretize, espero que pelo menos quando entrar
na Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros algum pedido para restaurar algumas
destas casas da parte antiga de Bornes, seja obrigatório que o restauro
respeite o mais possível o estilo arquitectónico original das casas.
E como
costumo dizer prontus, terminei esta publicação sobre a nossa visita
a Bornes, se alguém
a vier a ler espero que tenha ficado com vontade de fazer um passeio por terras de
Trás os Montes e Alto Douro.
Agora vamos
regressar ao hotel que fica lá em cima no topo da serra, porque já começa a
ficar tarde.
Mas
amanhã é um novo dia e ainda temos muito caminho para percorrer, ainda vamos
visitar Torre de Moncorvo, Moncorvo, vamos passar na Estação do
Pocinho, na Praia do
Azivo, e ainda
vamos até Foz Côa, e vamos visitar o Museu do Côa.
Fernando Almeida