segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 Ano de 2020 - uma visita à aldeia de Bornes.

 Bornes é uma freguesia do Concelho de Macedo de Cavaleiros que fica em plena Serra de Bornes.

 O documento mais antigo relativo à povoação de Bornes segundo a Wikipédia remonta ao ano de 1110.





 Ainda segundo a Wikipédia a origem do povoamento de Bornes é anterior à época Pré-Romana, remonta ao Século XII.  









  Bornes fica em plena Serra de Bornes, entre Macedo de Cavaleiros e Alfandega da Fé.

 7 de Outubro de 2020, vou começar a minha visita à Aldeia de Bornes.

 Chegamos a Bornes, paramos o carro mesmo junto à Sede da Junta de Freguesia de Bornes.

 Metemos por este caminho que nos levou direitinho até ao centro da parte mais antiga de Bornes.

 Ao passar neste caminho que passa pelo meio de campos de castanheiros, olhando para a aldeia fiquei logo entusiasmado, porque vi uma série de telhados com aspecto de serem muito antigos.

 E lá vamos nós pelo caminho até ao centro da parte antiga de Bornes.




 E lá vamos nós.

 E lá vamos nós.

 Por cima destes castanheiros vemos um Campanário de uma Igreja com 2 sinos, e alguns telhados com aspecto de serem muito antigos, a visita promete.


 Lá ao longe vemos o Campanário de uma Igreja com 2 sinos.

 Os castanheiros estão cheios de Ouriços de a começar a abrir.



 E cá estou eu no caminho que passa pelo meio dos campos de Castanheiros.

 Chegamos à parte mais antiga Bornes e fiquei com um sentimento misto de alegria e de tristeza, porque a maioria das casas estão muito degradadas, e algumas estão mesmo em ruínas.

 A maioria das casas são construídas em pedra de xisto, e tanto a padieira como as ombreiras das portas são feitas com traves de madeira.





 A padieira e as  ombreiras das portas são feitas com estas traves de madeira.

 As casas são quase todas de 2 pisos, o piso térreo que tem uma porta de grande dimensão e não tem ligação interior com o piso superior, deduzo que este piso térreo devia servir para guardar produtos agrícolas e para recolher os animais.





 Como se vê nesta fotografia o acesso ao piso superior é feito por uma escada exterior que dá acesso a uma varanda, onde fica a porta principal da habitação, os varandins que servem de guarda da escada e da varanda são feitos com barrotes de madeira.

 Gostei tanto destas casas que peguei na máquina e tirei umas largas centenas de fotografias, acho que fotografei a maioria das casas.


 Percorremos quase todas as ruas desta parte mais antiga de Bornes, cruzamo-nos com alguns cães, mas esta foi mesmo a única pessoa que encontramos.

 Esta senhora ia a passar com o seu cãozinho quando a fizemos parar para lhe fazer algumas perguntas.

 --Perguntamos-lhe onde era a Igreja com o campanário com 2 sinos que vimos quando vínhamos no caminho.

 --A senhora lá nos indicou o caminho mas disse logo que não íamos conseguir entrar, porque andavam a amanhar a Igreja.

 Achei graça a senhora ter utilizar o verbo amanhar, porque já não o ouvia à muito tempo, mas depois com o decorrer da conversa deu para perceber que a senhora o utilizava muitas vezes.
























 Esta senhora utilizou muitas vezes o verbo amanhar, não sei se terá sido por ter estado emigrada em França, ou se é um verbo que se utiliza por estes lados.

 A senhora também nos disse que tinham comprado a casa com varanda para onde está a apontar, mas que os homens nunca mais a vinham amanhar.

 Disse-nos que muitas das casas estavam assim abandonadas porque algumas pessoas tal como ela também tinham emigrado, outras tinham morrido, apontou-nos com alguma tristeza uma casa cuja dona tinha ido à pouco para um lar, por isso a aldeia dava este ar de abandono. 




 Foi esta a casa com varanda que a senhora comprou.

 Quando nos estávamos a despedir diz a senhora:

 --Vocês andam perdidos por aqui? (não devia estar habituada a que andassem por ali pessoas estranhas a passear).

 --Nós dissemos que tínhamos ido de propósito para visitar a aldeia, então diz ela:

 --Vocês tem onde ficar?

 --Nós dissemos que íamos ficar lá em cima no hotel no topo da Serra, ela ficou um bocado desanimada e disse:

 --Se vocês quiserem eu posso amanhar um quarto, e vocês ficam na minha casa.

 --Nós agradecemos, e dissemos que já tínhamos o hotel marcado, mas ela insistiu:

 --Se vocês tornarem a vir para estes lados, ou se tiverem alguém conhecido, mesmo que venha com os filhos, podem dizer-lhe que podem ficar na minha casa enquanto andam por estes lados.

 Ficamos sem palavras, são pessoas assim com esta simpatia e hospitalidade, que me deixam orgulhoso por ser Português.

 E lá vai a senhora para casa com o seu cãozinho, porque já perdeu muito tempo a conversar connosco.

 Saímos da beira desta simpática senhora e lá continuamos o nosso passeio. 



 Junto da casa que eu considero das mais típicas da aldeia.



 Casa na aldeia de Bornes.

 Agora estou junto a uma casa que penso devia servir para guardar os produtos agrícolas e para recolher os animais, tem uma porta com a padieira e as ombreiras feitos com traves de madeira.

 Agora estou junto a uma casa de habitação que está a ficar em risco de ruir.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 A minha companheira junto a uma casa que pela porta de grandes dimensões também devia ser  um local onde guardavam os produtos agrícolas, e os animais.

 Um fontanário em granito do ano de 1846.













 Fontanário em granito do ano de 1846.

 Um postigo na lateral de uma casa igual aos postigos de vigia que se vêem nos castelos medievais.



 Uma casa onde já substituíram o telhado original por chapa zincada.



 Mais casas antigas de habitação a ficar em ruínas.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Um telhado e um alpendre que dá entrada para os campos  de castanheiros.



 E agora finalmente uma casa restaurada, onde foi mais ou menos respeitado o estilo original das casas.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Casa na aldeia de Bornes.



 Outra casa restaurada, onde também foi mais ou menos respeitado o estilo original das casas antigas.



 Outra casa restaurada, onde também foi mais ou menos respeitado o estilo original das casas antigas.



 Outra casa restaurada.



 Outra casa restaurada.



 Passamos por esta capela, também está fechada, mas tem uma porta muito bonita e muito bem trabalhada.



 Ainda junto à Capela.



 Uma casa  com um estilo já mais moderno, é de 1844, a construção é toda em granito, até as ombreiras e padieiras das portas e das janelas são em granito.







 Um largo com um antigo fontanário, e mesmo em frente vemos outra bonita casa restaurada.



 Este fontanário tem a data de 1834.



 Ainda no largo que tem o fontanário, em frente à casa restaurada.



 Mais um conjunto de casas, algumas já começaram a ser restauradas, mas ainda não dá para perceber como ficarão no final.


 Outro conjunto de casas que já começaram a ser restauradas.

 Casas que já começaram a ser restauradas.


 A porta desta casa, que ainda deve ser de origem, com a padieira e as ombreiras feitos com traves de madeira.


 A padieira da janela, e as ombreiras feitos com traves de madeira.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Outra casa restaurada.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Junto às ruínas de uma casa.


 Junto às ruínas de uma casa.


 Outra casa em ruínas, estamos quase a chegar à Igreja Paroquial de Bornes.


 E finalmente chegamos à Igreja, tem a porta fechada, desta vez não vamos conseguir visitá-la fica para uma próxima, e como a senhora tinha dito andam mesmo a amanhá-la.


 O Campanário com os seus 2 Sinos, e a Rosácea da Igreja de Bornes.


 A Rosácea e a porta principal da Igreja de Bornes.


 A porta principal da Igreja de Bornes.


 A porta principal da Igreja de Bornes tem uns trabalhados muito bonitos.


 Mais casas antigas a começar a ficar em ruínas.


 Mais casas antigas a começar a ficar em ruínas.


 Mais casas antigas a começar a ficar em ruínas.


 E agora estou a ver ali ao fundo uma casa original que acho que vale a pena ver.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 O piso térreo desta casa ainda está a ser utilizado como estábulo, o chão está todo coberto com palha para servir de cama para os animais, mas não vejo ninguém por aqui.


 Mais um conjunto de antigas casas de habitação.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Casa na aldeia de Bornes.


 Uma antiga casa de habitação à venda.


 Outra antiga casa de habitação.



 Outra antiga casa de habitação.



 Fui até lá abaixo, explorar mais um caminho com antigas casas de habitação.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Pelos tijolos vê-se que começaram a restaurar esta casa, mas devem ter desistido e como se vê está quase a ruir.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Mais uma antiga casa de habitação, mas esta é especial porque tem um torreão cilíndrico que parece de um castelo. 



 Um torreão cilíndrico que parece de um castelo.



 Mais uma porta de entrada de um piso térreo que devia servir para guardar os produtos agrícolas, e para servir de dormida para os animais.



 E chegamos às últimas casas, a partir daqui são só campos agrícolas que estão vedados com este portão, vamos ter que voltar para trás. 



 Outra porta de entrada de um piso térreo, que também devia servir para guardar os produtos agrícolas e para servir de dormida para os animais.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 E cá estão os 2 cães que nos acompanharam durante esta nossa visita a Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.



 Na aldeia de Bornes.

 E agora a minha colega já começa a ficar cansada, já se sentou, está a ficar na hora de regressar.



 Parece que vamos mesmo que ter que regressar.




 E cá estão os cães que nos acompanharam nesta nossa visita, parece que adivinharam que estamos prestes a ir embora e vieram despedir-se.



 Adeus cãezinhos já vamos embora, até à próxima.

 No caminho de regresso voltamos a passar pelo fontanário na entrada de Bornes.

 Depois desta nossa extenuante visita o que é que me apetece dizer sobre esta lindíssima parte mais antiga de Bornes:

 --Gostava que um nativo que gostasse mesmo muito da sua terra, jogasse no Euro-Milhões e ganhasse, mas que o prémio fosse de umas largas centenas de milhões de Euros, e ele resolve-se começar a comprar e a restaurar todas as casas da aldeia, mas com uma condição, podia dar às casas todo o conforto do Século XXI, mas o restauro tinha que ser feito preservando o mais possível o estilo arquitectónico original das casas.

--Mas como acho difícil que este meu desejo se concretize, espero que pelo menos quando entrar na Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros algum pedido para restaurar algumas destas casas da parte antiga de Bornes, seja obrigatório que o restauro respeite o mais possível o estilo arquitectónico original das casas. 

 E como costumo dizer prontus, terminei esta publicação sobre a nossa visita a Bornes, se alguém a vier a ler espero que tenha ficado com vontade de fazer um passeio por terras de Trás os Montes e Alto Douro.

 Agora vamos regressar ao hotel que fica lá em cima no topo da serra, porque já começa a ficar tarde.







 Mas amanhã é um novo dia e ainda temos muito caminho para percorrer, ainda vamos visitar Torre de Moncorvo, Moncorvo, vamos passar na Estação do Pocinho, na Praia do Azivo, e ainda vamos até Foz Côa, e vamos visitar o Museu do Côa.

 Fernando Almeida