Os elevadores
do Palácio das Cardosas.
Entrei pela primeira vez no Palácio das Cardosas no ano de 1972, por causa dos Elevadores, e desde aí até hoje, sempre por causa dos Elevadores, tenho vindo a acompanhar as várias transformações que este palácio foi sofrendo, desde 1972 até hoje.
O Palácio das Cardosas já conheceu vários tipos de Elevadores, e de alguma maneira
todos eles sempre tiveram alguma ligação com a Efacec.
Existe
sempre algum motivo que me leva a fazer uma publicação, mas desta vez
foram dois os motivos, e para ser franco até fico um bocado dividido sem
saber de qual dos motivos gosto mais.
O primeiro motivo sobre o qual me vou debruçar primeiro, tem a ver com a história deste edifício, ele começou por ser um convento construído no Século XV, que depois na primeira metade do Século XIX foi transformado num palácio para habitação que acabou por ficar conhecido como O Palácio das Cardosas.
O
segundo motivo sobre
o qual me debruçarei a seguir é que este palácio me trás recordações da minha
juventude, de quando ainda com 16 anos comecei a trabalhar no Sector de
Montagem de Elevadores da Efacec que era em Sá da Bandeira, e fui
para lá trabalhar na Montagem dos Elevadores.
Quando entrei
pela primeira vez no Palácio das Cardosas, em 1972, tinha
16 anos, ainda era um menino, já se passaram 48 anos, mas existem locais
que nos deixam marcas, e por isso ainda me lembro como se fosse hoje.
......Mas
agora vou começar pelo primeiro motivo que me levou a fazer esta publicação, e
à minha maneira vou fazer um resumo da história deste antigo edifício.
......Nos
livros de história diz que:
......No
lugar onde hoje existe o Palácio das Cardosas no ano de 1490 foi fundado
o Convento de
Santo Elói, que
pertencia à ordem dos Cónegos de São João Evangelista, que eram conhecidos como
os Padres
Lóios.
Nesta gravura que é do ano de 1833, vemos o Convento de Santo Elói, e a Igreja dos Lóios, que ficavam onde hoje existe o Palácio das Cardosas.
......Mas
no ano de 1493, o Convento de Santo Elói foi agregado
à Congregação
dos Lóios, e
como o número de religiosos desta ordem cresceu muito, no ano de 1592 o
edifício foi ampliado.
Uma gravura da Igreja dos Lóios que ficava voltada para o Largo dos Lóios.
......Nos
finais do Século XVIII o Convento dos Lóios estava a ficar muito
degradado e a necessitar de uma reforma urgente, nessa altura a Congregação dos
Lóios decidiu que
iria fazer obras de restauração do Convento, e o levantamento de uma nova
fachada, que ficaria voltada para a Praça Nova, actual Praça da Liberdade.
Antigo postal
dos Correios onde vemos o Palácio das Cardosas na Praça Nova, actual Praça da
Liberdade.
Outro
antigo postal dos Correios, onde vemos a Praça Nova, actual Praça da
Liberdade.
Neste
postal vemos o Palácio dos Monteiro Moreira, onde estava instalada a Câmara
Municipal do Porto, no topo do edifício vemos a estátua que
representa a cidade do Porto.
No meio
da Praça vemos a estátua em homenagem a D. João IV, voltada para o Palácio das
Cardosas.
......Mas
agora voltando para a história do Palácio das Cardosas, no ano de 1798
arrancaram as ditas obras de restauração do Convento, e da construção de uma
nova fachada, segundo o projecto da autoria do Arquitecto José
Champalimaud.
Nesta antiga planta que é do Arquivo Municipal do Porto, vemos toda a área envolvente da Praça Nova, vemos a antiga Igreja dos Lóios, que ficava voltada para o Largo dos Lóios.
......Mas com todas as convulsões que aconteceram no início do Século XIX, que deram origem à Revolução Liberal, e depois com a entrada de Dom Pedro IV à frente do exército Liberal no Porto, oroginaram a fuga da ordem religiosa dos Lóios, que tinham apoiado a Facção Absolutista de Dom Miguel.
.....A fuga da Ordem Religiosa dos Lóios do Porto, originou que as obras de restauração e da construção da uma nova fachada no Convento dos Lóios fossem interrompidas a meio.
......Pouco tempo depois a Ordem dos Lóios foi mesmo extinta, e o Convento acabou por ser vendido em hasta publica, sendo comprado por um burguês retornado do Brasil, de nome Manuel Cardoso dos Santos, que iria transformar o antigo convento na sua residência fixa no Porto.
......O Convento foi vendido ao Srº Cardoso, mas com a condição de que este teria que concluir as obras de restauração, e de construção da nova fachada segundo o projecto.
......O Srº Manuel Cardoso dos Santos lá fez as obras de restauração e de construção da nova fachada.
......Mas pouco tempo depois de ter concluído as obras o Sr. Cardoso acabou por falecer, e os seus bens por herança passaram para a sua esposa, e para as suas 3 filhas, que eram conhecidas no Porto como as Cardosas.
......E
foi por esta razão que o antigo Convento dos Lóios, começou a ser
conhecido como O Palácio das Cardosas, que era o apelido da esposa e das filhas do Sr. Cardoso, nome que ainda hoje se mantém, e que acho se
manterá para sempre.
......E
agora vou passar para o segundo motivo que me levou a fazer esta publicação, e vou
contar as várias transformações, e os vários tipos de elevadores que O Palácio das
Cardosas conheceu
desde o ano de 1972 até à actualidade, sempre com algum tipo de ligação com
à Efacec.
Era esta
a tecnologia que era utilizada nos elevadores da Efacec na década
de 1960/70.
Este foi
o meu primeiro Cartão de Identificação como funcionário da Efacec, em Sá da
Bandeira.
Comecei a minha curta carreira como Montador de Elevadores num edifício do Ferreira dos Santos na Praceta em frente à Câmara de V. N. de Gaia, o meu primeiro ajudante foi o Bessa de Campanhã.
Mas tive
logo azar porque o Encarregado dessa obra era o Srº Clemente que foi o
Encarregado mais severo que conheci, e logo no primeiro dia quando se
cruzou comigo e me viu com aquela farta cabeleira, disse-me logo que ou cortava o
cabelo ou no dia
seguinte não me deixava entrar na obra, porque nas suas obras não trabalhavam
meninas.
E foi assim que logo no meu primeiro dia de trabalho como Pré-Oficial Montador de Elevadores, fui obrigado a cortar o cabelo e nunca mais na vida voltei a usar o cabelo comprido, mas o bigode ficou, e acompanhou-me até hoje.
......E agora depois deste pequeno aparte sobre o começo da minha carreira como Montador de Elevadores, vou passar em definitivo para o segundo motivo que me levou a fazer esta publicação.
Como já
disse lá atrás, entrei pela primeira vez no Palácio das Cardosas na
primeira metade de 1972.
Outra antiga fotografia do Palácio das Cardosas, ainda do tempo do Café Astória.
Corria o
ano de 1972, quando O Palácio das Cardosas sofreu umas
grandes obras de remodelação, para passar a ser a sede do Banco Pinto
& Sotto Mayor no Porto, e foi a Efacec quem ganhou o
concurso para o fornecimento e instalação dos Elevadores.
O café Astória ficava na esquina do Palácio das Cardosas, voltado para a estação de São Bento.
No ano de 1972, quando O Palácio das Cardosas passou a ser a sede do Banco Pinto & Sotto Mayor no Porto, a fachada ao nível do térreo foi totalmente alterada, as portas foram substituídas por umas enormes janelas redondas.
Ano de 1972, numa das janelas redondas foi montado um gigantesco logótipo do Banco Pinto & Sotto Mayor.
Como era a
Praça da Liberdade na década de 1970, no tempo do Banco Pinto & Sotto Mayor, no lado esquerdo por cima do
autocarro vemos o reclame do banco, na fachada do palácio.
Como era a Praça da Liberdade na década de 1970, no tempo do Banco Pinto & Sotto Mayor.
Como era a Praça
da Liberdade no tempo do Banco Pinto & Sotto Mayor, por cima do eléctrico podemos ver o reclame do banco, na
fachada do palácio.
Como era a Praça da Liberdade na década de 1970, no tempo do Banco Pinto & Sotto Mayor.
Eu tinha começado a trabalhar na Efacec como estagiário no dia 15 de Dezembro de 1971, andei em várias instalações de Elevadores, e em meados de 1972 fui como ajudante trabalhar na montagem dos elevadores para O Palácio das Cardosas, o meu oficial era o Srº Domingos de Barcelos, e o encarregado da obra era o Srº Pinto.
E assim
por causa dos elevadores no ano de 1972 fiquei a conhecer relativamente
bem O Palácio das Cardosas, e depois também sempre por causa dos
elevadores, fui acompanhando as várias alterações que o palácio foi sofrendo
desde 1972 até hoje.
Foi este o Elevador Panorâmico que foi montado no átrio da sede do Banco Pinto & Sotto Mayor no Porto em 1972, se olharmos bem podemos ver na porta automática da cabina que era feita num único vidro curvo temperado, o logótipo do banco.
Tanto a
cabina, como o poço deste elevador eram cilíndricos, o poço era todo revestido
a vidro e aço, desde o chão até ao tecto.
O elevador do BP&SM era tão bonito, e foi um projecto tão arrojado para a altura, que anos mais tarde, em meados dos anos 90, ainda teve a honra de fazer parte de uma revista publicitária da Efacec Elevadores, junto com outras grandes obras realizadas pela Efacec Elevadores, ainda tenho esta revista guardada como recordação.
Era este o esquema de accionamento do elevador panorâmico do Banco Pinto & Sotto Maior, era uma montagem convencional, igual a tantas outras que se faziam na altura.
Era um elevador com a Casa de Máquinas em baixo ao lado do poço, no topo do poço, nas águas furtadas ficava a Casa das Rodas de Desvio.
Tanto a
cabina como contrapeso deste elevador tinham um design muito especial como
mostrarei, era um projecto muito evoluído para a época.
O Elevador
tinha uma Máquina RVIII, de fabricação Efacec.
O Elevador
tinha a Casa de Máquinas em baixo, a máquina era uma RVIII, a suspensão
era directa de 1 para 1, podemos ver os cabos de tracção a sair para
cima.
Máquina RVIII, de fabricação Efacec.
Como já disse lá atrás tanto a cabina como o contrapeso tinham um design muito especial, o contrapeso tinha o formato de um cilindro revestido a aço, era completamente inédito.
Como podemos ver nesta fotografia o contrapeso tinha o formato de um cilindro todo revestido em aço, os tirantes de amarração dos cabos de suspensão ficavam escondidos dentro desse cilindro.
Como vemos
nesta fotografia os T das guias do contrapeso eram
voltados para fora, ao contrário de uma montagem convencional, e ficavam
escondidas dentro da estrutura.
Como
podemos ver nesta fotografia, tanto a cabina como o contrapeso tinham ambos a
forma de um cilindro, e tanto as guias da cabina como as do contrapeso
não eram visíveis, ficavam escondidas dentro da estrutura, como vemos a cabina
tinha 3 guias.
O Comando
do Elevador era um Colectivo Selectivo à Subida e à Descida, de
fabricação Efacec, os botões de chamada dos patamares estavam embutidas num
tubo cilíndrico que percorria o edifício de cima a abaixo.
Quando
comecei a fazer esta publicação, não sabia quem tinha sido o autor do projecto
deste elevador tão evoluído para a época, por isso resolvi perguntar a algumas
pessoas que na altura trabalhavam na fábrica de Elevadores da Efacec, na
Arroteia.
......Falei com o Eng. Vasconcelos, com o Mário Ribeiro, e com o Júlio Resende, e todos eles se lembravam deste Elevador, disseram-me que tinha sido um projecto bastante complexo, e que tinha sido mesmo o primeiro elevador panorâmico fabricado pela Efacec.
......Mas num ponto todos foram unânimes, disseram-me que o projectista deste bonito elevador panorâmico para a sede do Banco Pinto & Sotto Mayor no Porto, tinha sido o Sr. Manuel Amaro.
......Mas
depois recebi um email do Sr. Jorge Neves, que na altura,
década 1970, era quem estava a chefiar o Sector Comercial de Elevadores da
Efacec, em Sá da Bandeira, que me esclareceu tudo o que queria saber sobre
este Elevador.
......No
Grupo de Amigos da Efacec, consegui arranjar uma série de fotografias da década
de 1960, são do inicio da criação da Divisão de Elevadores na Efacec, onde
está o Sr. Manuel Amaro que foi o responsável pelo projecto deste
elevador.
Nesta
primeira fotografia da década de 1950, da altura da fusão da Soprel com a
Efacec, vemos a primeira equipa de projectistas da Sala de Estudos da
Divisão de Elevadores da Efacec.
Nesta
fotografia estão a começar do fundo o Sr. Manuel Amaro, é o único com barba, depois a
seguir está o Sr. Jorge Neves, depois estão o Sr. Juvelim, o Sr. Ernesto
Oliveira, o Sr. Arnaldo Silva, o Sr. Francisco Rosa e o Sr. Firmino Vidal.
Nesta
fotografia reconheço porque trabalhei com eles, a começar da esquerda o Sr.
Arlindo Ribeiro, depois está o Sr. Arnaldo Silva, depois o Sr. Jorge Machado,
depois mais ao fundo está o Sr.
Manuel Amaro é aquele de
barba e com uma grande cabeleira, depois está o Valdemiro, no lado direito só
conheço o Sr. Roriz que está de pé.
Nesta
fotografia reconheço porque trabalhei com eles, o segundo a começar da esquerda
que é o Mário Ribeiro, depois está o Sr. Arlindo Ribeiro, depois o Sr. Jorge
Neves, depois está o
Sr. Manuel Amaro é
aquele de barba e com kispo.
Nesta
fotografia reconheço porque trabalhei com eles, o Mário Ribeiro está em cima do
muro com camisola preta de gola alta, em baixo estão o Sr. Arlindo Ribeiro, e o Sr.
Manuel Amaro que é o único com barba.
Mas
agora continuando com a história do Elevador Panorâmico do Palácio das
Cardosas:
E tal como eu imaginava existem Elevadores que deixam marcas, e ficam para sempre na nossa memória, e o Srº Jorge Neves apesar de já passarem mais de 50 anos também ainda se lembra perfeitamente deste Elevador.
......E
como o Sr. Jorge Neves me deu autorização para isso, vou escrever na integra, e
na primeira pessoa, o que ele me diz no seu email sobre este elevador
panorâmico da agência do Banco Pinto & Sotto Maior no Porto:
......A
agência bancária foi projectada pelo Paulo Guilherme D'Eça Leal, um arquitecto
de Lisboa muito famoso na altura, mas que tinha um feitio muito conflituoso não
admitia que o contrariassem.
......Eu tinha
acabado de assumir a chefia do Sector Comercial de Elevadores da Efacec no Porto
em 1967/68, e
esta encomenda já estava em carteira mas sem grandes pormenores, de maneira que
quando comecei a ter reuniões de obra para afinar os detalhes, fiquei
horrorizado com o grau de exigência do Paulo Guilherme.
......O
elevador panorâmico e a escada envolvente em vidro, seriam as peças nobres da
agência bancária.
......Como princípios
gerais o Paulo Guilherme só admitia superfícies redondas, e os únicos materiais
que admitia eram o Cristal, e o Aço Inoxidável Sueco, que acho que era da
Avesta.
......Já não me lembro como foi resolvido o problema das guias, mas o que valeu para que a empreitada tenha sido levada a bom porto, foi que o Manuel Amaro que foi o projectista da instalação, pela sua maneira de ser, encaixou bem com o Paulo Guilherme.
......Mas não
me perguntem qual foi o tombo que a obra deu.
Email do Sr. Jorge Neves
Não me
sentiria bem ao fazer esta publicação não falar do Eng. Luíz
Paulino, que foi o
Chefe da Divisão de Elevadores de 1964 até 1977.
E na
minha opinião o Eng. Luíz Paulino foi o grande
impulsionador da Divisão de Elevadores dentro da Efacec, e como
ele diz neste artigo de um jornal, passou a produção anual que era de 80
Elevadores no ano de 1964, para 1100 Elevadores no ano de 1974, tornando a
Efacec na empresa líder do mercado de Elevadores em Portugal.
......Mas
agora continuando a falar sobre o Palácio das Cardosas, e pegando na frase que
o Sr. Jorge Neves pôs no seu email, o Elevador
Panorâmico e a Escada envolvente em vidro laminado, eram mesmo as peças nobres
da Agência Bancaria.
E como podemos
verificar nesta fotografia do hall de entrada da agência bancária do Banco
Pinto & Souto Mayor no Porto, o elevador
panorâmico e a imponente escadaria envolvente, eram mesmo as peças nobres da
agência bancaria.
Ainda o hall de entrada da agência bancária do Banco Pinto & Souto Mayor no Porto, no lado direito da podemos ver as janelas redondas que estavam voltadas para a Praça da Liberdade.
Era esta
a imponente escadaria em vidro laminado, ela percorria o edifício de cima a
baixo, envolvendo o poço do Elevador.
Lembro-me de todos estes pormenores do Palácio das Cardosas, porque andei lá a trabalhar durante bastante tempo, e na fase final para que tudo ficasse pronto a tempo para a inauguração da agência, foi necessário trabalhar algumas noites seguidas.
Ainda me
lembro da espessura das paredes e da enorme porta da caixa forte que ficava na
cave, era para lá que íamos durante a noite quando queríamos descansar um
bocado, era a zona mais quente porque a iluminação já era com lâmpadas de
halogéneo.
Mas como
tenho umas dezenas de fotografias, e como ainda me lembro bem da sua montagem,
qualquer dia irei fazer uma publicação dedicada exclusivamente a este
elevador panorâmico do Palácio das Cardosas.
......Agora
continuando com a história dos elevadores do Palácio das Cardosas:
......Alguns
anos mais tarde, em meados dos anos 80, altura em
que eu já estava a trabalhar na sala de Estudos da Divisão de elevadores da
Efacec, na Arroteia, a ala esquerda d' O Palácio das Cardosas, foi
novamente objecto de obras.
Nesta
fotografia que é de meados
dos anos 80, vemos lá ao fundo que
a ala esquerda do Palácio
das Cardosas está toda
entaipada, porque o Palácio foi novamente objecto de obras, e nessa altura foi
montado um novo Elevador Hidráulico.
Mas desta
vez embora o Elevador fosse de fabricação Efacec, não foi montado por pessoal
da Efacec, porque pouco depois da Revolução de 25 de Abril de 1974 a Efacec
deixou de Montar Elevadores, manteve a fábrica mas só vendia Elevadores
completos a Empresas terceiras, que faziam a sua montagem e manutenção.
A Casa de Máquinas de um Elevador Hidráulico com uma Central Hidráulica da GMV.
Desta vez foi a empresa Pinto & Cruz quem vendeu e montou esse novo Elevador Hidráulico no Palácio das Cardosas, mas como era um elevador especial desta vez também acompanhei a sua montagem.
Lembro-me
que mais tarde este Elevador Hidráulico veio a ter um problema que podia ter
originado uma grave consequência, nessa altura tive que ir várias vezes à
instalação, com o Mário Augusto que na altura era o chefe do sector de
manutenção de elevadores do Pinto & Cruz.
......Mas
as mudanças no Palácio das Cardosas não se ficaram por aqui, as
alterações continuaram a acontecer.
......E no ano de 2011, 39 anos depois de ter sido montado o elevador panorâmico, O Palácio das Cardosas foi comprado pelo Grupo Solitaire Hotels, e foi novamente alvo de obras de cima a baixo, desta vez todo o Palácio foi adaptado para albergar o novo Hotel InterContinental no Porto.
Desta vez
quem ganhou o concurso para o fornecimento e montagem dos elevadores no Palácio
das Cardosas, foi
a empresa Schindler Elevadores e Escadas Rolantes, mas já vou
explicar qual a relação que também estes Elevadores tiveram com a Efacec.
Ano de 2012, os
2 Elevadores principais que foram agora instalados no Palácio das Cardosas, são do modelo Schindler Eurolift sem casa de máquinas.
Ano de 2012, a Cabina e a Botoneira de Cabina, dos 2 elevadores principais do Palácio das Cardosas.
Ano de 2012, os outros 5 Elevadores do Palácio das Cardosas, são do modelo Schindler 5300 sem casa de máquinas.
Como já disse foi a empresa Schindler Elevadores e Escadas Rolandes, quem agora em 2012 ganhou o concurso para o fornecimento e montagem de 7 Elevadores e de um pequeno monta cargas no Palácio das Cardosas, mas a montagem, a supervisão e o acompanhamento da obra foram feitos por ex-funcionários da Efacec Elevadores.
Porque
infelizmente no ano de 1997 a Efacec resolveu abandonar de forma definitiva a
actividade de Elevadores, e vendeu a empresa Efacec Elevadores, à multinacional
Suiça, Schindler
Ascensores Ascensores e Escadas Rolantes.
Com a aquisição da Efacec Elevadores, a Schindler incorporou todos os funcionários nos seus quadros, e também eu, agora com 42 anos passei a ser funcionário desta nova empresa que surgiu da fusão da Schindler, com a NorSchindler e com a Efacec Elevadores.
Numa
primeira fase esta nova empresa ainda ficou durante algum tempo com o nome, de Schindler
Efacec Ascensores e Escadas Rolantes, S. A.
Foram estes os dois Cartões de Identificação que tive, durante os 17 anos que trabalhei como funcionário da Schindler, de 1997 até 2014.
......Como podemos ver no meu primeiro Cartão de Identificação como funcionário da Schindler a partir de 1997, numa primeira fase após a fusão mantive o nº 8439 que tinha na Efacec, e o nome da empresa ficou a ser Schindler Efacec Ascensores e Escadas Rolantes S.A.
......Mas como podemos ver no segundo cartão de Identificação como funcionário da Schindler no ano de 2000, o meu numero de funcionário passou a ser o 107644, numero que se manteve até ao fim dos meus dias como funcionário da Schindler.
......Neste meu segundo cartão de identificação, tanto o logótipo como o nome da empresa mudaram definitivamente, desapareceu a Efacec, e a empresa passou a ser a Schindler Ascensores e Escadas Rolantes S.A. onde terminei os meus 43 anos de trabalho, como técnico de Elevadores, em Dezembro de 2014.
......Mas quem montou os 7 Elevadores no Palácio das Cardosas no ano de 2012, foram o Rui Costa e o Jorge Silva de Valongo, o Supervisor da obra foi o Francisco Certo, e os técnicos especialistas foram o Jorge Coelho e o Fernando Almeida, todos eles técnicos que transitaram da empresa Efacec Elevadores, para a Schindler quando da aquisição.
Por isso também desta vez em 2012 acompanhei as obras de modernização no Palácio.
Ano de 2012, como já disse os outros 5 elevadores agora instalados no Palácio das Cardosas, são do modelo Schindler 5300, sem casa de máquinas.
É esta a tecnologia dos Elevadores Schindler 5300 sem Casa de Máquinas, que foram instalados no Palácio das Cardosas.
Nos elevadores Schindler 5300 sem Casa de Máquinas que foram instalados Palácio das Cardosas, a Máquina e todos os seus acessórios ficam dentro do poço.
A máquina dos Elevadores da série Schindler 5300 sem Casa de Máquinas.
Ainda a
tecnologia dos elevadores Schindler 5300 sem Casa de Máquinas, agora instalados no ano de 2012 no Palácio das
Cardosas.
Se o Srº Manuel Cardoso dos Santos que no início do Século XIX comprou em hasta pública o antigo convento, e depois fez as obras de reconversão para o transformar num luxuoso palácio, para servir como sua habitação de família o visse agora transformado no novo Hotel Intercontinental do Porto, decerto iria ficar muito orgulhoso.
Vou agora
pôr algumas fotografias para mostrar a beleza com que ficou agora
o Palácio das Cardosas, se o Sr. Cardoso as pudesse ver decerto
que iria ficar muito orgulhoso do seu Palácio.
Ano de 2020, O Palácio das Cardosas que actualmente alberga o Hotel Intercontinental do Porto, com iluminação nocturna.
Ano de 2020, a entrada do Hotel Intercontinental no Porto.
Ano de 2020, a recepção do Hotel.
Ano de 2020, a entrada do Hotel.
Ano de 2020, uma das salas de estar do Hotel.
Ano de 2020, balcão do bar do Hotel.
Olhando
para a beleza destas salas podemos imaginar como será o resto do hotel,
recomendo uma visita nem que seja para tomar um cimbalino, como se diz no
Porto.
Ano de 2020, uma sala banquetes do Hotel.
Ano de 2020, a sala de banquetes do Hotel.
Ano de 2020, uma sala de jantar do Hotel.
Ano de 2020, as imponentes escadarias do Hotel.
Ano de 2020, as escadarias do Hotel.
Ano de 2020, outra sala de estar do Hotel.
Ano de 2020, um quarto do Hotel.
Ano de 2020, a vista da janela de um dos quartos do novo Hotel InterContinental, no Palácio das Cardosas no Porto.
Ano de 2020, das janelas do Hotel InterContinental, no Palácio das Cardosas, temos uma vista soberba e completamente desafogada sobre toda a Avenida dos Aliados, vemos o Monumento em Memória a Dom Pedro IV, e lá em cima no topo da Avenida vemos o novo edifício da Câmara Municipal do Porto.
Mas as janelas deste Palácio das Cardosas não tiveram sempre esta vista desafogada, se elas falassem teriam muitas histórias para contar, elas já assistiram a muitas alterações que aqui aconteceram desde o início do Século XIX até hoje.
Todo este local, em frente ao Palácio das Cardosas, talvez tenha sido o que mais alterações sofreu em toda a Cidade do Porto.
......Por
isso mesmo, agora pôr algumas fotografias das alterações que este local sofreu
desde o início do Século XIX, até à actualidade, e vou contar um bocadinho
do que sei sobre a história deste local.
Ano de 2020, é
esta a placa informativa do Município do Porto que está junto ao Monumento em
Memória a Dom Pedro IV, que conta a história da Praça Nova.
Neste
postal dos Correios do ano de 1916, podemos ver a Praça
Nova, que
ficava entre o antigo edifício dos Paços do Concelho e o Palácio das
Cardosas, e
entre a Rua dos Clérigos e a Rua de Santo António, actual Rua 31 de
Janeiro.
Na placa
informativa do Município do Porto, diz que no local do então Campo das
hortas, no Século
XVIII foi aberta a Praça Nova, que passou a ser o Centro Politico e Cultural
da Cidade.
O antigo palácio que albergava os Paços do Concelho do Município do Porto, era encimado pela estátua do Porto.
A Igreja dos
Congregados no tempo da Praça
Nova, no topo do antigo
edifício dos Paços do Concelho vemos a estátua que representa o Porto.
O movimento de
pessoas junto ao antigo edifício dos Paços do Concelho, na Praça Nova, actual
Praça da Liberdade.
O movimento dos
transportes na Praça Nova, actual Praça da Liberdade.
..........
O monumento em
erigido em homenagem a D. João IV, na frente do antigo edifício dos Paços do
Concelho, na Praça Nova, actual Praça da Liberdade.
Foi no ano de
1866, que foi erigido mesmo no centro da antiga Praça Nova, actual Praça da Liberdade, um
monumento em honra ao Rei Dom Pedro IV, como homenagem das gentes do Porto, por
ele ter abdicado do trono do Brasil e ter vindo para Portugal liderar a revolta
Liberal, e voltar a fazer cumprir a Constituição, que tinha sido jurada por seu
pai o Rei Dom João VI.
O movimento de
pessoas junto ao antigo edifício dos Paços do Concelho, na Praça Nova, actual
Praça da Liberdade.
A Praça Nova,
actual Praça da Liberdade.
O
monumento em honra ao Rei Dom Pedro IV, na Praça Nova, actual Praça da
Liberdade.
Mas no
ano de 1916 foi decidido rasgar uma nova avenida, a que viria a ser
dado o nome de Avenida dos Aliados, em homenagem aos
heróis da I Guerra Mundial, e nessa altura o
palácio que albergava os Paços do Concelho e todos os edifícios à sua volta
foram demolidos.
Como podemos
ver da antiga Praça Nova, só ficou mesmo o monumento a Dom Pedro IV, e foi
mantido no mesmo lugar, teve sorte, porque não interferiu com a abertura da
nova avenida.
E depois de
tudo arrasado começam os trabalhos para rasgar a nova Avenida dos Aliados, no lado direito começa a ser construído o edifício do Banco de
Portugal.
Continuam os trabalhos para rasgar a nova Avenida dos Aliados, no topo da Avenida na frente da Igreja da Trindade já começa a ser construído o novo edifício para a Câmara Municipal do Porto.
Continuam os trabalhos para rasgar a nova Avenida dos Aliados.
Continuam os
trabalhos para rasgar a nova Avenida dos Aliados.
No topo da
avenida começa a ser erguido o novo edifício, para os Paços do Concelho da
cidade do Porto.
O edifício para a nova Câmara Municipal do Porto já começa a ganhar forma, lá ao
fundo vemos o Palácio das Cardosas.
Continua a bom
ritmo a construção do edifício para a nova Câmara Municipal do Porto.
Como vemos com
a construção do novo edifício da Câmara, a Igreja da Trindade foi completamente
tapada, deixou de ser visível a partir a partir da Avenida dos Aliados,
nesta fotografia ainda conseguimos ver a torre da Igreja.
O edifício
para a nova Câmara
Municipal do Porto está
praticamente concluído, por trás da Câmara vemos a Igreja da Trindade, que
viria a ficar tapada e sem se ver a partir da Avenida dos Aliados.
Só falta mesmo
terminar a torre, para que o edifício para a nova Câmara Municipal do Porto fique concluído.
A nova Câmara Municipal do Porto.
A nova Câmara Municipal do Porto.
A nova Câmara Municipal do Porto.
O novo edifício da Câmara Municipal do Porto.
Como era bonita a Avenida dos Aliados, antes dos jardins terem sido
destruídos quando da construção da linha da Metro do Porto, entre as estações
da Trindade e de Santo Ovídeo.
Ano de 2020 - como podemos ver com a construção da Avenida dos Aliados em 1916, só mesmo o Monumento construído em homenagem a Dom Pedro IV foi mantido no seu local original, porque como estava mesmo no meio da antiga Praça Nova, não interferiu com a construção da avenida.
Em 1916
quando foi demolido o Palácio que albergava os Paços do Concelho, para ser
construída a nova Avenida dos Aliados, a Estátua que representa o Porto que
encimava o edifício foi retirada com todo o cuidado para voltar a ser colocada
num local digno.
A Estátua que representa o Porto, que encimava o edifício foi retirada com todo o cuidado para voltar a ser colocada num local digno.
Ano de 2020 - E efectivamente a estátua que simboliza a Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto, que encimava o palácio que albergou os Paços do Concelho até ao ano de 1916, foi colocada num pedestal a poucos metros do seu local original, está na frente do Banco de Portugal, na Avenida dos Aliados.
Ano de 2020 - E cá está agora na frente do Banco de Portugal, a estátua que simboliza a Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.
Ano de 2020 - E cá está agora na frente do Banco de Portugal, a estátua que simboliza a Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto.
Ano de 2020 -
por cima da porta de entrada do novo edifício da Câmara Municipal do Porto,
temos o Brasão da Cidade e as palavras que a simbolizam.
Depois em 1922
o Futebol Clube do Porto, que é o principal clube da cidade,
adicionou ao seu emblema o Brasão da Cidade, e a partir daí o Dragão também passou
a ser o seu símbolo.
E assim desde o ano de 1922, o Dragão para além de ser o símbolo da Cidade do Porto também passou a ser o símbolo do Futebol Clube do Porto.
1 - Para fazer parte do Euro 2004 o Futebol Clube do Porto construiu um novo estádio, e apesar da grande maioria das pessoas do clube quererem que o estádio tomasse o nome do seu presidente, mas ele não aceitou, e decidiu que o estádio ficaria com o nome de Estádio do Dragão.
2 - O Estádio do Dragão.
2 - Em Junho de 2004 foi concluída a 2ª fase do Metro do Porto a tempo Euro 2004, entre a Trindade e Contumil, e foi construída uma estação mesmo ao lado do estádio, que tomou o nome de Estação do Dragão.
2 - A Estação do Dragão.
3 - No
ano de 2009 para substituir o antigo pavilhão Dr. Américo Sá, o Futebol Clube do
Porto construiu mesmo
ao lado do estádio um novo pavilhão, a que deu o nome Pavilhão Dragão
Arena.
3 - O pavilhão Dragão Arena.
3 - O pavilhão Dragão Arena.
E agora,
mesmo para terminar vou por 2 fotografias da Avenida dos Aliados de que
gosto muito.
Esta fotografia é dos finais de 1970, no lado esquerda da Câmara Municipal do Porto vemos o Edifício do Palácio dos Correios já concluído, no lado esquerdo da Igreja da Trindade ainda existe a pedreira da Trindade.
No topo
Sul da Avenida vemos que a ala esquerda do Palácio das Cardosas está
em obras, foi quando foi montado o tal Elevador Hidráulico de que falei
acima.
A Avenida dos Aliados com Iluminação de Natal, lá mesmo no fundo, no topo Sul da Avenida dos Aliados vemos O Palácio das Cardosas, que foi o centro desta minha publicação.
E como costumo dizer prontus terminei, se alguém vier a ler esta minha extensa publicação sobre O Palácio das Cardosas e os seus Elevadores, espero que tenha gostado.
Fernando Almeida