segunda-feira, 19 de outubro de 2015

 2015 - Uma viagem à Ilha de Santiago em Cabo Verde.

 Busto do Ex. Governador Vice-Almirante Caetano Alexandre D'Almeida e Albuquerque, 1526, que está no centro da Cidade da Praia, Plato.

 Recentemente passei uma temporada na cidade da Praia na Ilha de Santiago em Cabo Verde, numa missão que não me correu lá muito bem, também diga-se que a culpa não foi inteiramente minha, porque nenhum dos problemas me foram colocados, tinha nada a ver com a realidade que encontrei no terreno.

 Ainda o busto do antigo Governador, que está na Praça Alexandre Albuquerque, Plato, mesmo em frente ao Edifício da Câmara Municipal da Praia.

 A Praça Alexandre Albuquerque, Plato.

 A Praça Alexandre Albuquerque, Plato.

 O edifício da Câmara Municipal da Praia, na Praça Alexandre Albuquerque, Plato, este edifício, deduzo eu noutros tempos deve ter sido o Palácio do Governador.

 O edifício da Câmara Municipal da Praia, na Praça Alexandre Albuquerque, Plato.

 A Igreja de Nossa Senhora da Graça também na Praça Alexandre Albuquerque, Plato, esta Igreja fica mesmo em frente ao Hotel Praia Confort, onde fiquei hospedado.

 Era nesta Igreja que tencionava assistir à Missa no Domingo, com o meu amigo Admilson, mas ele acabou por não aparecer, e eu não tive coragem de ir à Missa sózinho.

 O edifício que se vê a seguir à igreja é o Palácio da Justiça.

 Este edifício fica por detrás da Câmara Municipal.

 Enfim a tarefa que me foi pedida para fazer em Cabo Verde tornou-se um bocado ingrata, para não dizer mesmo impossível, mas felizmente tive dois amigos que me ajudaram a superar alguns problemas, foram o Comendador Amado, e o Admilson Cunha, ambos naturais da Ilha de Santiago.

 Outro edifício nas traseiras da Câmara Municipal.

 Como a tarefa que me foi pedida para fazer em Cabo Verde se tornou muito difícil e penosa, decidi que no Domingo ia à Missa, para ver se a coisa me começava a correr melhor.

 Convidei o Admilson para ir comigo à Missa e ele aceitou, mas estive toda a manhã à espera, e ele não apareceu, e como é evidente não ia ter coragem de entrar na Igreja sózinho, ia ficar toda a gente a olhar para mim.

 Por isso passei todo o domingo à janela do meu quarto, que ficava nas águas furtadas do Hotel Praia Comfort, à espera que a Segunda-Feira chega-se depressa.

 Da janela do meu quarto conseguia ver a Igreja do outro lado da Praça, e quando começaram a entrar pessoas para a Missa, ganhei muita, mas mesmo muita coragem e também fui, mas quando ia a entrar na Igreja fiquei envergonhado e desisti.

 O Hotel Praia Confort, foi neste hotel que fiquei alojado a partir do segundo dia, no primeiro dia passei a noite num apartamento do outro lado da cidade, estive toda a noite a ler à espera que amanhece-se, pois fiquei de tal maneira zangado, que só me apetecia apanhar o avião e vir embora.

 Mas como já tinha saído do quarto para ir até à Igreja, onde tencionava ir à missa, dei uma volta à Praça em frente ao Hotel, e tirei estas fotografias que ponho aqui.

 Estes 15 minutos que estive sózinho fora do hotel a tirar estas fotografias, foram mesmo os únicos momentos de lazer que passei em Cabo Verde, todas estas fotos foram tiradas num raio inferior a 500 metros do Hotel Praia Confort.



 O Hotel Praia Confort, onde fiquei hospedado.



 O Hotel Praia Confort, onde fiquei hospedado.

 A estátua do Navegador Diogo Gomes, que descobriu a Ilha de Santiago, esta estátua também fica por trás do Edifício dos Paços do Concelho, virada para o Mar.





 A estátua do Navegador Diogo Gomes.

 O Padrão dos Descobrimentos tem as Quinas da nossa Bandeira Nacional, tem a data de 1460, este padrão também fica por trás da Câmara Municipal.

 As Quinas da nossa Bandeira Nacional, no Padrão dos Descobrimentos.

 O Padrão dos Descobrimentos tem a data de 1460.



 A praia, e o Ilhéu de Santa Maria, fotografia tirada das traseiras da Câmara Municipal.



 Ainda a praia, e o Ilhéu de Santa Maria, fotografia tirada das traseiras da Câmara Municipal.

 a praia, e o Ilhéu de Santa Maria.



 Outra fotografia tirada do mesmo local, nas traseiras da Câmara Municipal, mas agora com vista para o lado da cidade, ainda conseguimos ver na esquerda um estádio de futebol. 



 Uma vista aérea da Zona à volta da Praça Alexandre Albuquerque, Plato.



 Outra vista aérea da Zona à volta da Praça Alexandre Albuquerque, Plato, onde já vemos melhor o Ilhéu de Santa Maria.



 Um dos amigos que fiz em Cabo Verde, o Admilson Cunha, junto ao quadro de comando "Efa-One", de uma das instalações onde estive, o Admilson só me falhou numa coisa, foi não ter aparecido no Domingo de manhã para irmos à Missa.



 O Quadro de comando "Efa-One", de uma instalação onde estive.



 A Máquina de Tracção do Elevador da instalação que me deu mais dores de cabeça, e onde perdi quase todo o tempo que estive em Cabo Verde.



 A Botoneira de Cabina, do Elevador da instalação que me deu mais dores de cabeça.

 E com isto me despeço da cidade da Praia na Ilha de Santiago em Cabo Verde, onde vivi esta estranha aventura com um até sempre, porque enquanto me lembrar do que passei não voltarei lá, e um muito obrigado ao Admilson Cunha, e ao Comendador Amado que foram uma grande ajuda.

 Fernando Almeida.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

 Como é que consegui a grande proeza de ter sido preso 2 vezes antes dos 10 anos.

 A primeira ocorrência aconteceu devia ter os meus 6 anos, estávamos portanto em 1960, e nesse tempo como todos os miúdos dessa época ou estávamos na escola, ou a brincar na rua a jogar à bola.

 Na altura em que aconteceu a primeira ocorrência tínhamos um grupo, e actuávamos como se fossemos uma Corporação de Bombeiros.

 Eramos todos miudos, mas tínhamos todo o equipamento como os bombeiros a sério, tínhamos um cinto em cabedal, um rolo de corda, e um machado em chapa. 

 Tinha-mos também um cabo de vassoura, que tinha pregado na ponta muitas tiras de câmara-de-ar de bicicleta, que era a ferramenta de sapador com que apagávamos os fogos, parecíamos mesmo bombeiros a sério.

 Havia um miúdo mais velho que era o comandante da corporação, era ele que ateava pequenos fogos nas silvas que existiam nos caminhos, e depois lá íamos nós os sapadores e apagávamos o fogo, até que um belo dia resolveu pegar fogo num silvado num caminho muito próximo do monte de Santa Justa.

 O silvado lá começou a arder, e entramos em cena nós os sapadores com os nossos cabos de vassoura com as tiras de câmaras-de-ar, mas quanto mais batíamos mais o fogo alastrava, até que chegou aos pinheiros.

 O fogo ficou incontrolável, foi quem mais fugiu, cada um para o seu lado, eu larguei todo o material que me fazia parecer um bombeiro, mas tive medo de ir para casa não fosse a minha mãe perguntar porque é que vinha a fugir, fui para uma casa de quinta que ficava mesmo por trás da minha casa, que era da Dona Maria e fiquei por lá.

 Mas passado algum tempo a Dona Maria como viu que havia muito movimento de carros de Bombeiros, e como o fogo era quase colado há quinta, resolveu ir ver e disse-me para ir com ela.

 Embora contrariado, mas para ela não desconfiar lá fui com ela, quando chegamos estavam lá dois soldados da GNR, a falar com uma senhora que lhes estava a dizer que quem tinha pegado o fogo tinham sido os meus primos, os gémeos.

 Eu sabia que era mentira, eles também tinham estado lá, e tal como eu também faziam parte da nossa corporação de bombeiros de brincadeira, mas quem acendeu o fósforo, e incendiou as silvas foi o tal miúdo mais velho, que era o nosso chefe.

 Aquilo revoltou-me, e acabei por contar à Dona Maria que não tinham sido os meus primos quem tinha pegado o fogo, não sei se foi a dona Maria quem me acusou, ou se foi alguém que me ouviu a dizer, mas o que sei é que passado algum tempo um dos soldados da GNR estava a agarrar-me, e nunca mais me largou.

 Levaram-me para o antigo posto da GNR, que ficava junto ao Padrão de Valongo, na rua Alves Saldanha.

 Era aqui o antigo posto da GNR de Valongo, era na casa branca que se vê no lado esquerdo desta imagem da Google, junto ao padrão na Rua Alves Saldanha.

 Cheguei ao quartel da GNR escoltado pelos 2 guardas, fui interrogado pelo chefe, e lá tive que contar a história toda da nossa corporação de bombeiros, e tive que dar o nome de todos os colegas  que estiveram envolvidos no incêndio.

 Depois perguntou-me quem era o meu pai, e telefonou-lhe, e passadas umas longas horas o meu pai lá me foi buscar.

 Não sei o resultado desta investigação ao incêndio, nem sei se alguém foi castigado, o que sei é que no sitio onde o incêndio aconteceu ainda hoje, passados que estão mais de 50 anos ainda não existem árvores, dá para ver o que uma inocente brincadeira de crianças com pretensões de virem a  ser bombeiros pode fazer, nunca mais na vida brincamos aos bombeiros.





 A segunda ocorrência em que fui preso ainda foi mais estranha, na altura devia ter os meus 7 anos, estávamos a jogar à bola na rua onde moravam os meus primos gémeos, eles também estavam a jogar, quando de repente surge uma carroça puxada por um cavalo em alta velocidade.

 A carroça vinha completamente desgovernada, de repente virou e veio para cima de nós, todos os miúdos que viram a carroça conseguiram fugir.

 Mas eu não vi a carroça, e quando me virei só me lembro de ver o cavalo à minha frente a bater-me no peito.

 Caí de costas, lembro-me da carroça me ter passado por cima, vi o eixo das rodas a passar-me por cima, quando a carroça acabou de me passar por cima, levantei-me e desatei a fugir. 

 Fiquei com o peito pisado devido à pancada que o cavalo me deu, e fiquei com a sola de um dos sapato arrancada, o cavalo deve-o ter pisado com os cascos quando me passou por cima, de resto estava direitinho nem um arranhão tinha. 

 Mas entretanto o que é que aconteceu, que fez com que eu fosse preso pela segunda vez.

 É que o condutor da carroça, quando me passou por cima não deve ter visto que eu fugi a correr, deve ter pensado que me tinha matado, e como sabia que é proibido jogar à bola na via pública, foi direitinho ao posto da GNR fazer uma queixa. 

 Consequência, passado algum tempo estava eu na Quelha do Bexiga, quando apareceram dois soldados da GNR e me prenderam, nunca soube quem disse à GNR que fui eu quem tinha ficado debaixo da carroça.

 E foi assim que pela segunda vez fui levado para o posto da GNR, e voltei a ser interrogado pelo chefe, que voltou a telefonar ao meu Pai.

 E passadas mais umas longas horas, o santo do meu Pai lá me foi novamente buscar ao posto da GNR. 

 Também não sei o seguimento desta minha segunda ida para o posto da GNR de Valongo para ser interrugado, mas se calhar o meu Pai ainda deve ter pago alguma multa por eu estar a jogar há bola no meio da rua.

 PS: Embora nestas sejam duas histórias verdadeiras, omiti os nomes dos intervenientes, mas se algum deles vier a ler esta publicação vai saber de quem estou a falar. 

 Fernando Almeida